Na década de 1990, Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars chegou para encerrar o ciclo do SNES com uma aventura encantadora de gráficos impressionantes para a época. Curiosamente ou não, essa descrição também é aplicável para o Remake, que chega ao Switch nesta sexta-feira (17).
O clássico de quase 30 anos de idade ganhou uma nova roupagem visual de tirar o fôlego, que o torna um dos títulos mais bonitos do console híbrido. Porém, como Remake, é notável a ausência de recursos e balanceamento do novo Super Mario RPG, ficando aquém do legado original.
Mais remaster do que remake
O novo Super Mario RPG caminha por uma linha tênue que divide remake de remaster. Apesar de existirem, sim, uma pequena porção de adições de qualidade de vida, o carro chefe aqui é o “glow up” (“embelezamento”) visual.
Cada um dos cenários pelos quais Mario e sua equipe passam foram refeitos com esmero. O nível de detalhamento, contrastes de cores, sombras e efeitos de luz tornam todos os quadros exuberantes, sem exceção.
O elenco carismático de protagonistas também passou por update visual, mas mantendo as as expressões e reações esquisitas do original – o que é uma decisão acertada, ainda bem, visto que o charme e originalidade do clássico são resultado de condições muito únicas de desenvolvimento.
O que mais enchem os olhos, sem sombras de dúvidas, são as novas sequências cinemáticas. Refeitas, as cenas ficaram tão surreais de bonitas que chega a ser inacreditável que estão rodando em um Switch.
O apreço estético transmite extrema consideração e reverência, remetendo a outro trabalho similar que chegou ao Switch este ano: Metroid Prime Remastered. Os fãs ficarão emocinados, em especial com a reorquestração primorosa assinada pela compositora original, Yoko Shinomura. As faixas que já eram espetaculares na década de 1990, aqui ficaram hipnotizantes.
Combate intuitivo e a solução do gerenciamento de itens
De fato, a mudança mais expressiva em termos de gameplay está no combate. Os novos indicadores de Action Commands tornam os embates mais intuitivos e fluidos, visto que comunicam ao jogador o momento certo para um ataque ou defesa perfeitos. O novo efeito de dano espalhado, além disso, é uma novidade a ser considerada na estratégia.
Outra adição positiva é a cadeia de acertos consecutivos, que adiciona pressão pelos reflexos perfeitos. O esforço é bem recompensado, visto que cadeias acumuladas resultam em maior dano implicado nos inimigos.
Ainda assim, o remake herda os problemas de balanceamento e desafio do original. O resultado é o mesmo do clássico: nível baixo de dificuldade, ainda mais para os veteranos.
É o exemplo do novo golpe especial em equipe que, independente da combinação, resulta em buffs e golpes de vantagem absurda. Não há como negar que os ataques são épicos e divertidos – formados por algumas das cinemáticas mais deslumbrantes, por sinal –, mas o poder conferido é tanto que depois de certo tempo passei a aplicá-lo apenas em situações de necessidade.
Por mais que desagrade aqueles que buscam dificuldade, os adicionais do remake, de fato, tornam a vida do jogador mais fácil. Uma das principais reclamações em relação ao clássico, o gerenciamento de inventário deixou de ser uma questão. Itens não são mais armazenados individualmente e, no caso de faltar espaço, as sobras são reservadas em baús de hospedarias.
O que faltou
Como já reiterado, a carência de desafio é a principal decepção em relação ao remake de Super Mario RPG. Não apenas um modo difícil faz falta, como também é uma pena que questões de balanceamento do original que precisavam de atenção não foram contempladas.
Em especial, Peach e Bowser continuam bastante roubados. É notável o quanto, a partir que eles se unem ao time e passa-se a contar com as curas da princesa e o ataques e status amedrontador do vilão, o desafio que torna a primeira parte do game interessante é comprometido.
É estranho, além disso, que o desenvolvimento não tenha aplicado soluções recorrentes dos atuais remakes de RPGs clássicos. Por exemplo, a opção de avanço rápido em batalhas para grinding e encontros repetidos seria bastante útil aqui.
Outro problema que notavelmente ficou sem a devida atenção são as sequências de plataforma que homenageiam o gameplay clássico de Mario. Os controles nessas partes continuam escorregadios e desajeitados e, ainda mais com a inerente câmera isométrica, o resultado continua frustrante.
Um remake que chega quase 30 anos depois também seria a oportunidade ideal para concentrar os minigames em um menu de fácil acesso, conferir locução aos personagens (mesmo que mínima, pois continua sendo estranho vê-los tão silenciosos) e novo conteúdo de história. A ausência de todos esses possíveis bônus, sendo assim, faz barulho na experiência.
Quem deve jogar?
Mesmo sem contar com mudanças necessárias, Super Mario RPG permanece uma das aventuras mais charmosas e excêntricas do encanador. O remake mantém as interações hilárias com fidelidade, além de ampliar a magia do original com um dos tratamentos estéticos mais impressionantes do Switch.
Sendo assim, se você é fã de RPGs clássicos e ainda não teve contato com essa incrível jornada que marca o encontro de Mario e Final Fantasy, o remake é sem sombras de dúvidas a forma mais moderna e acessível de experienciá-la.
Se estiver entre os fãs do original, porém, saiba que esta é uma aventura fiel ao clássico com gráficos impressionantes, mas que decepciona como Remake.
O Remake de Super Mario RPG chega para Nintendo Switch em 17 de novembro.
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- Lançamento
17.11.2023
- Publicadora
Nintendo
- Gênero
RPG, aventura
- Testado em
Nintendo Switch
- Plataformas
Nintendo Switch