The Last of Us nunca foi um jogo que buscou agradar o seu jogador, mas o envolvimento emocional que o jogo exige é fichinha perto do que a continuação, The Last of Us: Parte II, vai demandar.

Pelo menos esta é a impressão deixada pelas primeiras horas da versão final do jogo, a qual o The Enemy já tem acesso. Nosso review completo sai nos próximos dias e tampouco abordaremos eventos-chave da história neste texto, que engloba apenas uma seção intitulada "Procurando Nora", que ocorre em um momento mais avançado da aventura.

O segmento, que envolve a busca pela personagem supracitada nas ruas de uma Seattle tomada pela natureza, é relativamente conhecida. Se você está acompanhando atentamente os materiais de divulgação do game publicados pela Sony, a sequência inclui dois trailers de gameplay: o visceral combate de Ellie contra encapuzados no gameplay da E3 2018 e os confrontos com a milícia WLF (Frente de Libertação de Washington) no mais recente State of Play - incluindo a sequência inédita de 8 minutos no final da apresentação.

The Last of Us Part II
Divulgação/Sony

Em seus momentos de confronto, The Last of Us: Parte II é um jogo que jamais te deixará ficar parado. Os inimigos são mais espertos e reagem com mais imprevisibilidade e rapidez às suas ações. Os ambientes são mais amplos e permitem mais opções de movimentação, com pulos, agachamentos e oportunidades de se esconder em matagais, mas também há cachorros que podem sentir seu cheiro e perseguí-lo com facilidade.

(Aliás, nunca vou perdoar este jogo por me fazer detestar cachorros com tanta força).

Boa parte do que você faz em The Last of Us: Parte II carrega uma urgência que parece partir do desespero. Cercada por inimigos de todos os lados - sejam eles a WLF, o culto religioso dos Serafitas ou os próprios infectados -, Ellie age com uma mistura de instinto de sobrevivência afiado ao longo dos anos com uma raiva visceral nutrida por um desejo de vingança.

The Last of Us Part II
Divulgação/Sony

Na maior parte das sequências de ação, você verá a jovem acuada, cercada e em total desvantagem. O porte físico da protagonista é totalmente diferente de Joel, o que dificulta (mas não impossibilita) abordagens contra inimigos só na base da força. Partir pra cima dos outros sem um plano, ainda mais sem uma arma branca, é pedir para tomar tiros ou empurrões - o novo comando de esquiva será o melhor companheiro dos que quiserem "meter o loco".

Opções

Mas isso não significa que Ellie esteja indefesa. O que se perde em força, ganha-se em velocidade e furtividade. Ela é rápida e, em alguns momentos, correr é sim a melhor estratégia, ou até mesmo não tentar enfrentar os inimigos - outra possibilidade na continuação.

The Last of Us Part II
Divulgação/Sony

Dou um exemplo de encontro com a WLF. Estava em um pátio tomado por grama alta, intercalado por dois blocos de edifícios. A saída estava em uma porta no canto oposto ao meu. À minha procura, cinco membros da milícia, dois deles com cachorros, impedindo qualquer chance de ficar parado em um lugar para memorizar padrões de patrulha.

Depois de várias tentativas tentando neutralizar os oponentes (o que era bem mais difícil com o cachorro denunciando minha posição) ou partir para um confronto aberto, a melhor solução foi passar sem atacar ninguém. Me esgueirando pela grama alta, que dificulta a sua vista, passei por entre dois membros da milícia até me aproximar razoavelmente da porta. Dali, joguei uma garrafa para distrair o grupo - e o cachorro - e aproveitei o momento para passar despercebido.

As mudanças no design de cenário e as novas ferramentas de locomoção realçam as habilidades de Ellie e são um dos pontos altos da continuação. Enquanto o primeiro Last of Us distribui seus confrontos por arenas e a furtividade se resume a agachar para ficar longe da visão dos inimigos, a Parte II permite que a jovem pule entre plataformas e passe agachada por frestas de portas, paredes quebradas ou até mesmo vãos entre móveis. Como prometido pela Naughty Dog, os ambientes em The Last of Us: Parte II são, de fato, mais amplos e permitem ainda mais opções de ação.

The Last of Us Part II
Divulgação/Sony

As novas possibilidades se encaixam bem com o esquema de jogo já consagrado pelo primeiro The Last of Us, no qual é preciso escolher com muito cuidado quando usar suas preciosas balas ou quais itens fabricar com os poucos recursos disponíveis no cenário (curativos, molotovs, bombas e, sobretudo, flechas).

Infectados

Notou que chegamos até este ponto do texto e não tivemos nenhuma linha sobre os infectados que fizeram o terror no primeiro game? Pois é, na parte testada os inimigos que fizeram o terror no primeiro Last of Us assumem um papel mais utilitário na trama, mas não menos importante durante sequências de gameplay.

The Last of Us Part II
Divulgação/PlayStation

Como no primeiro game, os infectados continuam a povoar a maior parte das áreas do jogo e, em uma antiga aglomeração urbana como Seattle, é fácil encontrá-los à espreita em comércios ou casas abandonadas. A variedade dos infectados também aumentou, e estaladores (clickers) podem ser encontrados com facilidade ao lado dos corredores.

Para piorar, os trôpegos (shamblers, no original) fazem sua estreia na franquia. Este novo tipo de infectado atua como tanque, com uma resistência maior aliada à velocidade. Ele também é capaz de expelir nuvens ácidas que causam dano em Ellie e bloqueiam sua visão, tornando-a ainda mais vulnerável aos demais inimigos. Em locais fechados, os trôpegos podem ser um grande perigo para a jovem.

Seja contra humanos, seja contra infectados, o nível de detalhe na brutalidade salta aos olhos em The Last of Us: Parte II. Do sangue jorrando em esguichos ou em poças, dependendo dos cortes realizados nos inimigos, a membros decepados por explosões, a violência retratada de forma nua e crua, em um misto de ódio e senso de sobrevivência, choca com um fotorrealismo que poucos jogos na atual geração conseguiram alcançar.

Isto, é claro, é apenas um pedaço do que a continuação tem a oferecer. The Last of Us: Parte II chega em 19 de junho ao PlayStation 4, e teremos nossa análise completa do jogo em breve. 

  • Publicadora

    Sony

  • Desenvolvedora

    Naughty Dog

  • Gênero

    Ação

  • Plataformas

    PlayStation 4