O brasileiro é tido como o povo mais alegre e caloroso do mundo. Isso acontece porque somos movidos por sentimentos e colocamos paixão em tudo o que fazemos. Esta mesma paixão nos faz tanto ultrapassar barreiras do dia a dia, quanto realizar nossas maiores conquistas. A paixão pelo futebol que nos tornou a única Seleção pentacampeã é a mesma que nos faz colecionar títulos mundiais no FPS.

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Quem nunca ouviu falar do tal "Counter-Strike", que atire a primeira pedra. O jogo se tornou uma verdadeira febre nas lan houses lá no começo dos anos 2000 e pode-se dizer que foi um dos grandes responsáveis por despertar essa paixão do brasileiro por jogos FPS. Gênero que evoluiu e muito desde então, seja dentro da franquia CS, nos rivais Battlefield e Call of Duty, ou no recente VALORANT. Até hoje as pessoas descobrem o quão divertido é jogar FPS - seja em jogos antigos ou atuais - e se apaixonam.

Eu não sei você, mas eu passava fome na hora do recreio só para poder ter um dinheirinho a mais para colocar na lan house e poder jogar por mais tempo. E o que é o amor, senão abdicar de outras coisas, para tornar aquilo que somos apaixonados em prioridade?!

O CS foi o meu primeiro grande amor no FPS. Talvez o seu tenha sido outro jogo e, na verdade, isso pouco importa. A grande questão que nos une - desde o mais noob até o campeão mundial - é a paixão pelo gênero por trás do game. Até porque, foi a minha primeira, mas com o passar dos anos não se manteve como a única no First-person Shooter.

Não à toa, somos campeões mundiais em várias modalidades diferentes. Somos de CS 1.6, CS:GO, Crossfire, Point Blank, Rainbow Six: Siege e agora VALORANT - todos jogos FPS. Isso sem contar outros que bebem dessa fonte como Free Fire, PUBG e mais, em que também fazemos bonito.

O Brasil desenvolveu uma verdadeira paixão pelo FPS e é dela que nascem os grandes nomes, que vem os grandes títulos e que acontecem os grandes públicos, batendo recordes de transmissões, de vendas de ingressos e mais. Mesmo pelo computador, nas redes sociais, é possível ver como o brasileiro acompanha e vibra com cada momento das partidas. É bonito de se ver. Quando lotamos estádios então, ninguém nos segura.

Na VALORANT, vimos o nascimento do cenário levando tudo isso em consideração. Pelo nosso histórico, fomos considerados uma região Major, antes mesmo de qualquer partida internacional ser disputada. Tínhamos até duas vagas diretas para os campeonatos internacionais.

O início, no entanto, não foi fácil. Campanhas internacionais decepcionaram não só fãs locais, como o mundo. Perdemos uma das vagas e viramos até a chacota dos haters. Chegamos até mesmo a um período em que acreditávamos menos do que deveríamos. A famosa "Era do Medo". Mas, não por muito tempo… 

Demoramos um pouco para engrenar no VALORANT? É verdade. Mas, para quem acompanha os esports no Brasil, sabe que é normal. Na verdade, é a história de outros títulos internacionais se repetindo. O primeiro, lá em 2006, precisou de bolas na trave e tempo. A dominância de um ano inteiro do Rainbow Six, também - e outras.

Nós somos chatos mesmo. Somos persistentes. Somos apaixonados. Derrotas machucam, mas nunca nos derrubam. A famosa frase "Eu sou brasileiro e não desisto nunca", por mais que tenha até se tornado uma espécie de clichê, nos descreve muito bem. O Brasileiro já nasce na dificuldade e é forjado em uma constante luta. Para eles, talvez obstáculos sejam novidades. Para nós, é cotidiano. Encaramos sem medo.

Isso acontece pois não temos o mesmo investimento e a mesma estrutura de outras regiões. Além do fato do nosso país também não passar por um momento socioeconômico dos melhores. Ainda assim, mesmo atrás nesses pontos, nós superamos - e muito - na vontade e na raça, advindas da paixão que temos. Foi questão de tempo. É questão de tempo. E aconteceu mais uma vez!

Sim, mais uma vez o Brasil - desta vez com a LOUD - mostrou que é o país do FPS. E, por isso, também o país do VALORANT.

Eu diria até que provamos que alguns zumbis sentinelas por aí fizeram piada cedo demais. Mas isso é assunto para outro momento. O intuito do texto é engrandecer os brasileiros, assim como nós. Que se apaixonaram pelo FPS, também assim como nós. E, por nós, dominaram o mundo.