Um ex-executivo da Microsoft, Ed Fries, expressou sua preocupação com o possível impacto que o serviço de assinatura Game Pass da empresa pode ter na indústria de jogos.

Xbox Game Pass
Divulgação: Microsoft

Fries fazia parte da equipe original do lançamento do Xbox e saiu em 2004. Em entrevista, foi perguntado sobre o que faria se ainda fosse parte da equipe da Microsoft hoje.

Ele não deu uma resposta explícita, mas mencionou que estava com medo do impacto que o Game Pass poderia ter, caso se tornasse um modelo de negócios dominantes como o Spotify, por exemplo.

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O Xbox Game Pass foi lançado em junho de 2017 e se tornou algo central para o negócio de jogos da Microsoft, oferecendo acesso a mais de 100 títulos por uma taxa de assinatura mensal.

Em janeiro de 2022, o Game Pass tinha mais de 25 milhões de assinantes, segundo a Microsoft, então tem um longo caminho a percorrer se quiser atingir o nível do Spotify, que tem 182 milhões.

A Sony já reiterou que não pretende adotar o modelo do serviço de assinatura da Microsoft para a nova PlayStation Plus, por exemplo. O CFO, Hikori Totoki, comentou que o formato adotado pela empresa concorrente é arriscado para a PS Plus, pois a disponibilidade de títulos no lançamento “deterioraria” a qualidade de jogos AAA.

Na entrevista, Fries incentivou todas as empresas a serem cuidadosas com os modelos de negócio que criam. “A única coisa que eles estão fazendo que me deixa nervoso é o Game Pass”, disse ele. “O Game Pass me assusta porque existe uma coisa um tanto análoga chamada Spotify que foi criada para a indústria de música.”

“Quando o Spotify decolou, destruiu o negócio da música. Literalmente cortou a receita anual do negócio da música pela metade”, afirma. “Então temos que ter cuidado para não criarmos o mesmo sistema no negócio de jogos.”