Se, por um lado, Sonic Frontiers está entre os títulos mais aguardados do ano, por outro, o jogo despertou diferentes emoções nos fãs ao longo das revelações feitas desde o anúncio. Isso porque, até aqui, a SEGA manteve uma escolha muito evidente de revelar apenas informações soltas e trechos de gameplay repletos de mistério, em um mundo nunca antes visto nos 30 anos de franquia.

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A proposta é bem nítida: Sonic Frontiers apresenta o futuro de Sonic nos videogames. Isso, quem afirma e faz questão de repetir mais de uma vez em entrevista ao The Enemy, é o diretor do Sonic Team, Takashi Iizuka.

Durante a Gamescom 2022, que aconteceu na Alemanha, entre os dias 24 e 28 de agosto, tive a chance de jogar um trecho de gameplay inédito de Sonic Frontiers e conversar com Iizuka-san, que falou um pouco mais sobre o desenvolvimento do game.

A FAMOSA "ZONA ABERTA" E O FOCO EM VELOCIDADE

De acordo com IIzuka-san, o maior desafio no desenvolvimento de Frontiers, foi equilibrar os momentos de ação típicos de Sonic com o conceito de uma “Zona Aberta”. Foi necessário entender como inovar, mantendo o principal aspecto de Sonic: a velocidade.

"Sonic the Hedgehog começou como um jogo de ação em plataforma 2D e, então, evoluiu para o 3D com Sonic Adventure. Agora, vemos Sonic Frontiers como uma nova evolução: o conceito da Open Zone, que é basicamente correr por aí e fazer o que Sonic já fazia, mas, em vez de seguir um formato linear, isso é focado em um espaço aberto", contou.

Nos primeiros vislumbres de trailers e gameplay, alguns fãs ficaram preocupados com a possibilidade de encontrar um mundo aberto vazio. Mas, de acordo com o diretor, essa preocupação também faz parte do Sonic Team.

"Colocamos chefes para os jogadores enfrentarem, enigmas que os façam querer parar para resolver. Tivemos de incluir colecionáveis que desafiem as pessoas a saírem à procura. Pensamos em como cercar o jogador o tempo todo com coisas interessantes, não importa onde ele esteja”, afirma.

Considerando que a ideia de mundo aberto é frequentemente ligada a jogos de RPG, como Breath of the Wild, por exemplo, as comparações podem levar os jogadores a confundir a proposta do jogo. Iizuka afirma: "Queremos que você se lembre de que estamos fazendo um jogo de ação. E estamos fazendo isso em um conceito de zona aberta. Frontiers não é um RPG, e a intenção não é explorar o mundo como em um jogo de RPG. É realmente um jogo de ação e a zona aberta foi a solução encontrada para trazer essa experiência de ação 3D."

O CYBER SPACE

Sonic observa o horizonte.

Momentos lineares ainda darão um respiro aos jogadores que não querem explorar apenas a Zona Aberta. Esses trechos são encontrados no Cyber Space, que funciona, basicamente, como o que já conhecemos de Sonic — correr do ponto A ao ponto B o mais rápido possível, no estilo Time Attack.

"Quisemos preservar isso no gameplay que tantas pessoas gostam. Mas, quando falamos sobre o significado do Cyberspace na trama, é quando o Sonic acessa os portais e vai para um mundo digital. E esse mundo digital é feito por suas memórias. Então, todos os lugares e todas as coisas que o Sonic viveu são os blocos que formam esse mundo", explica Iizuka.

Por meio do Cyber Space, encontraremos recriações da Green Hill Zone ou do Sky Sanctuary, por exemplo. Mas, de acordo com Iizuka, essas áreas são apenas partes da memória do Sonic. "Quando ele passa por esse portal, essa memória é recriada no formato digital desse Cyber Space", completa o diretor.

TOM MAIS SÉRIO QUE NOS JOGOS ANTERIORES

Sonic corre olhando para o lado.

Já sabemos que figuras conhecidas como Knuckles, Tails e Amy fazem parte da jornada de Sonic, mas é possível que as encontremos com uma participação muito mais complexa do que já vista na franquia até aqui.

A trama se passa após Sonic e amigos serem “sugados” até o Cyber Space. Apenas Sonic consegue escapar, e cabe a ele resgatar os amigos, presos pelas memórias nesse mundo digital.

De acordo com Iizuka, o tom de Sonic Frontiers é muito mais sério em relação aos jogos anteriores. "A ilha em si é muito misteriosa, e as coisas que acontecem naquela ilha são apresentadas em um tom mais sério. Nós queríamos que os personagens também refletissem isso e tivessem uma atitude mais preocupada sobre o que está acontecendo."

INIMIGOS

Sonic está chocado.

Além das figuras simpáticas, também enfrentaremos criaturas hostis e, por tudo o que já foi revelado até agora sobre o jogo, ficou claro que o ouriço terá de lidar com ameaças inéditas e um tanto… contrastantes com o pequeno raio azul.

Algumas criaturas possuem estruturas mais humanoides. Outras parecem formas geométricas que se conectam e ganham vida. Quando questionado sobre o design dos inimigos, Iizuka revela que tudo faz parte da narrativa.

"Frontiers se passa em uma ilha na qual Sonic nunca esteve. Queríamos ter a certeza de que os inimigos também representassem esse mistério de uma ilha nova não explorada. Eles não se parecem com robôs de Robotnik. Estamos apresentando criaturas nunca vistas na franquia."

Sonic Frontiers será lançado em 8 de novembro para PS5, Xbox Series, PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.