O fascínio por Zelda Majora’s Mask é inegável. Para aqueles que veem de fora, há a curiosidade inerente às temáticas destoantes do resto da série. Para quem jogou o game, há o encanto decorrente das reflexões experienciadas no mundo de Termina

Há certa barreira de misticismo em torno do jogo. Atravessá-la, contudo, é extremamente recompensador, pois só assim é possível comprovar o ápice narrativo da franquia. Falamos, especificamente, de uma missão cujo trunfo é conquistar o jogador com empatia: o reencontro de Anju e Kafei.

Imagem de Zelda Majora's Mask
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A angústia de Anju

Sem dúvidas a melhor side quest da história de Zelda, “A angústia de Anju” – do original “Anju’s Angst” – é uma longa e desafiadora missão que envolve tarefas de tempo limitado ao longo dos três dias do ciclo temporal. Perder ou falhar em um dos passos obrigatórios significa recomeçar tudo do zero. 

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Em outras palavras, não é uma missão fácil – ainda mais quando se descobre o que está em jogo. Contudo, para além das quatro máscaras garantidas, a impressão duradoura deixada no jogador faz tudo valer a pena. 

Tudo começa com um pedido de ajuda de uma mãe desesperada. Na manhã do primeiro dia, a primeira dama de Clock Town, Madame Aroma, recruta Link para procurar por Kafei, seu filho desaparecido. 

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O sumiço repentino do filho do prefeito é a fofoca mais quente entre os habitantes da cidade. O que não se fala, porém, é que o garoto estava prestes a se casar.

Deixada para trás, a noiva de Kafei é assombrada pela possibilidade de ter sido abandonada ou, pior, ter perdido o amor de sua vida para um destino terrível. Estamos falando de Anju, a jovem tristonha que recepciona os hóspedes do Stock Pot Inn.

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No primeiro contato com o game, durante a pré-adolescência, um dos meus passatempos prediletos era acompanhar o vai-e-vem dos NPCs na hotelaria. Como engrenagens de um relógio, os personagens seguem rigorosamente suas rotinas diárias, e acompanhá-los é descobrir diálogos secretos que refletem diferentes comportamentos diante do fim do mundo.

No fim, o costume de “acompanhar” os NPCs se comprova necessário, visto que apenas desta forma é possível descobrir o segredo de Anju. Caso esteja próximo a ela às 14h10 do primeiro dia, você verá a recepcionista ser surpreendida por uma carta misteriosa.

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Caso, em seguida, o jogador cumprimente Anju usando a máscara de Kafei, a jovem dirá que tem uma pista do paradeiro do jovem. A carta, de fato, foi escrita por Kafei, algo que a recepcionista confirma ao reencontrá-la na cozinha do hotel à noite. 

“Por favor, diga a ele que Anju está esperando”, pede a jovem enquanto entrega a Link a carta de resposta. Resta cumprir a tarefa para descobrir onde Kafei se esconde. 

A promessa de Kafei

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Com a carta de Anju depositada em uma caixa de correio, o segundo dia reserva o encontro com Kafei. O carteiro faz a entrega para uma criança mascarada no canal da cidade às 15h, criando a deixa perfeita para Link se esgueirar no esconderijo de onde saiu. 

O garotinho retorna ao esconderijo para dar de cara com Link. Ele tira a máscara e revela ser Kafei, adulto em corpo de criança por causa de uma maldição lançada por Skull Kid, o antagonista do jogo. 

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Envergonhado, Kafei optou pela reclusão ao encarar Anju naquele estado. O tempo isolado serviu para acompanhar o ladrão que roubou sua máscara de noivado, Sakon, e o intuito é recuperá-la a tempo do casamento com Anju no Festival do Tempo – marcado para ser o dia em que a Lua cairá dos céus para destruir a cidade.

E é isso que Kafei promete à noiva na carta: ele manterá sua palavra e se casará com ela, mesmo no fim do mundo. 

