Revelada nesta sexta-feira (30) pela Valve, a nova política da empresa para a divisão de receitas com a venda de jogos na plataforma Steam tem gerado polêmica entre desenvolvedores independentes.

A nova política cria duas novas categorias que favorecem grandes lançamentos dentro da loja virtual, com uma divisão de receita mais vantajosa para jogos que obtiverem uma receita superior a US$ 10 milhões.

Atualmente, a divisão de receita de um jogo vendido na Steam é de 70% para a produtora do jogo e de 30% para a Valve.

Com a nova categoria, jogos que lucrarem mais de US$ milhões terão uma divisão de 75% para a desenvolvedora e 25% para a Valve. Se um jogo ultrapassar US$ 50 milhões, a divisão será de 80% e 20%. A mudança já será aplicada a partir das vendas contabilizadas de 1º de outubro deste ano.

"A nossa expectativa é que essa alteração recompensará os efeitos de rede positivos gerados por desenvolvedores de grandes jogos, alinhando os seus interesses com os do Steam e da comunidade em geral", escreveu a Valve em um post nos fóruns da Steam.

A nova política, no entanto, gerou debate entre desenvolvedores independentes de jogos, com estúdios criticando e apoiando a decisão com posts nas redes sociais.

Rami Ismail, da desenvolvedora Vlambeer, de Nuclear Throne, ressaltou que a nova política da Valve seria um "subsídio" às grandes produções e uma forma de evitar que publishers tirem seus grandes lançamentos da Steam para lançá-los em suas próprias plataformas.

"Declaração da Valve, parafraseada: 'não se preocupem, grandes produções de jogos, nós alegremente subsidiaremos sua renda aumentada com os sonhos quebrados de desenvolvedores aspirantes que ficaram aquém de fazê-lo porque eles não têm influência e nós não nos importamos", escreveu.

Do lado oposto do debate, Kevin Simmons, designer de West of Loathing, ressaltou que a nova divisão ajudará a Valve a manter games AAA dentro da Steam, o que pode manter o interesse do público na plataforma e continuar beneficiando todos os desenvolvedores. "Se eles perderem o público da AAA, a Steam perde todo o dinheiro, pois há menos compradores", indicou.

Freya Holmér, cofundadora da Neat Corporation, concordou em parte com a política, considerando o movimento um "dedo do meio para desenvolvedores menores", mas com um lado positivo.

"A alternativa é que os ricos ficam *ainda mais ricos* fora da Steam, não trazendo mais pessoas para a Steam, tornando-se uma plataforma menos viável para todos os envolvidos, incluindo indies, bem como forçando os jogadores para outro cliente que não permite indies", escreveu.