Quando uma continuação é lançada, sua tarefa primária é superar o antecessor - se possível, em todos os critérios técnicos. O primeiro Nioh, um dos filhos bem-sucedidos do "gênero" soulslike, agrada em geral por conta de sua narrativa bem amarrada e de seus personagens bem desenvolvidos; além de entregar um gameplay repleto de recursos novos, os quais ajudam a diferenciá-lo em meio a tantos outros.

Nioh 2, portanto, precisa superar essas características. E, até onde foi possível avançar no game (no momento de publicação destas primeiras impressões); é seguro afirmar que a continuação consegue ser melhor que seu antecessor em alguns dos elementos citados acima.

Uma das principais diferenças, como já anunciado anteriormente pela desenvolvedora Koei Tecmo, é a possibilidade de criar um avatar. No primeiro Nioh, o protagonista da aventura tinha nome, voz e personalidade e, no segundo game, é o jogador quem personaliza o personagem principal da vez - um recurso já conhecido nos SoulsBorne da FromSoftware.

O criador de personagens possui inúmeros recursos, o que significa que os jogadores podem passar horas, se quiserem, criando seu protagonista. Será possível mexer na altura, no posicionamento das sobrancelhas, tatuagens e tantas outras características que tornarão únicos todos os bonecos criados. Afinal, como o jogo está muito bem trabalhado no quesito gráficos, todos os detalhes fazem muita diferença.

Além do avatar do jogador, outros personagens secundários também aparecem para auxiliá-lo durante a aventura. As missões principais e secundárias podem ser visualizadas em grande um mapa e, claro, vão aparecendo conforme o jogador avança na história.

Imagem de Nioh 2
Koei Tecmo/Reprodução

Por falar na história, o enredo de Nioh 2 se passa alguns anos antes da que foi apresentada no primeiro game. E aqui, a trama parece um pouco mais impessoal desta vez, por mais paradoxal que isso possa parecer. Afinal, a continuação coloca o jogador para se inserir dentro do game criando seu próprio avatar, diferentemente de Nioh, que tinha William Adams como personagem principal.

Além dele, diversas outras figuras históricas (em especial do Japão) apareciam na história e, em Nioh 2, alguns destes ainda aparecem, ainda que de maneira mais sútil. De toda forma, o foco não é mais essas pessoas que existiram no mundo real e foram adaptadas para os videogames, ganhando toques de fantasia e misticismo japonês.

Em Nioh 2, a trama parece ser conduzida pelo fato de que o protagonista é metade humano e metade yokai (ou demônio). E, felizmente, o personagem tira vantagem deste evento, utilizando sua forma demoníaca em combate quando possível. Existem, habilidades únicas que o avatar do jogador só consegue reproduzir quando transformado, além de técnicas especiais para revidar ataques mortais, por exemplo.

Por falar em combate, é na jogabilidade que Nioh 2 verdadeiramente brilha. O gameplay está mais refinado e preciso em termos de movimentação, especialmente nas lutas. E existem mais elementos para se gerenciar dessa vez, além da transformação em yokai, que é uma das novidades do gameplay.

Os Espirítos Guardiões estão de volta e, claro, cada um deles tem uma habilidade e formas próprias. Ainda é possível imbuir os equipamentos com os poderes dessas criaturas; e também existem mais armas e mais possibilidades de combos, o que significa que as árvores de habilidades para cada um dos estilos de luta (e cada uma das posturas de batalha) é imensa. E para ganhar os pontos de habilidade e ir desbloqueando as técnicas, basta usar e lutar bastante com as armas. Quanto mais batalhas são ganhas, mais o jogador é recompensado.

Imagem de Nioh 2
Koei Tecmo/Reprodução

Ainda falando de novidades, o game também apresenta o reino yokai, onde os demônios são mais fortes e possuem certas vantagens. Vale lembrar que, assim como no primeiro game, o Ki do personagem funciona como se fosse sua stamina (ou fôlego). É preciso gerenciá-la para tudo: para correr, para desviar, para defender, para executar parries e, principalmente para atacar.

Se o Ki acabar, o personagem fica impossibilitado temporariamente e, em batalhas, isso pode fazer toda a diferença. No reino yokai, o consumo de Ki é maior e os demônios podem criar campos de energia que absorvem ainda mais o fôlego do personagem. Nessas áreas, o cuidado precisa ser redobrado!

Todavia, se o jogador quiser, pode invocar ajuda de outros jogadores através dos túmulos benevolentes/azuis - e, da mesma forma que no anterior, pode reforçar a dificuldade ao chamar combatentes experientes via túmulos vermelhos/sangrentos. Obviamente existem recompensas diferentes para cada um deles.

Por fim, mas não menos importante, as pedras de Amrita continuam tendo sua importância. É através da junção delas que o jogador subirá de nível, escolhendo algumas (ou todas) especificações da ficha do personagem para aumentar, uma por vez. São elas: constituição, essência, coragem, energia, força, habilidade, destreza e magia.

As Amritas são, portanto, preciosas. E se o jogador morrer, como de costume em jogos do gênero, perderá todas as pedras. Será necessário, portanto, voltar ao local onde ocorreu a morte anterior e recuperá-las. E caso o personagem morra antes de alcançar a dita área, tudo será perdido para sempre (incluindo a barra de transformação yokai).

Imagem de Nioh 2
Koei Tecmo/Reprodução

Até o momento, as impressões de Nioh 2 são positivas. Está ainda melhor de jogar e é possível começar por ele, sem ter experimentado o primeiro game. Contudo, pensando como alguém iniciante em games do gênero, a continuação de Nioh pode parecer assustadora. Isso porque a imensidão de informações presentes na tela e a altíssima quantidade de recursos para se gerenciar pode ser assustadora para um jogador de primeira viagem.

O primeiro Nioh também é assim, cheio de informações e elementos (em termos de gameplay), além de uma história bem desenvolvida e cheia de personagens interessantes. Entretanto, o segundo game é mais impessoal no aspecto narrativo (mesmo oferecendo a personalização do protagonista), e possui uma jogabilidade ainda mais profunda - no sentido de quantidade de "coisas para se aprender e lidar".

O lançamento de Nioh 2 está marcado para 13 de março e o game será disponibilizado para PlayStation 4. O review do The Enemy está atualmente em progresso, o que significa que em breve, uma análise mais completa será lançada em texto e, eventualmente, em vídeo.

  • Lançamento

    13.03.2020

  • Publicadora

    Tecmo Koei

  • Desenvolvedora

    Team Ninja

  • Censura

    16 anos

  • Gênero

    Ação

  • Plataformas

    PlayStation 4