A Apple terá que explicar a decisão de comercializar novos modelos da série iPhone 12 sem um carregador na embalagem à Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP). Na última terça-feira (27), o órgão notificou a companhia pedindo esclarecimentos sobre a questão, dando 72 horas para a Apple se manifestar.

Em entrevista ao jornal O Globo, Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP, afirmou que venda separada do aparelho e do carregador pode configurar "prática abusiva", já que um dispositivo depende do outro para funcionar.

Em uma nota publicada em seu site oficial, o Procon-SP lista uma série de questionamentos que foram encaminhados à companhia, incluindo as razões que fundamentaram a decisão e qual será o custo dos dispositivos ofertados em separado.

O órgão também questiona o que será disponibilizado para aquisição do consumidor para que seja efetuada a recarga; qual o tempo de previsão de carregamento do aparelho com o novo dispositivo; se o consumidor terá alternativa para utilização de outros dispositivos com a mesma função; e como se dará o atendimento em garantia, já que os itens serão comprados em períodos distintos.

Conforme anunciado pela Apple no evento de revelação do novo iPhone 12, o smartphone e suas variantes Mini, Pro e Pro Max, serão comercializados sem fones de ouvido ou adaptadores de tomada.

A empresa justifica esta mudança declarando que a remoção destes itens ajudará na diminuição de seu impacto ambiental, reduzindo seus números de fabricação de itens que requerem a mineração de metais raros.

Além disso, sem os fones e o carregador, as caixas dos novos iPhones serão menores, sendo possível mover mais unidades em menor espaço e diminuindo as emissões de carbono no processo.

A medida, no entanto, foi criticada pelos que argumentam que a decisão tem muito mais foco em aumentar as margens de lucros da Apple, já que os itens serão vendidos separadamente.