Jogamos: Gears 5 renova a série com áreas de mundo aberto

O novo capítulo da popular série de tiro e ação da Microsoft chega para desafiar expectativas.

Quem diz isso é o próprio Rod Fergusson, diretor do jogo e também do estúdio canadense The Coalition, que desde o remake do primeiro Gears, de 2015, comanda o desenvolvimento da série.

Nos últimos dias o The Enemy visitou a The Coalition para testar Gears 5 por várias horas e entender como a franquia quer se renovar e surpreender - e saímos empolgados com o que vimos e jogamos.

Engrenagens em expansão

O prato principal do nosso teste foi a campanha, agora estrelada por Kait Diaz. Ela descobriu um terrível segredo sobre seu passado e herança e lidar com isso é parte da solução para acabar a guerra contra o Swarm, o novo grupo de monstros apresentado em Gears 4.

Rod Fergusson explica que Gears 5 é o maior jogo da série e ele não está brincando: o game traz fases absurdamente gigantes e bem maiores do que em qualquer capítulo anterior.

Isso porque ele vai apresentar áreas de mundo aberto, como já especulado por muitas pessoas pela internet ao ver as imagens do Skiff em ação, uma espécie de lancha com prancha (praticamente um wakeboard) que serve de veículo de transporte nessas partes.

Gears 5 vira mesmo mundo aberto nesses trechos, com missões secundárias de opção, caminhos secretos para explorar e itens raros para encontrar. O Skiff serve, inclusive, para guardar alguns equipamentos e possibilita um arsenal maior durante o jogo.

Pudemos jogar dois capítulos diferentes com essas áreas de mundo aberto - uma em um vale cheio de neve e gelo, outra em um imenso deserto - e achei interessante como o objetivo principal mudava conforme a história avançava, incentivando explorar ao máximo cada lugar.

A novidade não prejudica o estilo clássico de Gears e dentro desses trechos muitas missões se desenrolam ao estilo clássico, envolvendo corredores cheios de inimigos em que é essencial saber se proteger e utilizar as diferentes armas do inventário para se dar bem.

O inesperado drone invisível

Falando nos equipamentos, uma adição essencial à família em Gears 5 é Jack, um robozinho que agrega ao game surpreendentes elementos de stealth e RPG.

O drone pode aprender novas habilidades conforme o jogador encontra peças especiais pelos cenários. Jack pode cuidar de funções básicas, como recuperar vida ou dar choque em um inimigo, mas também traz skills que abrem outras possibilidades de estilo de jogo, como ficar invisível.

Fergusson explica que quer trazer para Gears 5 algo que aprendeu em Bioshock Infinite, que é colocar o jogador como aquele que inicia os combates. Em geral, as fases dos Gears antigos levavam o jogador a áreas em que ele já era recebido a tiros por inimigos e apenas precisava reagir. Já em Gears 5 aparecem trechos em que é possível pegar os inimigos de surpresa e planejar seus movimentos para evitar ao máximo o combate direto, o que torna a habilidade de invisibilidade de Jack algo essencial.

As habilidades podem receber upgrades e ficar mais fortes ou ganhar outras características e a qualquer momento é possível zerar a árvore de skills do robô e redistribuir os pontos, encorajando bastante experimentar tudo o que Jack pode fazer.

Ainda falando sobre a história, Gears 5 resgata boa parte do elenco principal de Gears of War 4. Nos trechos que jogamos a dupla Kait e Del era o foco, mas o lendário Marcus Fenix ficava como suporte à operação dando dicas pelo comunicador de áudio. Baird também marca presença, personagens novos entram na jogada e fiquei surpreso com JD Fenix: o protagonista do episódio anterior volta com visual e personalidade bem diferentes.

Horda de heróis

Durante a visita à The Coalition, o diretor Rod Fergusson explicou que a ideia principal com Gears 5 é fazer dele um jogo 5-em-1: Campanha, Versus, Horda, Escape e Criador de Mapas.

Desse buffet de opções, além da Campanha pudemos curtir também o Horda, uma das contribuições mais importantes de Gears para o mundo dos games de tiro e que volta com boas novidades.

Cada jogador do esquadrão agora pode encarnar um herói no campo de batalha. Cada um tem habilidades diferentes, incluindo uma Ult, movimento especial que pode variar desde um grande ataque em área até habilidades aprimoradas ou mesmo melhorias temporárias para toda a equipe.

A inspiração clara em MOBAs e outros hero shooters traz um ar de renovação ao Horda de Gears 5, além de abrir diversas novas possibilidades. Primeiro porque permite criar estratégias variadas com as diferentes composições de equipes com os heróis e habilidades, mas também pela constante expansão de elenco prometida pelos produtores.

O elenco que pudemos testar contava com 9 personagens, sendo 3 deles convidados de outras franquias - 2 de Halo Reach e Sarah Connor, de Exterminador do Futuro.

Abraçando todo esse cardápio variado de modos de jogo de Gears 5 aparece também um sistema de recompensas que Fergusson explica como 'uma espécie de Battle Pass gratuito'.

Atividades realizada dentro do jogo (incluindo missões diárias) rendem estrelas que ajudam a subir de patente. Cada promoção rende itens cosméticos, como novas skins para personagens ou banners para o perfil online. De tempos em tempos, a temporada muda e reinicia o progresso de patente dos jogadores, oferecendo a chance de evoluir do zero e conquistar um novo conjunto de prêmios.

Haverá também microtransações com dinheiro real para itens cosméticos e também a garantia de que não haverá qualquer tipo de loot box no game.

Gears 5 chega no dia 10 de setembro para Xbox One e PC com a promessa de uma imensa quantidade de conteúdo, com algo pensado e refinado para agradar todo tipo de fã da série e manter ele ocupado por bastante tempo.

Enquanto com Gears 4 vimos uma retomada competente do legado da série, neste novo episódio podemos apreciar uma visão muito mais profunda e requintada do que a The Coalition planeja para o futuro.

* O jornalista viajou a convite da Microsoft