O estado da Califórnia recentemente expandiu seu processo de discriminação contra a Activision Blizzard, relata a Axios. Além de processar a empresa de jogos por sua cultura de assédio e abuso contra funcionárias, o Departamento de Empregos e Moradia Justa está agora examinando o tratamento que dá aos trabalhadores temporários.

O processo atualizado alega que a Activision Blizzard não cooperou com a investigação da Califórnia. Ela cita os acordos de não divulgação da empresa, a exigência de que os funcionários devem falar com a empresa antes de entrar em contato com o departamento do estado e a contratação do escritório de advocacia WilmerHale como exemplo da falta de cooperação da empresa.

A Activision também é acusada de fazer com que o pessoal de recursos humanos destrua documentos pertinentes ao inquérito da Califórnia, os quais são obrigatórios por lei manter e disponibilizar aos investigadores.

A expansão do escopo do processo ocorreu duas semanas após a notícia sobre as péssimas condições de trabalho de vários escritórios de garantia de qualidade da Activision Blizzard, muitos dos quais contratam trabalhadores freelancer ao invés de empregados com carteira assinada, para evitar o pagamento de benefícios.

E embora baixos salários, longas horas de trabalho e falta de segurança no emprego sejam ruins o suficiente, algumas fontes também mencionaram atitudes discriminatórias em relação aos trabalhadores trans.

“O legado da Blizzard é: ‘você está trabalhando para a Blizzard, olhe só que sortudo!’”, disse um testador anônimo ao site Kotaku. “Mas a realidade é que estamos constantemente lidando com pessoas difíceis, em uma cultura que pouco se preocupa com a saúde mental e espera que estejamos ‘felizes’ o tempo todo. A única maneira de isso realmente mudar é mudando a cultura e a atitude das pessoas responsáveis”.

A Activision Blizzard - que desenvolve e publica uma série de jogos como Tony Hawk’s Pro Skater, World of Warcraft e Overwatch, tem sido alvo de diversas críticas após o processo original, que deu início a tudo isso, no dia 20 de julho. Desde então, os funcionários têm feito greves e diversas ações para exigir respostas da empresa. E alguns funcionários também deixaram seus cargos.

No dia 24 de agosto, um porta-voz da Blizzard respondeu ao site Kotaku com uma declaração sobre a expansão do processo. Segue abaixo:

“Ao longo do nosso envolvimento com a DFEH, atendemos a todas as solicitações adequadas em apoio à sua revisão, mesmo quando implementamos reformas para garantir que nossos locais de trabalho sejam acolhedores e seguros para todos os funcionários. Essas mudanças continuam hoje e incluem:

  • Várias mudanças de pessoal de alto nível;
  • Práticas de contratação e recrutamento reformuladas, exigindo diversos painéis de entrevista;
  • Maior transparência na equidade salarial;
  • Treinamento expandido e aprimorado e capacidades investigativas para recursos humanos e equipe de conformidade;
  • Foram criadas equipes de investigação fora das unidades de negócio para apoiar uma maior independência;
  • Divisões reestruturadas para oferecer suporte a uma maior responsabilidade;
  • Processos de revisão aprimorados para incluir a avaliação dos gerentes pelos funcionários;

Limites claros sobre o comportamento no local de trabalho com uma abordagem de tolerância zero ao assédio e outras ações que diminuem ou marginalizam.

Nós nos esforçamos para ser uma empresa que reconhece e celebra os diversos talentos e perspectivas que levam à criação de entretenimento de grande apelo global. Forneceremos ao DFEH evidências claras de que não temos disparidades salariais ou de promoção de gênero. Nossa liderança sênior está cada vez mais diversificada, com um número crescente de mulheres em cargos de liderança importantes em toda a empresa.

Compartilhamos a meta da DFEH de um local de trabalho seguro e inclusivo que recompensa os funcionários de maneira igualitária e está comprometido em dar um exemplo que outros possam seguir."

O site também menciona que em um e-mail, o porta-voz também negou as alegações do estado da Califórnia de que a Activision Blizzard destruiu evidências vitais para o caso.