A LG anunciou nesta segunda, 5 de abril, que sairá oficialmente do mercado de smartphones e dispositivos móveis por questões estratégicas de mercado, confirmando informação do The Korea Times, uma vez que estaria perdendo dinheiro no segmento desde 2015.

Em seu comunicado oficial, a LG se posicionou colocando a sua saída do mercado mobile como uma decisão estratégica, principalmente por se tratar de um segmento de mercado "incrivelmente cometitivo", e com essa saída seria possível que a empresa realocasse recursos importantes em outros setores como o de desenvolvimento de componentes para veículos elétricos, IoT (Internet das Coisas), casas inteligentes, robótica, inteligência artifial e soluções B2B, bem como plataformas e serviços.

O fim das operações globais pode afetar diretamente fábricas no mundo tudo, mas principalmente a planta da LG em Taubaté, com cerca de aproximadamente 400 funcionários alocados nas áreas de fabricação de celulares. Por conta das incertezas, esse funcionários aprovaram estado de greve em 26 de março para negociar sua situação.

A LG vem perdendo dinheiro no segmento de dispositivos móveis desde 2015, quando inclusive tentou vender esse setor da empresa seguindo o movimento da Nokia apenas um antes. Enquanto a Nokia conseguiu em 2014 um acordo de US$ 7,2 bilhões com uma Microsoft que ainda estava tentando emplacar os Windows Phone sem medir esforços, a LG não conseguiu um acordo e seguiu na produção e desenvolvimento de smartphones, apesar nunca ter conseguido garantir uma parcela representativa do mercado com seus modelos. 

Divulgação / LG

Ainda que alguns de seus aparelhos tivessem designs inovadores, como o LG Wing 5G, com dois displays que abrem em T, mesmo seus modelos padrões não chegavam ao mercado com recursos e valores bons o suficiente para bater de frente com Apple e Samsung, que já possuem uma base de usuários fiéis, e também não competiam com as opções intermediário premium de chinesas como Huawei, Xiaomi, ou mesmo da indiana Oneplus. Assim, a saída oficial da LG desse segmento não é exatamente surpreendente.

Divulgação / Xiaomi

Os aparelhos já lançados da LG continuarão ser comercializados enquanto restarem estoques e a empresa continuará a ofercer  suporte de software e hardware, mas por meio de empresas parceiras, variando de acordo com a região e os detalhes sobre essa operação não serão divulgados em comunicados globais, apenas locais.

Os funcionários empregados pela LG no setor, a princípio, não serão dispensados, sendo alocados em outros setores da empresa que consigam absorver esses conhecimentos e expertise de maneira a reforçar a competitividade da LG em diferentes segmentos relacionados a tecnologias móveis.

Crédito: Divulgação / Sony

Cada empresa adota medidas diferentes frente a competitividade extrema do mercado de smartphones, e a saída da LG não necessariamente representa uma definição permanente. A Nokia, dois anos após vender seu setor de smartphones para a Microsoft, voltou a este mercado, a Microsoft, mesmo com esse investimento pesado, optou por mitigar suas perdas matando os Windows Phone e a Sony que já operou mundialmente com modelos extremamente populares após a aquisição da Ericsson, passou a atuar apenas com modelos premium em mercados extremamente limitados.

Reprodução / GSM Arena

O mercado de smartphones é extremamente volúvel e a saída da LG, seja permanente ou apenas um retirada estratégcia, é reflexo direto da extrema competitividade, provando que vez mais não basta apresentar criatividade e eficiência atendendo ou criando demandas específicas, mas para continuar existindo no setor é imprescíndivel que haja equilíbrio para atender de maneira consistente o maior número possível de usuários dessa tecnologia que cada vez mais se prova como uma necessidade básica, e não apenas um artigo de luxo.