A Asus revelou oficialmente nesta segunda-feira (22) o ROG Phone 2, segunda geração de smartphones da Republic of Gamers e modelo que promete ser o mais avançado do mercado para quem busca um dispositivo focado em games, flutuando entre um smartphone de topo de linha e uma espécie de console portátil para jogos mobile.

Segundo a empresa, o ROG Phone 2 é resultado de uma série de aprendizados com o primeiro modelo da série, carregando vários elementos de design do antecessor, mas com melhorias de hardware e de funcionalidades baseadas em cinco pilares: performance, display, imersão, bateria e “horizontalidade”.

A convite da Asus, o The Enemy esteve em Taipé, Taiwan, durante um evento de prévia do smartphone e pode experimentá-lo em mãos por algumas horas – tempo suficiente para formar nossas primeira impressões do dispositivo.

Igual, mas diferente

Rafael Romer/The Enemy

A primeira vista, o ROG Phone 2 é bastante similar ao seu antecessor: o modelo traz o mesmo acabamento metálico e em vidro, além do mesmo design traseiro, com linhas retas e ângulos que remetem à temática gamer; o símbolo iluminado da ROG também permanece no centro da traseira do smartphone, com diferentes configurações que permitem fazê-lo pulsar, piscar ou ficar inativo durante o uso.

Com o smartphone em mãos, no entanto, algumas mudanças ficam claras. A primeira notável é no display, uma tela AMOLED maior que a da geração anterior, com 6,59 polegadas versus seis polegadas do ROG Phone original, e uma proporção mais fina e alta, de 19,5:9 polegadas – o que resulta em um visual mais moderno e um espaço melhor para consumo de conteúdo na horizontal.

As bordas da tela também são notáveis, algo proposital, seguindo a Asus, para garantir que o jogador não encoste os dedos na área sensível do display durante sessões de jogo.

Além das mudanças de dimensão, o display recebeu uma série de upgrades em relação à primeira geração do ROG Phone, e traz tempo de resposta de 1 ms e taxa de atualização de até 120 Hz – opções de 90 Hz e 60 Hz também estão disponíveis para quem quiser economizar na bateria.

O modelo promete ainda a menor latência de toque em um smartphone, reduzindo o tempo de resposta entre um comando dado no display e a execução da ação desejada na tela. Segundo a Asus, o smartphone conta com uma latência de 49 ms, superior a dispositivos como Samsung Galaxy S10+ e iPhone XS Max em testes internos da companhia.

Na prática, o tempo de resposta menor deve garantir mais agilidade ao jogador em relação a usuários de outros smartphones –, mas não foi possível testá-lo o suficiente durante nossa sessão com o tempo que tivemos com o ROG Phone 2 em mãos.

Performance

Rafael Romer/The Enemy

Para sustentar os recursos de exibição, o dispositivo é o primeiro a embarcar o novo Qualcomm Snapdragon 855 Plus, versão customizada do Snapdragon 855 que tem ganhos gráficos e de processamento – com frequência de CPU de 2,96 Ghz e de GPU de 675 Mhz, o que se traduz em um CPU 4% mais eficiente e uma GPU até 15% mais rápida.

Não foi possível realizar testes de benchmark durante o evento de prévia do ROG Phone 2, mas dados apresentados pela fabricante resultaram em performances superiores ao OnePlus 7 Pro, Galaxy S10+ e iPhone XS Max na renderização de gráficos 3D e processamento de dados. O ideal, é claro, é esperar pela versão final do modelo para realização de mais testes.

Ainda assim, o ROG Phone 2 rodou jogos sem engasgo algum durante a prévia que tivemos, reproduzindo títulos como Asphalt 9 e PUBG Mobile com fluidez. Com o display os 120 hz do display, a navegação por menus também é extremamente ágil e agradável.

Para manter o dispositivo resfriado, a Asus embarcou um sistema de três camadas no smartphone, combinando uma câmara interna de resfriamento com uma ventoinha interna e uma ventoinha externa. Há também um acessório extra, o AeroActive Cooler II, que ajuda na dissipação do calor que deixa o aparelho pela saída traseira.

A saída traseira, aliás, fica próxima a um dos pontos de apoio da mão esquerda durante a jogatina e pode esquentar os dedos do usuários consideravelmente. Combinado com o acessório de resfriamento externo, no entanto, o smartphone conta com ventilação suficiente para tanto os dedos do usuário quanto o próprio aparelho.

Para completar as configurações de hardware, o smartphone da Republic of Gamers embarca ainda 12 GB de RAM até 512 GB de armazenamento interno – o que, combinado com o processador, faz dele um dos mais poderosos Androids disponíveis no mercado.

Bateria

Rafael Romer/The Enemy

Para sustentar toda a performance, o ROG Phone 2 embarca um invejável bateria de 6.000 mAh – uma célula consideravelmente superior aos 4.000 mAh do ROG Phone original.

