Se Need for Speed e Burnout são jogos muito arcade e Gran Turismo e Forza Motorsport são muito simulador, Race Driver GRID 2 chega a outro patamar com uma mistura de gêneros. A continuação do título lançado pela Codemasters em 2008, Race Driver: Grid, traz um equilíbrio entre os dois tipos de jogos e oferece diversão na dose certa para quem quer um jogo casual ou de simulação.

Mesmo sem tanto impacto quanto o causado pelo primeiro GRID, o título traz grandes atrativos para os jogadores ao introduzir uma interface atual. Você encarna a pele de um piloto escalado para fazer parte da equipe de Pratick Callaham - um veterano das corridas de rua que quer ganhar destaque e tornar o seu grupo um dos melhores (ou o melhor) do mundo.

O interessante é que - de uma forma bem intuitiva e simples - o jogador logo saca como são as ferramentas gerais. A missão do jogador é participar de diversos tipos de corridas que variam entre objetivos e dão fãs nas redes sociais. Quanto mais vitórias, drifts, loucuras e delírio for dado ao público durante as corridas, mais fãs você ganha no Youtube e afins.

Equipe de sucesso


O dono da equipe e narrador Pratick Callaham serve como um excelente assistente e dá todas as dicas necessárias para tornar o jogador um piloto de sucesso. Isso fica ainda mais fácil pela ótima localização do game, que está totalmente em português e com boa dublagem. Mesmo assim, neste ponto, o jogo peca e tira um pouco da imersão com dicas repetitivas de Callaham antes das provas. Mas nada que quebre a adrenalina e diversão de participar das corridas.

GRID 2 dá um show de belos gráficos, luzes, reflexos e texturas. Todas as pistas, que incluem cidades como Chicago, Dubai, Paris, Miami, contém detalhes minuciosos e são retratadas muito bem para que o jogador se sinta nas ruas enquanto afunda o pé no acelerador.

A mistura de arcade e simulação fica interessante na hora de realizar as provas que variam em corridas básicas; contra diversos oponentes; um contra um; modos de tempo mais rápidos ou sequências de ultrapassagens. Dependendo do carro utilizado, há diferenças na potência, aceleração e principalmente no “peso” na hora de pilotar. O que influi diretamente em quanto é preciso manter firmeza ao fazer uma curva e como a derrapada será completada.

Mercedes, BMW e flashbacks


Há cerca de 50 carros para serem adquiridos durante o jogo. Todos eles de famosas fabricantes como Nissan, Chevrolet, Volkswagen, Alfa Romeo, Mercedes, BMW, Ford, entre outras. Mas não há uma câmera de cockpit (aquela que foca o piloto) para ter a visão de dentro do carro. E o jogador não pode modificar ou “tunar” os carros com aprimoramentos no motor ou peças. A customização fica disponível apenas para a parte visual e em como serão dispostas as marcas dos patrocinadores no carro.

Por outro lado, o realismo está presente em relação aos danos do carro sendo possível destruí-los quase que por completo. Se você for um motorista insano, portas, para-choques e pedaços do carro podem cair e até mudar a jogabilidade durante a corrida. Um vazamento no radiador, por exemplo, pode aquecer o motor e o carro perder desempenho. Um dano no eixo faz com que o carro fique continuamente em curvas, e assim por diante.

Uma facilidade é que GRID 2 traz o botão “flashback” que faz voltar no tempo instantaneamente. Se você perde o controle do carro em um momento crítico ou no final de uma prova, não precisa perder a calma: basta pressionar o botão “flashback” e retornar ao momento antes do erro.

Acelerando online


Se o modo para um jogador oferece diversão de sobra, o modo multiplayer estende um pouco mais o fator replay. As buscas por partidas colocam o jogador em salas com oponentes de níveis semelhantes, e as corridas são realizadas por carros comprados à medida que os jogadores avançam, conquistam vitórias e completam desafios. Isso dá vida útil e desperta interesse no jogador, já que no começo os carros são um pouco mais fracos e com o tempo é possível comprar veículos mais potentes.

GRID 2 é um excelente jogo de corrida e chegou ao mercado em uma hora propícia, pois há concorrentes à altura no mercado entre os lançamentos. E mesmo que tivesse é um título que merece destaque pelo requinte técnico e apresentação caprichada que casa muito bem com os tempos atuais.

Nota do crítico