Tive a oportunidade de jogar Dodgeball Academia e agarrei ela com força (desculpa o trocadilho).

Da editora Humble Games com a desenvolvedora brasileira Pocket Trap, Dodgeball Academia é exatamente o que o nome - em tradução - diz: uma academia de queimada.

Em uma campanha de RPG com oito episódios, tomamos o lugar de Otto, que está atrás de ser o melhor jogador de queimada da academia. Você é introduzido no mundo da queimada pelos professores (malucos) e joga sua primeira partida no pátio da escola. No lugar das clássicas lutas de um RPG ‘normal’, precisamos lutar… nas quadras de queimada.

O Herói da Queimada

A história começa contando para Otto e os outros estudantes sobre o poderoso arremesso de um jogador de queimada de tempos atrás, que conseguiu pôr fim à Grande Guerra da Queimada. O impacto desse arremesso foi tão grande que a bola destruiu uma rocha e se mantém no pátio central da academia, onde alimenta a escola com a sua rotação e força. 

Encostar na bola remanescente dá aos estudantes poderes místicos que são desbloqueados com o poder “Balltimate”. Os professores convidam os jogadores a fazerem isso - encostar na bola - e assim o jogo começa, de fato, com Otto desbloqueando sua habilidade e prometendo provar ser o melhor jogador de queimada da academia.

Para participar do torneio para decidir quem é o melhor jogador - e o que irá representar a academia em competições com adversários - Otto precisa juntar uma equipe de três pessoas e se inscrever… no mesmo dia. Por isso, começamos o jogo com a busca por mais pessoas para se juntar ao nosso time.

Com o time montado, é possível participar das competições em quadra e também alterar entre os jogadores durante as partidas. Caso Otto fique com vida baixa, ou caso você prefira utilizar a habilidade especial de Mina, etc.

É tudo muito simples: as mecânicas são gostosas e as partidas são - sempre - mais desafiadoras conforme você avança no jogo. E pode parecer bem fácil, mas vai além de simplesmente jogar a bola no seu adversário.

Cada personagem que você conhece, desafia e recruta para o seu time têm habilidades e poderes diferentes na hora do jogo.

Por exemplo, uma das personagens recrutáveis têm o poder de defender a bola com um taco de baseball, enquanto Otto - o personagem principal - apenas agarra a bola para se defender e Mina - sua primeira recruta - dá chutes na bola quando está defendendo.

Além disso, conforme os integrantes do seu time forem sendo upados e subirem de nível, eles vão recebendo mais habilidades e elevando as que já existem.

Assim como as mecânicas diferentes de defender a bola, cada personagem também têm um carregamento especial quando pressiona o L (para jogar a bola) e acertar um inimigo, como, por exemplo, Otto, que deixa a bola pegando fogo ao jogá-la no ataque carregado. E eles também possuem “Ultimates”, que são seus maiores ataques.

Também existem diferentes tipos de partida ao jogar queimada: 1x1, 3x3 ou mesmo partidas com mais jogadores. No decorrer do jogo, você é apresentado para a mecânica de “nocaute” de jogadores do seu time e do time inimigo também - funciona assim: sempre que um jogador - funciona tanto pro seu time quanto pro inimigo - for nocauteado, ele ficará ‘jogando’ atrás da quadra, ou seja, se um adversário foi nocauteado, ele irá automaticamente para trás do seu time na quadra, e poderá pegar as bolas que passarem ou caírem por lá e usá-las para atacar você e seus colegas de equipe. E isso também funciona para quando alguém do seu time é nocauteado.

A estética do jogo é encantadora e traz bebe muito do que Pokémon trouxe para as telinhas. Aliás, enquanto jogava, senti uma inspiração enorme nos jogos da famosa franquia da Nintendo em Dodgeball Academia.

Temos um mapa para explorar cheio de sidequests e, enquanto passamos por alguns locais, somos desafiados por oponentes que não nos dão a chance de dizer não, então, precisamos entrar para a “batalha” para conseguir passar pelo local.

Depois de algumas quests completas, somos apresentados à Enfermaria da Academia, onde podemos voltar sempre que quisermos para recuperar nossas energias e voltar à missão. Me senti entrando no Centro Pokémon toda santa vez que entrei lá pra recuperar HP para alguma partida.

Brasileirinho

Um dos sentimentos mais doces que tive jogando Dodgeball Academia foi sempre, ao parar um pouco pra descansar durante uma partida e outra de queimada, pensar que esse é um jogo brasileiro.

Que delícia ter um jogo desse nível pra mostrar pra todo mundo o que somos capazes e que estamos entrando nessa indústria cada vez mais forte, com títulos cada vez mais incríveis e gostosos de serem jogados.

Jogar ele em PT-BR foi a melhor experiência que tive nos últimos tempos no que diz respeito à localização de jogos porque tudo está impecável e sensacional. Desde os professores com suas manias e dialetos quanto os nomes dos itens ou locais.

Vou me entregar aqui e dizer que, durante um encontro com alguns jogadores, foi levantada a famosa questão do KETCHUP na pizza e foi pedido pro jogador fazer uma escolha: ketchup ou abacaxi. E, bom, eu sou uma defensora do ketchup na pizza, desculpa.

O jogo fica mais e mais incrível à medida que você avança e as partidas ficam cada vez mais desafiadoras, sempre com algum elemento a mais, como quando você abre a floresta e vai explorá-la e encontra com oponentes por lá, então, como sua quadra de queimada é no meio da floresta, jogamos a partida com muita grama na frente, impossibilitando o jogador de enxergar muito bem.

A trilha sonora do jogo é energética e tem o poder de te colocar dentro dele, seja nas partidas ou em momentos em que você está explorando o mapa para descobrir os segredos da Academia.

Recomendo muito que todos joguem Dodgeball Academia e se apaixonem por queimada assim como eu - que não era lá muito fã quando jogava na escola porque, na maioria das vezes, só apanhava. E se você curtiu Knockout City, da EA, que também é um jogo de queimada frenético, você vai amar ainda mais Dodgeball Academia.

Dodgeball Academia está disponível para Playstation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC.

Nota do crítico