Devil May Cry 5 mostra que o tempo fez bem à franquia.

O último capítulo da série principal já tem dez anos - sei que temos DmC, mas este foi desenvolvido pela Ninja Theory, fora da Capcom -, e é fascinante pensarmos como os jogos de ação mudaram de lá até aqui, deixando de lado o ritmo frenético em prol de combates mais cadenciados.

Nesse vai e vem de tendências, o game que surge em 2019 para PlayStation 4, Xbox One e PC - e que tivemos a oportunidade de testar em sessão realizada pela Capcom em São Paulo nesta semana -, é, ao mesmo tempo, familiar e muito ligada a direção para onde o gênero está indo.

O segmento do teste, que estreou na Gamescom 2018, mostra um dos três protagonistas do game, Nero, em um esquema de combate que, à primeira vista, não denota muitas mudanças em relação aos Devil May Cry anteriores. O ritmo do combate continua rápido (mas não tão rápido quanto Bayonetta, por exemplo) e com uma profundidade extensa, dividida no já tradicional sistema de estilo.

Ou seja: quem quiser continuar macerando botões não deve ter problema em Devil May Cry 5 (ao menos contra inimigos mais simples), mas o ideal mesmo é ir variando ataques de espada, arma e dos braços, para conseguir pontuações melhores.

Falando em braços, é aqui que reside uma das principais mecânicas inéditas da continuação, ao menos com Nero: a possibilidade de equipar diferentes tipos de braço.

A estrela de Devil May Cry 4 perde o Devil Bringer, o braço superpoderoso que serve de manifestação dos seus poderes demoníacos. No lugar, vem uma solução tecnológica: o Devil Breaker, um braço mecânico que pode e deve ser trocado, já que ele quebra no decorrer de seu uso.

Criado por Nico, a companheira de Nero apresentada no primeiro trailer do game, o Devil Breaker não é apenas um simples ataque a mais no arsenal do personagem. Com o braço, é possível puxar inimigos para perto de si e utilizar até mesmo sua fragilidade como arma: você pode sobrecarregá-lo para soltar golpes especiais.

Além disso, há oito variações diferentes de Devil Breaker, cada uma com sua especialidade. A demonstração tinha dois: o Overture, que dá choques, e o Gerbera, que dá a Nero um impulso no ar e dispara um poderoso raio direcionado ao ser sobrecarregado.

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A demonstração deixa bem clara que Devil May Cry 5 quer que você se desapegue dos braços: havia Gerbera e Overture por todos os lados no cenário. Nero pode carregar até quatro Devil Breakers, e não há como escolhê-los: se você estiver equipado com um Overture e quiser usar o Gerbera, terá de quebrar o Overture para realizar a troca.

Enquanto esses itens deixam clara a sensação de que são descartáveis, há também o perigo de ficar sem um Devil Breaker, deixando Nero com apenas um braço, o que o deixa menos versátil e menos ágil nos combos, já que ele não pode utilizar pistolas e espadas com a mesma rapidez.

A mecânica dos braços, o principal chamariz da demo, dá uma camada de complexidade bem-vinda aos combates de Devil May Cry 5 - ao menos com Nero - já que cada braço leva vantagem com um tipo diferente de monstro. Ao final da demonstração, por exemplo, havia um chefe gigante que ficava bem mais fácil com o uso do Gerbera, cujo impulso no ar permite um deslocamento ágil e esquivas melhores.

E tudo isso se resume ao gameplay de Nero, que é apenas um dos três protagonistas de Devil May Cry 5. Resta ver como se comporta na batalha o icônico Dante Sparda, com sua nova arma composta da própria moto. Resta, também, descobrir quem é o terceiro e misterioso personagem jogável, que está até na capa do game.

As respostas devem vir até o início de março do ano que vem, quando Devil May Cry 5 chega para PlayStation 4, Xbox One e PC.