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situação em que Anju se encontra é nada menos que aflitiva. Além de ser assombrada pela ausência de Kafei, a jovem precisa manter uma hospedaria movimentada, cuidar da avó que não se recorda mais dela e ser pressionada pela mãe a abandonar a esperança pelo retorno do noivo.

Não à toa, a carta a deixa desestabilizada. Caso não interaja com Anju no primeiro dia, o jogador pode encontrá-la no canal de Clock Town – um local afastado do movimento da cidade em que pode permitir sentir o que a aflige.

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“Estou com medo de vê-lo… E ouvir o motivo pelo qual quis desaparecer”, confessa a jovem em prantos na tarde do segundo dia. “Pode ser por causa de…mim…”

Por mais que não queira encontrar a noiva em seu estado atual, Kafei poderia ao menos ter se aberto com Anju anteriormente sobre a situação. Mantê-la no escuro proporcionou dias de aflição e angústia, sentimentos que se esvaem somente quando Link lhe entrega o colar de Kafei. Com esse gesto, a jovem decide o que quer fazer.

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Recebendo o amanhecer, juntos

Na tarde do terceiro dia, Link e Kafei aguardam Sakon chegar ao seu covil em Ikana Canyon. Detrás das portas de pedra está o maior desafio desta longa missão. 

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Alternando entre Link e Kafei, o jogador precisa superar uma série de salas com quebra-cabeças e inimigos dentro de um limite de tempo.

Caso o tempo se esgote, a Sun’s Mask, máscara do noivo, estará perdida para sempre – e você terá que recomeçar a side quest do zero. 

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A Song of Inverted Time – música que diminui o fluxo do tempo – é indicada aqui, mas jogadores corajosos podem arriscar cumprir o desafio dentro do limite tradicional. Assim que Kafei tiver a máscara em mãos novamente, é hora de participar do casamento.

Kafei entra no cômodo restando apenas uma hora e meia para a queda da Lua. 

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Anju o reconhece imediatamente, mesmo com a aparência diferente. Com a máscara de noiva em mãos, ela se lembra da promessa de casamento, feita quando ainda eram pequenos. Kafei pede desculpas pelo atraso e ela o acolhe em casa novamente com um abraço. 

As máscaras se unem para formar a Couple’s Mask (“Máscara do casal”, em tradução livre). Com o fim da cerimônia, os recém-casados pedem para que Link fuja e se salve: “Vamos receber o amanhecer… juntos”.

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Link viaja no tempo enquanto Anju e Kafei encaram a morte na companhia um do outro. De volta ao primeiro dia, todo o esforço foi desfeito, e Anju se encontra novamente tristonha atrás do balcão de recepção do Stock Pot Inn. 

O único que se lembra dos acontecimentos é você e, por isso, a sensação de encarar a Anju tristonha se torna algo diferente. O jogador sabe o que pode acontecer com ela e seu amor, o que promove determinação e compromisso em impedir que a catástrofe aconteça. 

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A forma como a missão de Anju e Kafei foi escrita, com acontecimentos em teia que se unem em uma única narrativa, tem como trunfo conquistar a empatia do jogador por aqueles personagens. Essa empatia, inclusive, é coroada com a cena dos créditos em que o casamento acontece após o fim da ameaça da Lua e da maldição de Kafei. 

É uma sensação envolvente que apenas aqueles que jogaram a missão conhece, intensa o suficiente para tornar esta a side quest mais memorável da série. 

LEIA MAIS

The Legend of Zelda: Majora’s Mask está incluso no Pacote Adicional do Nintendo Switch Online. 


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The Legend of Zelda: Majora's Mask
  • Lançamento

    27.04.2000

  • Publicadora

    Nintendo

  • Desenvolvedora

    Nintendo

  • Gênero

    Ação, aventura

  • Plataformas

    Nintendo Switch Nintendo 64