Angariando milhões de fãs com um formato totalmente novo, o Auto Chess pode ser considerado a maior inovação da indústria de games desde o Battle Royale. Claro, esse estilo atinge nichos bastante diferentes, mas seu sucesso entre os fãs de MOBA é evidente.

Começando apenas como um mod de Dota 2, o Auto Chess original já era um dos títulos mais jogados do Steam. Seus números incríveis chamaram a atenção da Valve e da Riot Games, que desenvolveram suas próprias versões: Dota Underlords e Teamfight Tactics. 

O mod original migrou para o mobile após os seus criadores não entrarem em acordo com a Valve, e sua versão para PC, ainda sem data de lançamento, será exclusiva da Epic Games Store.

Mesmo adotando formatos similares, os três títulos possuem várias diferenças entre si. Para que você não fique perdido, o The Enemy resumiu algumas das características que coincidem ou divergem entre os games. Confira:

As semelhanças

Caso você ainda não saiba o que é um Auto Chess, basta olhar para o nome do gênero. O jogador deve posicionar uma série de bonecos - campeões, personagens, chame como quiser - em um tabuleiro que lembra bastante o de xadrez.

Após colocá-los, os guerreiros se comportam de maneira automática, lembrando algo como Clash Royale, e usam golpes padronizados na batalha. Esses combates automatizados se alternam entre rodadas PvP e PvE, sendo os rounds contra inimigos bastante similares em questões mecânicas.

Claro, os games possuem recursos que tornam os combates mais complexos: ganhar gold para comprar mais personagens é um sistema que está presente em todos os Auto Chess. Dentro dessas complexidades, entretanto, é que os games começam a se diferir.

Auto Chess Original

O verdadeiro pioneiro do gênero é bastante didático aos iniciantes, sendo acessível até para jogadores que não estão acostumados com Dota 2. Itens e suas fusões são muito bem explicados, permitindo que o player entenda bem as builds e seus pontos fortes e fracos.

O game possui drop aleatório de itens, sistema que foi adiante no TFT mas “corrigido” em Dota Underlords, permitindo que a sorte dos jogadores seja um fator na competição.

Mesmo com a sorte cumprindo um papel, o grande foco é na estratégia e posicionamento dos bonecos: separar seus guerreiros é uma boa ideia contra adversários que dão dano em área; por outro lado, agrupá-los é efetivo contra builds de assassinos, por exemplo.

Dota Underlords

Depois da Drodo, desenvolvedora do Auto Chess original, não entrar em consenso com a Valve em negociações, a dona de Dota 2 decidiu criar sua própria versão do game. Rapidamente nasceu o Dota Underlords, que chupinhou quase todas as mecânicas de seu precursor, mas trouxe novos heróis e modificações nos buffs de combos.

O drop aleatório de itens também foi repaginado. Em Underlords, essa mecânica varia de acordo com seu desempenho em rounds contra creeps: em caso de vitória, é possível escolher de um a três itens; na derrota, apenas um item pode ser selecionado. Dessa maneira, a Valve tirou a sorte do jogo e colocou mais um aspecto estratégico.

Na versão da Valve, só é possível equipar um item por herói, algo que pode ser compensado com buffs permanentes: alguns bonecos podem receber vida extra pelo resto da partida ao derrotar um inimigo, por exemplo, permitindo acumular um item e um buff.

Teamfight Tactics

Com um tabuleiro diferenciado, que não lembra o tradicional quadriculado do xadrez, Teamfight Tactics tem um apelo maior para quem já é fã do LoL, mas vem conquistando jogadores de fora dessa bolha aos poucos.

Seu sistema de draft não é tão intuitivo para quem não conhece tanto de League of Legends: os heróis se reúnem em um círculo e os jogadores se alternam para escolhê-los. Quem sabe identificar os bonecos apenas por sua aparência se sai melhor logo de cara, pois não há muitas indicações sobre as características de cada um.

O mesmo vale para os itens, que não são tão bem explicados e podem ser melhor identificados por jogadores de League of Legends.

O grande diferencial está no sistema de batalhas: nos concorrentes, são oito lutas simultâneas acontecendo, enquanto o TFT possui apenas quatro.

Jogadores de Underlords e Auto Chess lutam em dois tabuleiros diferentes ao mesmo tempo; um adversário aleatório cai em sua mesa, e seu time cai na mesa de outro oponente.

O TFT unifica essas batalhas, diminuindo a duração da partida e eliminando um fator de aleatoriedade, já que era possível lutar contra o mesmo inimigo ao mesmo tempo em mesas idênticas, mas ser derrotado em um confronto e sair vitorioso no outro.