O Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) chegou ao fim e o Flamengo eSports foi o grande vencedor, como visto no último sábado (7).

A próxima etapa para a equipe e, por tabela, para o país é o Mundial de League of Legends 2019, com o Flamengo representando o Brasil

Conversamos com algumas figuras envolvidas no cenário para saber expectativas para o grande campeonato que está por vir.

Carlos Antunes, diretor de eSports da Riot Games no Brasil, por exemplo, disse em um bate-papo com o The Enemy que a temporada brasileira de 2019 surpreendeu a empresa positivamente, o que pode significar um melhor desempenho do país no Mundial. 

A gente gostou de uma coisa que aconteceu nessa temporada que não tinha acontecido nas anteriores, que é a rapidez na mudança de estratégia da primeira para a segunda etapa”, afirmou Carlos. “A gente viu uma transformação nas estratégias”.

E isso é muito bom. Se a gente quer [um bom] desempenho internacional, a robustez dos times brasileiros vem da capacidade de uma resposta rápida. A gente não pode esperar 1 ano, para no ano seguinte fazer alguma coisa”.

Tempo de resposta e preparação extra

Para o diretor de eSports da Riot Games no Brasil, o tempo que os times levaram para se reorganizar e voltar a agir aconteceu entre pouquíssimas rodadas, sem deixar que isso se arrastasse pelo Split inteiro. 

Flamengo eSports ganha o 2º Split do CBLoL 2019
Jessica Pinheiro/The Enemy

A gente precisa dessa velocidade, dessa capacidade de entender os erros e corrigir, responsabilizar-se pelos erros ou tomar decisões”

Ele ainda acrescenta que a Riot ficou ficou muito feliz de ver “cada time do seu jeito dando uma mexida [nas estratégias] e chegando num resultado bastante interessante”.

Sobre o Mundial em si, Carlos indica que o time que irá representar o Brasil precisa de uma preparação extra, já que o cenário (e a pressão) será maior e diferente.

Existe um momento em que o time precisa passar por uma preparação para ir para os palcos internacionais”, disse Carlos.

[Eles] já aprenderam a diversificar mais suas estratégias (...) e isso habilita eles a terem mais capacidade de resposta nos jogos das ligas internacionais”.

Por fim, o diretor de eSports reitera que o time vencedor está melhor preparado, “mas [ainda] existe uma preparação da mudança do palco que as organizações precisam fazer”.

É necessário profissionalização e amadurecimento no cenário

Tácio Schaeppi, narrador de League of Legends bastante conhecido no cenário também nos contou em entrevista sobre o Mundial: “A gente tem uma possibilidade de ter um desempenho melhor”.

Opinião do Schaeppi sobre o Mundial de LoL
Jessica Pinheiro/The Enemy

O Flamengo se preparou psicologicamente. Tanto o brTT quanto a equipe está com acompanhamento psicológico; então eu sinto que as equipes estão mais preparadas tanto dentro quanto fora do jogo”.

Schaeppi acrescenta que tem expectativas mais positivas para essa próxima etapa, ou seja, o Mundial, mas ainda assim, tenta se manter o mais pé no chão possível:

Eu acho, sinceramente, que a passagem para a Fase de Grupos não é uma realidade. É um sonho a ser buscado, mas não impossível. Nosso primeiro passo é [entrar] na Fase de Grupos e quando isso se tornar mais habitual, a gente sonha em ir mais longe [no Mundial]”.

E o que exatamente poderia melhorar para que o Brasil torne esse processo algo mais natural? Segundo Schaeppi, começa com o profissionalismo e amadurecimento do cenário.

O que faz um time avançar é o profissionalismo e consequentemente o modo como ele trabalha. Toda vez que a gente entra nessa discussão, [tem-se esse pensamento de que] ‘ah, é cultural do Brasil ser assim’...”, comentou o narrador

E eu acho que a gente ainda tem que superar isso e começar a entender melhor como funciona o comportamento de um esportista. Nosso público e os nossos jogadores ainda são muito jovens”.

Por fim, Schaeppi acrescenta: “Com amadurecimento e passar do tempo, essa ideia e profissionalização vem mais fácil e faz com que a gente tenha um amadurecimento melhor como cenário para ir mais longe”.

Fé no desempenho do Flamengo

Rakin comenta expectativas para Mundial de LoL
Team Liquid/Reprodução

Rafael Knittel, mais conhecido como Rakin, que joga Teamfight Tactics (TFT) na Team Liquid, também deu seu parecer sobre o Flamengo no Mundial.

O Brasil está um pouco melhor. A gente é capaz de entrar na Fase de Grupos. Estamos com um jogo em que, ou vamos jogar muito bem ou vamos jogar muito mal, mas ainda assim vamos jogar com um game forte”, explica o jogador profissional de TFT.

Rakin, inclusive, era um dos que tinham o Flamengo como favorito enquanto o Rubro Negro ainda estava enfrentando a INTZ na grande final do CBLoL.

Por fim, a banda brasileira do Rio Grande do Norte, Far From Alaska, que compôs a canção “How Bad Do You Want It?” para a final do CBLoL também comentou rapidamente sobre as expectativas para o Mundial.

Acho que vamos fazer bonito. Não vai ser feio não”, afirma a banda com bastante positividade e paixão.

O grupo de stoner rock é composto pelo quarteto Cris Botarelli (baixo), Rafael Brasil (guitrara), Raphael Moreira (bateria) e Emmily Barreto (vocal). Todavia, só a vocalista se assumiu como “LoLzeira”, ainda que todos os integrantes joguem videogames aqui e acolá.

Durante o bate-papo, eles inclusive assumiram que estavam divididos entre INTZ e Flamengo, com dois membros da banda torcendo para cada um dos times finalistas.

O Far from Alaska também se apresentou ao vivo na final do CBLoL, abrindo com um show de cores, atitude e energia a competição que decidiria quem seria o representante oficial do Brasil no Mundial.

Fase de preparação para o Mundial de LoL

O Mundial de League of Legends 2019 acontecerá na Europa entre os dias 2 de outubro e 10 de novembro. Serão 24 equipes disputando pelo título de melhor time do mundo. O representante oficial do Brasil é o Flamengo eSports.

Na coletiva de imprensa, o time Rubro Negro afirmou que estava completamente focado na grande final nacional com uma vitória "entalada" e praticamente pronta pra sair; e, portanto, sequer pensou no Mundial.

Agora que eles detém o título de campeão brasileiro e vão representar o país internacionalmente, a equipe irá treinar e se preparar para encarar os outros times classificados pelo mundo.