Em uma nova frente de batalha entre os trabalhadores e gerência da Activision Blizzard, funcionários da Raven Software, conhecida atualmente por seu trabalho em Call of Duty: Warzone, realizaram uma paralisação nesta segunda-feira (6) em protesto contra uma onda de demissões anunciada na última sexta-feira, 3 de dezembro.

As demissões ocorreram principalmente no departamento de QA (Quality Assurance, ou Controle de Qualidade), cujo objetivo é testar os produtos do estúdio para garantir uma experiência com o menor número possível de problemas técnicos e bugs.

De acordo com o gerente de comunidade da Raven, Austin O'Brien, a demissão vem após meses de promessas por parte da Activision para uma reestruturação salarial e aumento dos pagamentos para esses funcionários.

"Hoje, um por um, membros valiosos da equipe foram chamados para reuniões e notificados de que seriam demitidos."

Isso vem nas rédeas de um terceiro trimestre de sucesso da Activision Blizzard, que teve ganhos maiores em relação ao mesmo período em 2020.

Ao site Kotaku, o grupo declarou que o protesto conta com apenas uma demanda: que todos os testadores, incluindo os recém-demitidos, sejam contratados como empregados plenos da companhia.

"A equipe foi informada múltiplas vezes pela liderança da Raven que mudanças positivas no departamento estava por vir. Essas mudanças também foram usadas para justificar porque nenhum membro do time recebeu promoções ou aumentos típicos que seriam estabelecidos em março de 2021."

"Os doze indivíduos que foram demitidos até o momento são considerados por seus colegas como essenciais para o funcionamento diário do time de QA da Raven. Vários dos que foram demitidos se realocaram recentemente para Wisconsin em antecipação pelo retorno do trabalho presencial. Eles fizeram isso sem apoio da Raven, devido a garantias de que sua base de trabalho no estúdio seria consistente. Call of Duty: Warzone, que recentemente anunciou o lançamento de um novo mapa e integração com o jogo Call of Duty: Vanguard, recebe US$ 5,2 milhões por dia."

"Os participantes dessa demonstração o fazem com o sucesso contínuo no estúdio como principal fator em suas mentes", continua a mensagem. " O departamento de QA da Raven é essencial para o funcionamento diário do estúdio como um todo. Encerrar os contratos de testadores de alta performance em um momento de trabalho e lucro consistente coloca a saúde do estúdio em risco."

O grupo ABetterABK, formado por trabalhadores da Activision Blizzard que defendem melhores condições de trabalho para funcionários e empregados da empresa, apoiou o protesto e divulgou o movimento nas redes sociais.

"À nossa liderança, esperamos que vocês cumpram nossa política de liderar com responsabilidade. Para nossa comunidade, esperamos que juntem-se a nós para demandar melhores condições de trabalho para QA na indústria", diz a mensagem.

Ao Kotaku, a Activision Blizzard enviou o seguinte comunicado: "A Activision Publishing está, como um todo, aumentando seu investimento total em seus recursos de desenvolvimento e operações. Estamos convertendo aproximadamente 500 funcionários temporários para empregados de tempo integral nos próximos meses. Infelizmente, como parte dessa mudança, também notificamos que 20 trabalhadores temporários de diversos estúdios de que seus contratos não seriam estendidos."

O protesto na Raven Software é o mais novo episódio do conflito entre empregados da Activision Blizzard e membros da gerência, desde figuras de alto escalão em estúdios até figuras da diretoria da companhia e seu CEO, Bobby Kotick.