No começo de junho, a Motorola apresentou aqui no Brasil o Moto Z2 Play, segunda geração do Moto Z Play lançado no ano passado e um smartphone intermediário-premium com suporte para os Moto Snaps.

O Moto Z2 Play chegou com um design bem semelhante ao modelo do ano passado, mas assutou algumas pessoas por estar mais fino e – por conta disso – trazer uma bateria menor. No entanto, é preciso concordar com a Motorola: a redução não prejudicou o Moto Z2 Play, que agora ainda traz um hardware renovado que continua fazendo dele uma ótima opção na disputa pelo setor intermediário. 

Design, Bateria e Display 

Gabriel Pereira/The Enemy

Vamos começar falando do design Moto Z2 Play porque é aqui que as principais mudanças – e "não mudanças" – aconteceram.

A primeira vista, o Z2 Play lembra bastante o Z Play na linguagem de design, com as mesmas 5,5 polegadas e bordas curvas, mas mais robusto por conta do acabamento metálico na traseira.

A principal novidade é que o Z2 Play ficou mais leve, com apenas 145 g, e mais fino: são 6 milímetros de espessura contra 7 milímetros do modelo da geração anterior.

O argumento da Motorola é que isso deixaria a pegada do smartphone mais confortável quando os Moto Snaps estiverem sendo usados – o que é bem verdade. Snaps como o modelo de bateria aumentam consideravelmente a espessura do dispositivo, o que poderia deixar o manuseio complicado – especialmente para alguém com mãos pequenas. No geral, a redução se apresenta como uma boa escolha.

Mas o tamanho menor significou o sacrifício de alguma coisa? Sim e não.

Sim porque a bateria está menor: passou dos generosos 3.510 mAh do Moto Z Play para 3.000 mAh no Z2 Play.

Na prática, no entanto, isso não foi tão negativo: na experiência que tivemos com o Z2 Play em mãos ele se mostrou um monstro da bateria, durando tranquilamente mais de um dia de uso intensivo – mesmo sem o Snap de bateria integrado. Nos nossos testes de reprodução de vídeo, ele foi capaz de suportar mais de dez horas de streaming com brilho no máximo.

Esse bom desempenho energético pode ser atribuído a algumas coisas. Uma delas é o display Super AMOLED, que tem um bom brilho, mas tem resolução apenas Full HD (1080 x 1920 pixels), não Quad HD, como é o caso de muitos flagships atuais, que consomem mais bateria.

Outra coisa que ajuda é o processador Qualcomm Snapdragon 626, modelo apresentado no ano passado que também tem uma eficiência energética melhor do que a geração anterior.

Resumindo: se você é daquelas pessoas que não suporta um smartphone que te deixa na mão no fim do dia por causa da bateria, o Moto Z2 Play tem grande potencial para ser seu melhor amigo.

Hardware

Gabriel Pereira/The Enemy

Já que nós falamos do processador logo acima, vamos continuar com o que o smartphone traz por dentro.

São 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno expansíveis via cartão microSD.

Mesmo não sendo um dispositivo de topo de linha, a performance do Moto Z2 Play é tranquila e suave.

Reprodução/The Enemy

Nós não notamos grandes engasgos em nenhum momento, mesmo com múltiplos aplicativos rodando ao mesmo tempo. A performance do smartphone é sólida até para jogos mais recentes.

Nos nossos testes de benchmark, o smartphone registrou um resultado de 68137 no AntTuTu Benchmark e de 463 no Sling Shot Extreme do 3DMark.

Outro aspecto do hardware que retorna da geração é o leitor de digitais na parte frontal – que, para mim, é o lugar ideal para se colocar um sensor biométrico.

Ele  está um pouco maior quando comparado ao Moto Z Play e também mais preciso. O Z2 Play também herda do moto G5 a opção de transformá-lo em um botão Home para controlar o smartphone, substituindo os botões virtuais do Android por comandos dados ao sensor: deslizar o dedo para esquerda para voltar, desligar para a direita para mostrar a lista de apps abertos, e dar um toque rápido para retornar à tela de início.

Esse é uma das customizações bem-vindas que a Motorola traz ao Android 7.1.1 Nougat presente no dispositivo, que é bem próximo do Android puro e vem com pouquíssimos bloatwares desnecessários.

Entradas, conectores e Moto Snaps

Gabriel Pereira/The Enemy

Na parte de baixo do corpo do Moto Z2 Play nós temos a entrada USB tipo C e – ainda bem – entrada para fones de ouvido.

À direita ficam os botões de volume e um botão de bloqueio da tela, que vem com uma textura mais áspera para diferenciá-lo dos outros.

No alto está a gaveta para dois chips e cartão microSD e, à esquerda, nada. Também no alto está ainda o alto-falante do dispositivo, que poderia ser um pouco mais generoso e trazer graves mais marcantes, mas pelo menos fica em uma boa posição e não é tapado pela sua mão quando você estiver assistindo a um vídeo ou jogando alguma coisa.

Sobre os Snaps, a boa notícia é que o Moto Z2 Play mantém compatibilidade com todos os modelos lançados no ano passado para o Moto Z Play e Moto Z, incluindo a câmera Hasselblad True Zoom e a caixa de som da JBL.

Alguns novos Snaps também já foram anunciados e devem chegar nos próximos meses ao smartphone, incluindo o Moto GamePad – um Snap que acrescenta dois joysticks analógicos, botões direcionais e quatro botões de ação para jogos, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

Câmeras

10 fotos

1 de 10
+5 fotos
✖︎
Gabriel Pereira/The Enemy

Para encerrar, passamos às câmeras: a espessura fina do Moto Z2 Play obriga a Motorola a repetir o calombo do módulo da câmera na parte traseira, como já vimos em dispositivos anteriores da empresa – o que praticamente obriga o usuário a um Moto Snap de capa ou arriscar um risco na lente.

A câmera traseira recebeu uma redução na contagem de megapixels em relação ao modelo do ano passado e agora contabiliza e 12 megapixels com abertura 1.7.

A Motorola, no entanto, parece ter melhorado o pós-processamento do modelo, que tira boas fotos com seu autofoco laser, apesar do software um tanto quanto lento na hora do clique. Os vídeos podem ser gravados em 4K a 30 frames por segundo ou 1080p a 60 fps.

A câmera frontal, traz 5 megapixels e abertura focal de f/2.0. Você pode conferir uma galeria de imagens abaixo:

Vale a pena?

No final das contas: O Moto Z2 Play vale o investimento?

Aqui no Brasil ele chegou por R$ 1.999, um valor competitivo para o mercado de intermediários-premium e que é justificado quando levamos em consideração que ele traz um hardware atualizado para a categoria.

O smartphone é, sim, uma boa opção para quem quer apostar em um modelo com boa autonomia de bateria, performance sólida e modularidade.

Gabriel Pereira/The Enemy

Dito isso, vale ressaltar ainda que o Z2 Play é mais um upgrade do Z Play do que qualquer outra coisa – ele não ousa com grandes inovações. Então, se você já tem o modelo anterior,  seria difícil justificar uma atualização.

A não ser que você realmente esteja querendo as melhorias incrementais que ele traz na câmara e no hardware. 

Nota do crítico