Antes de dizer qualquer coisa sobre Transistor, eu gostaria de mostrar a trilha sonora do game. Sozinha, ela já bastaria como motivo para jogar o novo título da Supergiant Games (do também ótimo Bastion). Ouça:

Esta trilha sonora está longe de ser o único ponto positivo do game lançado há duas semanas, mas representa sua personalidade marcante. Tudo em Transistor instiga a curiosidade do jogador e torna a experiência algo mágico. Nenhum aspecto da história é dado de bandeja - os detalhes são espalhados pelos cenários, como em BioShock e tantos outros.

Características de Bastion são imediatamente reconhecíveis. Por mais que o ambiente mude, a atmosfera está lá. Logan Cunningham, que dubla o narrador no último jogo da Supergiant, agora é a voz da espada-título de Transistor. São deles praticamente todas as falas do game, já que Red, a cantora protagonista, perdeu sua voz.

A figura longilínea de Red percorre com pressa as ruas vazias de Cloudbank, uma cidade futurística construída sobre prédios ancestrais. Transistor é uma arma muito grande e pesada - resta apenas arrastar o equipamento pelo chão, espalhando faíscas pelo trajeto. É possível perder diversos minutos observando a personagem explorar os bulevares desertos.

Quase desertos, na verdade. Em cada área, Red é emboscada pelo Process, um programa de computador hostil que gera monstros variados. Estes encontros proporcionam alguns dos melhores momentos do game, cujo sistema de batalhas surpreende. A qualquer momento, a protagonista pode entrar em um modo de planejamento. Lá, o jogador decide os próximos movimentos, que são executados em sequência rápida. Depois, é preciso esperar alguns segundos para atacar novamente. Logo percebi que o ideal é manter um híbrido de ataques planejados e golpes espontâneos.

Estes ataques são escolhidos pelo próprio jogador, que adquire novas habilidades ao longo do trajeto por Cloudbank. Há apenas quatro slots para ataques. Porém, todas as habilidades podem ser usadas de duas maneiras: ativa ou suporte. Combinar diferentes ataques faz com que rajadas ricocheteiem, a invocação de aliados converta os inimigos para sua equipe, ou que os ataques pelas costas ganhem mais poder.

O sistema de escolha dos poderes é tão interessante que troquei minhas combinações em todas as possibilidades. Ao perder seus pontos de vida, você não recebe uma tela de fim de jogo, mas perde acesso a uma das habilidades. Para recuperá-la, é preciso percorrer mais dois save points. Em vez de punir o jogador, eles incentivam o pensamento criativo.

Pode ser que o planejamento de ações pareça complexo no começo, mas é só se acostumar. Em breve, você estará craque em acertar criaturas pelas costas e deixar um traço de explosões ao fugir. Enquanto isso, peço uma coisa: se estiver jogando na versão para PC, segure a tecla tab em um momento calmo. Ouça e olhe tudo ao redor de Red. Tem como não se apaixonar?

Transistor tem versões para PlayStation 4 e PC.*Na seção Programa de Indie, os redatores do Omelete indicam jogos criados por produtoras independentes. Deixe a sua opinião e compartilhe outros games nos comentários!