Intergrade, a versão de Final Fantasy VII Remake otimizada para PS5, veio acompanhada do capítulo InterMISSION, protagonizado por Yuffie Kisaragi. Originalmente, Yuffie era uma personagem opcional de Final Fantasy VII, mas tudo indica que ela receberá o tratamento adequado desta vez. Atenção, spoilers abaixo.

Yuffie em InterMISSION.

A introdução de InterMISSION dá uma boa ideia de como a história se desenvolverá. Yuffie, obviamente, é tão extrovertida e otimista quanto nos lembrávamos, o que leva a ótimos momentos de alívio cômico. Contudo, sabemos que o universo de Final Fantasy VII está longe de ser um lugar feliz. Não demora até que o jogador se depare com misteriosos personagens encapuzados (cuja importância para a história tende a crescer muito nos próximos episódios da recriação).

Personagem de capuz em InterMISSION.

Tal qual a introdução, tudo no capítulo de Yuffie oscila entre o encantador e o amargo. Por mais recheada de personagens simpáticos que esteja, Midgar é uma cidade deprimente. Apesar dos amigos da protagonista serem extremamente amigáveis, sabemos o destino do Setor 7 desde o começo. A trágica beleza de revisitar uma cidade condenada é justamente se apaixonar por quem mora lá ao ponto de nos esquecermos do destino de muitos deles. E quando isso é jogado na cara do jogador, ao final da jornada de Yuffie, é impossível não se inconformar com a injustiça e o horror proporcionados pela Shinra.

Sonon e os amigos de Yuffie.

A riqueza em detalhes nesta nova passagem por Midgar impressiona. Revemos praticamente todos os personagens secundários do jogo original, com direito a participações de Tifa, Barret, Biggs, Wedge e Jessie, momentos depois da missão em que Cloud se separa do grupo e cai na igreja de Aerith. Isso serve, inclusive, para reforçar como a Avalanche é um grupo muito maior do que parece — Yuffie, a princípio, se envolve apenas com o grupo menos "extremista" da organização, sendo a equipe de Barret considerada a mais perigosa.

Biggs, Tifa e Barret.

Ao mesmo tempo em que pode ser emocionante se encontrar novamente com todos os coadjuvantes que adoramos, até mesmo alguns menos relevantes para a trama, como a menininha que pede ajuda para encontrar três gatos em Final Fantasy VII Remake e Kyrie, é difícil não questionar se esse capítulo extra era realmente inviável no PS4. Afinal, praticamente todos os cenários são idênticos aos do jogo base. Em termos de mecânicas, também não existem tantas inovações assim. A principal diferença, provavelmente, são os ataques sincronizados entre Yuffie e Sonon Kusakabe, personagem criado exclusivamente para InterMISSION.

Jessie, Roche e Kyrie.

A relação de Yuffie e Sonon talvez não seja tão bem desenvolvida quanto muitos jogadores gostariam, mas funciona bem o bastante para que o clímax da história seja poderoso. Em termos de jogabilidade, por outro lado, eles se complementam muito bem.

Yuffie e Sonon.

O estilo ninja de Yuffie faz com que ela funcione tanto como combatente de longo quanto curto alcance. Sonon, por outro lado, é o típico personagem de combate corpo a corpo. Logo, se você acertar na estratégia, os inimigos não terão a menor chance. Apenas vale fazer um aviso aqui: não é possível controlar Sonon. Ao contrário do que ocorre no jogo base, o jogador se limita a controlar Yuffie e dar ordens a Sonnon, sem controle direto sob o personagem.

Sonon e Yuffie atacam.

Ao arremessar a estrela, Yuffie consegue fazer combos à distância usando o botão de golpes normais. Esses ataques tanto podem ser neutros quanto elementais de gelo e fogo (caso você ative os respectivos ninjutsus). Na boa? Talvez Yuffie seja mais versátil do que todos os personagens do jogo base. Bom, eu também posso ter sido simplesmente conquistado pelo fator novidades após jogar Final Fantasy VII Remake sabe-se lá quantas vezes.

Yuffie.

Não bastassem as emoções despertadas pelo capítulo da Yuffie, InterMISSION traz cenas extras com Cloud, Aerith, Tifa e Barret após a conclusão de Final Fantasy VII Remake. Ou seja, o coração dos fãs vai bater mais forte por um bom tempo na reta final do capítulo inédito. Ver a chegada de Cloud e dos demais em Kalm, assim como os laços de amizade que eles criaram entre si em um contexto pacífico, causa um arrepio que simplesmente não podia ficar de fora do texto.

Cloud olha para o grupo.

Nitidamente, InterMISSION me conquistou. Se a Square Enix decidisse lançar mais dois capítulos neste formato, eu jogaria com a certeza de que a experiência valeria a pena. Como isso não deve acontecer, faço outro apelo: liberem Fort Condor como um minijogo dos próximos capítulos também, é bem melhor do que eu pensava que seria.