Na última segunda (23), a Riot Games transmitiu o sorteio da Fase de Entrada do Campeonato Mundial de League of Legends 2019, definindo o posicionamento dos 12 times que disputarão por vagas na Fase de Grupos do torneio.

Entre estas equipes está o representante brasileiro da competição, o Flamengo eSports. Agora classificado para seu primeiro evento internacional, o rubro-negro tem o desafio de representar a região no campeonato mais importante e acirrado neste final de temporada.

O time brasileiro foi sorteado para o grupo D, junto de Damwon Gaming, uma equipe coreana novata, e Royal Youth, time representante da Turquia.

Este foi considerado por muitos o "Grupo da Morte" da fase, justamente por ter uma forte equipe coreana - vale lembrar que a Coreia venceu o torneio Mundial por cinco anos em sequência - e pelo fato de que a Turquia é, historicamente, um rival do Brasil em torneios internacionais, tendo um estilo de jogo mais agressivo e punitivo do que o brasileiro.

Mas o que, de fato, torna esses adversários tão difíceis? E quais seriam as chances para o Flamengo vencê-los e avançar para a Fase de Grupos? Confira na análise abaixo:

Damwon Gaming (LCK)

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Riot Games/Divulgação

A equipe formada por Nuguri (topo), Canyon (caçador), Showmaker (meio), Nuclear (atirador) e BeryL (suporte) foi bastante mencionada nos últimos dois splits pela performance do seu elenco de novatos, que entrou na liga coreana apenas no início deste ano.

Diversos especialistas e analistas tinham altas expectativas sobre o grupo. Já Rekkles, atirador da Fnatic, chegou a mencionar que a Damwon era "o tipo de time que você quer num Mundial".

É muito difícil falar sobre a equipe sem mencionar suas principais peças, os solo laners Nuguri e Showmaker, que tem estilos de jogo muito próprios. Ambos procuram por vantagens no início da partida e quase sempre são eficientes em transferir recursos para o mapa.

Enquanto o topo joga de maneira mais independente, Showmaker é um mid laner que rotaciona bastante com o caçador, explorando um pouco mais da rota inferior. Canyon, por sua vez, é um jogador que oprime muito da selva do adversário e que busca jogadas fundamentadas em ganhar vantagem de tempo e, com isso, ter prioridade para realizar objetivos.

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Riot Games/Divulgação

Com um estilo de jogo rápido e agressivo, há quem diga que o time se inspira no estilo chinês. No entanto, ainda é um coletivo com fortes raízes coreanas, que procura executar jogadas apenas quando há maiores possibilidades de vencê-las.

A Damwon entende a necessidade da prioridade na rota do meio e utiliza disso muito bem para orientar suas ações no mapa. O time costuma utilizar Showmaker para cercar o mid e Nuguri no flanco, a fim de engajar lutas quase que inesperadas pelo oponente. Todos os jogadores são mecanicamente bons e entendem muito sobre seus papéis e o que precisam fazer para vencer.

Sem sombra de dúvidas, este é o time mais difícil de enfrentar na Fase de Entrada, e o Flamengo terá um grande desafio pela frente caso eles continuem jogando na sua melhor forma, alocando recursos para a rota inferior de BrTT e Luci. Não será uma boa ideia "sacrificar" a rota do topo para conseguir essa prioridade, ainda mais se Canyon e Showmaker jogarem em sua zona de conforto.

Royal Youth (TCL)

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Riot Games/Divulgação

A representante da Turquia deste ano surpreendeu e muito ao vencer a Supermassive por 3 a 2 na final regional. Com um estilo de jogo mais reativo, Armut (topo), Closer (caçador), Cyeol (meio), Pilot (atirador) e Tolerant (suporte) formam uma equipe que por vezes joga de maneira muito parecida com o time rubro-negro.

Dentre os pontos mais fortes desta equipe estão sua leitura do meta e do próprio adversário, assim como a adaptabilidade aos estilos de jogo. Nem sempre Closer prioriza a rota inferior e a do meio, que contam com dois coreanos, Cyeol e Pilot. Armut é um jogador que também pode ser mais independente, mas que entende muito bem as necessidades do time.

Diferentemente da Damwon, este não é um time que se evidenciou com figuras como Nuguri e Showmaker, mas que conta com jogadores habilidosos em todas as rotas e que constroem vantagens em cima de erros adversários.

Isso ficou claro na série final da Turquia, em que a Supermassive se mostrava um time agressivo e proativo, enquanto a Royal apenas criava condições para o contra ataque, o que levou a sua classificação no Mundial.

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Riot Games/Divulgação

A Royal Youth é boa em criar vantagens na rota inferior e no topo, mas têm algumas dificuldades no que se refere à sinergia entre meio e caçador - assim como o próprio Flamengo - o que eventualmente gera problemas em torno de decisões no mid game.

No fim das contas, seu estilo se baseia mais em controle de visão do que em planejar jogadas para conseguir objetivos, o que os diferencia bastante da equipe coreana.

É um time difícil, mas pode ser batido, especialmente se houver um bom plano de jogo e caso o Flamengo consiga aproveitar de suas fragilidades, como decisões mais lentas e uma maior reatividade. É importante ressaltar que o time brasileiro precisa ganhar da Turquia para ter chances de avançar na competição, mesmo que perca para a Damwon.

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Riot Games/Divulgação

Independentemente das condições de meta, as chances do Flamengo são reais. Muito mais do que um "Grupo da Morte", esse grupo era praticamente inevitável. Caso o Brasil queira avançar e trazer resultados melhores para a região em território internacional, é preciso começar a vencer times que tradicionalmente foram "pedras no sapato", como é o caso da Turquia.

O melhor estilo de jogo do Flamengo é capaz de bater de frente com os turcos, mas será muito mais complicado contra os coreanos, que vêm cada vez mais aprimorando sua velocidade e tomadas de decisões dentro da partida. Na questão mecânica, a Damwon também surpreende muito, e pode ser considerado o melhor time dessa Fase de Entrada.

A Fase de Entrada do Mundial 2019 de League of Legends terá início no dia 02 de outubro. A estreia do Flamengo será no dia 03 contra a Damwon Gaming, às 10h (Horário de Brasília), nos canais da Riot Games.