Os desenvolvedores de Marvel’s Avengers estão bastante confiantes com a proposta de enredo do game. O novo jogo da Crystal Dynamics traz muitas referências ao extenso universo de quadrinhos da Marvel, e é esse o tom que o estúdio deseja ditar para os jogadores: uma história imersiva que seja o principal fio condutor do jogo.

Em entrevista coletiva com algumas das cabeças por trás do game, o The Enemy teve a oportunidade de perguntar um pouco mais sobre os detalhes do enredo e as maneiras que ele se mistura com o gênero de Marvel’s Avengers - afinal, os trailers apontam para algo similar aos jogos de looting, que não são exatamente conhecidos por um enredo robusto.

Questionado sobre esse aspecto, Scot Amos, chefão da Crystal Dynamics, dá outro ponto de vista: “É um jogo sobre os Vingadores, certo? É um mundo cheio de histórias e narrativa, e para nós, você tem essas oportunidades completas de investir seu tempo onde preferir”.

Para nós, era essencial contar uma boa história dos Vingadores, e eu quero garantir que as pessoas entendam que há uma campanha completa, que é totalmente satisfatória até o seu encerramento, quando introduzimos um novo vilão”, ele completa.

Quadrinhos!

O enredo começa com os eventos do A-Day, um dia que homenagearia os feitos heróicos de Capitão América e cia., mas que toma proporções catastróficas após um ataque de Taskmaster, onde, eventualmente, o líder dos Vingadores perde sua vida.

Os Vingadores se separam e o mundo toma uma forma diferente, comandado pelas avançadas tecnologias da AIM. Kamala Khan, fã dos heróis que virá a se tornar Miss Marvel, descobre de alguns planos maléficos da organização, e tem como grande objetivo reunir os seus ídolos novamente para combater a empresa.

O objetivo final é derrotar M.O.D.O.K., uma das grandes mentes por trás dos projetos malignos da AIM - e também um inimigo bastante conhecido entre os fãs dos quadrinhos.

As HQs, por sinal, são a força motriz por trás da narrativa. Shaun Escayg, diretor criativo, mal menciona os personagens do Universo Cinematográfico da Marvel ao falar sobre as inspirações para o game: “Na verdade, nós bebemos dos 80 anos de história da Marvel, e nos inspiramos nela para trazer uma versão nova dos Vingadores, a nossa versão dos Vingadores”.

Ele ainda menciona que algumas das referências utilizadas, como as versões dos Vingadores que tenham lutado contra MODOK e que tenham passado por uma catástrofe como a do A-Day, foram todas retiradas diretamente dos quadrinhos.

A campanha é só o início

Após finalizar a campanha, o jogador receberá alguns teasers do que está por vir: “Agora nós vamos para uma camada mais profunda. Quem é a pessoa por trás da pessoa dentro da AIM? O que a AIM realmente está planejando? Nós estamos explorando uma faceta de sua pesquisa inumana, mas e todo o resto?”, explica Amos.

Essas e outras dúvidas que restarem sobre a história serão sanadas em duas vias: uma delas é conteúdo pós-lançamento, que será disponibilizado para os jogadores sem custo adicional. “Então assim que novos heróis surgem, mais da história é revelada. Além disso, novos vilões aparecem, e novas regiões com novas histórias e vilões. Nós continuaremos expandindo isso”, conta o chefe do estúdio.

Por outro lado, haverá uma maneira ainda mais imediata de se aprofundar no game. As War Zones serão missões complementares que darão o aspecto de “looter” ao game. A interface similar à de Destiny, itens de diferentes qualidades e, claro, muita customização, serão encontradas nessa seção do jogo.

As missões possuem relação direta com o enredo de Marvel’s Avengers, sendo ligadas a ações da AIM em outras regiões do mundo. Ainda assim, o seu foco não é tanto em evoluir a história em si, e sim dar mais liberdade para que o jogador se divirta como quiser com seus heróis.

Esse modo de jogo, inclusive, pode ser jogado tanto no multiplayer quanto offline, permitindo que os jogadores mais tímidos usem uma equipe de Vingadores comandada pela inteligência artificial do game.

Dessa maneira, Marvel’s Avengers se desdobra em praticamente dois jogos diferentes: a campanha, que possui foco narrativo, e as War Zones, que estão ligadas diretamente à progressão dos heróis e ao aspecto mais tradicional dos jogos como serviço.

Phil Therien, diretor das War Zones, garante que o jogo já é uma experiência completo mesmo que o jogador escolha não experimentar as zonas de guerra: “Ela é certamente independente, e se você a completa, você chega em um ponto em que os Vingadores estão juntos novamente, e o que nós fazemos no final é dar um teaser do que está por vir depois”, ele explica.

Nós te mostramos que a AIM é uma ameaça global, e que ainda podem haver outras coisas acontecendo”, completa Therien. Além das War Zones, os jogadores também terão a opção de realizar missões paralelas da campanha mesmo depois de finalizá-la, ele garante.

Amos ainda diz que melhorar seus personagens e habilidades também será uma motivação para que os jogadores experimentem as War Zones: “Há uma razão para entrar nesse mundo onde você pode customizar e melhorar os seus heróis, assim, você estará pronto para os perigos cada vez maiores que irão aparecer”.

Fica bem claro que Marvel’s Avengers é um projeto bastante ambicioso. Misturar a campanha robusta com uma experiência online - e realizar ambas com excelência - é uma tarefa complicada. Saberemos se a Crystal Dynamics conseguiu um bom resultado no dia 4 de setembro, quando o jogo chega para PlayStation 4, Xbox One e PC.