O tempo de vida real do dispositivo, é claro, só poderá ser testado após tê-lo por um tempo considerável em mãos, mas testes do laboratório interno da Asus, realizados com o display configurado a 60 hz, reportam um tempo de jogo de até 7,1 horas em PUBG Mobile – contra 4,7 horas no OnePlus 7 Pro e 5,1 horas no S10+.

Apesar de garantir um extenso período de uso, a bateria generosa do ROG Phone 2 pode apresentar uma desvantagem notável para alguns: o ROG Phone 2 é consideravelmente mais pesado do que a média de smartphones de topo de linha.

O peso não chega a atrapalhar quando o modelo é usado com as duas mãos para se jogar games mobile ou assistir a conteúdos de vídeo, mas faz a operação com uma só uma ficar um pouco mais complicada do que com dispositivos mais leves.

Feito para ser operado na horizontal

Rafael Romer/The Enemy

Falando em usar o ROG Phone 2 na horizontal, vale destacar a série de recursos embarcados no smartphones que fazem dele um modelo pensado para jogos mobile – que variam desde novas funcionalidades até o redesign de componentes para garantir ergonomia ao modelo.

O destaque fica por conta dos AirTriggers II, nova geração dos gatilhos digitais na lateral direita que servem como botões extras para jogos. Os gatilhos tiveram melhorias de hardware e otimizações de software em relação aos instalados no ROG Phone original e estão mais responsivos, além de permitir uma nova interação deslizando os dados por cima.

Os gatilhos também podem ser configurados livremente através de um software de overlay especial do ROG Phone, remapeados para realizar um clique digital em qualquer lugar da tela – durante uma partida de PUBG, por exemplo, é possível configurar um deles para disparar a arma.

Outra otimização para uso horizontal está na entrada USB-C redundante: além de uma na parte inferior do smartphone, há uma entrada na lateral esquerda, que fica virada para baixo durante partidas de games e não atrapalha o posicionamento das mãos do jogador com o cabo USB caso o smartphone esteja recarregando durante a jogatina.

Apesar de não ser necessariamente uma novidade em smartphones de topo de linha, ROG Phone 2 conta com dois alto-falantes frontais, na parte superior e inferior do dispositivo, que disparam o áudio de jogos diretamente na direção do jogador. Os novos alto-falantes também prometem um volume até 2,5 vezes superior ao ROG Phone original, e se mostraram bastante alto durante nossa sessão de jogos no barulhento evento de prévia do smartphone.

Ah, é claro, há uma entrada para fones de ouvido no modelo – além de uma entrada extra virada para baixo quando o dispositivo está conectado ao AeroActive Cooler II.

Imersão – e Joy-cons, aparentemente

Rafael Romer/The Enemy

Último dos cinco pilares, a imersão oferecida pelo ROG Phone 2 para games é resultado da sua coleção de acessórios, que inclui a já mencionada ventoinha AeroActive Cooler II, controles extras e mais. São esses acessórios, aliás, que fazem do ROG Phone 2 uma espécie de console portátil.

O grande destaque fica por conta dos controles que podem ser conectados ao ROG Phone 2, que agora são apelidados de Kunai e receberam um redesign em relação à geração anterior – e, de passagem, lembram bastante um par de Joy-cons, do Nintendo Switch.

Os controles exigem um conector externo que integra trilhos ao ROG Phone 2 e podem ser usado exatamente como os controles laterais do Switch, com duas alavancas analógicas, botões e um d-pad, além de gatilhos na parte superior e traseira.

Durante o curto tempo de teste que tivemos com os controles, a experiência jogando PUBG Mobile não foi das mais fluidas, com os controles deixando a desejar na responsividade, mas é possível que os modelos ainda passem por ajustes de software até o lançamento oficial do smartphone. No modo testado, o smartphone estava conectado a um dock que permite a execução de jogos em um monitor tradicional, o que pode também ter atrapalhado a experiência.

Também é possível encaixar os Kunai em um suporte próprio semelhante ao dos Joy-con, que permite conexão Bluetooth ao ROG Phone 2 para usar o smartphone com uma tela separada – e que pode, também a exemplo do Switch, colocada em cima de uma mesa.

Para quem quiser o megazord completo, o smartphone também terá o TwinView Dock II, um display extra de 120 Hz e 1 ms que pode ser anexado ao smartphone para transformá-lo em uma espécie de console portátil de duas telas, no qual o ROG Phone 2 serve como um controle e o TwinView como a tela propriamente dita.

Por fim, vale destacar as melhorias de software do dispositivo, que inclui a Armoury Core, uma aplicação nativa que centraliza todos os jogos instalados no smartphone e um único launcher e que permite o ajuste fino de sistemas do dispositivo, como customização dos AirTriggers, da performance da CPU, da latência e até da taxa de atualização do display.

Preço e disponibilidade

A Asus não revelou oficialmente o preço do ROG Phone 2, mas afirmou ao The Verge que o dispositivo terá um nível de preço similar ao original, que foi lançado pelo equivalente a US$ 899.

O lançamento internacional do dispositivo acontecerá em setembro. Ainda não foi confirmado se o modelo será lançado no Brasil.