A gente já sabe que o futebol despertou a verdadeira essência do povo brasileiro e se tornou parte da cultura do país. No virtual, isso agora também não é diferente: o Brasil voltou ao topo do mundo no FIFA, depois de 18 anos, com o título da FIFAe Nations Cup 2022 - a competição entre nações - do FIFA 22.

Além disso, jogadores e organizações brasileiras também marcaram seus nomes na história com resultados expressivos nas outras duas modalidades da FIFAe Finals 2022, a trinca de campeonatos mundiais do game. Logo, não é loucura afirmar que o ano de 2022 e o FIFA 22 podem ser considerados os melhores da história para o cenário brasileiro do jogo.

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Isso porque, além do expressivo título obtido como nação, o Brasil voltou a ter um jogador entre os oito mais bem colocados na FIFAe World Cup - competição entre jogadores - com Paulo Neto, do Atlanta United, e viu uma equipe local chegar à semifinal da FIFAe Club World Cup - competição entre equipes - com a MGCF, representada pelo treinador Alex Santos e pelos jogadores Gabriel Crepaldi e Felipe Barreto.

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Alex Santos (esquerda), Gabriel Crepaldi (centro) e Felipe Barreto (direito) (Foto: Divulgação/FIFA)

Como bônus, Edson, que também disputou a FIFAe World Cup e terminou entre o top 17-20, foi eleito o Rookie of the Season (Calouro da Temporada) do FIFA 22. Em outras palavras, o jogador da CM E-Sports foi considerado a grande revelação do competitivo do jogo.

O título da FIFAe Nations Cup 2022, o top 3-4 da FIFAe Club World Cup 2022, o top 7-8 da FIFAe World Cup 2022 e o Calouro da Temporada do FIFA 22 representam muito mais do que ótimos resultados para o Brasil. Na verdade, os ótimos resultados são a prova de que o cenário brasileiro do jogo conseguiu se desenvolver aos trancos e barrancos.

As principais organizações e as grandes marcas que estão presentes na indústria de esports no país tampouco se importam com o competitivo de FIFA. O máximo que se chegou a ter foram times de futebol que se aproximaram do cenário, inclusive do eFootball, por justamente se tratar da modalidade que mais se assemelha ao carro-chefe do clube, e não porque existe potencial de retorno ali.

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Klinger (esquerda), Crepaldi (centro) e PHzin (direita) posam com a taça da FIFAe Nations Cup 2022 (Foto: Divulgação/FIFA)

Para piorar a situação, o cenário brasileiro de FIFA não tem grandes incentivos da própria FIFA e da EA Sports, que focam em fomentar competições internacionais ao invés de desenvolver e consolidar torneios locais. A maioria dos campeonatos do jogo raramente realizados apenas para o Brasil e para a comunidade sul-americana são a partir de terceiros, incluindo até mesmo organizações.

Não entenda como a romantização dos grandes problemas que o competitivo brasileiro de FIFA possui, até porque são muitos e certamente renderia um texto maior e com um propósito diferente, é claro.

Mas entenda que uma coisa não exclui a outra: é mais do que necessário valorizar os jogadores e as organizações que fizeram o país se tornar uma das referências na modalidade mesmo diante da falta de incentivo.

Quem sabe agora, com uma campanha internacional de respeito e uma provável participação cada vez mais influente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e sua eSeleção, o competitivo brasileiro de FIFA possa se tornar mais atraente dentro da indústria de esports e, assim, provar que o Brasil também é o país do futebol virtual.