A Capcom ficou quase três anos em silêncio antes de mostrar imagens e detalhes sobre o remake de Resident Evil 2.

Porém, de lá pra cá, a produtora tem soltado detalhes aos poucos e de forma calculada, apresentando novidades e nostalgia na medida.

Nos últimos dias tive a oportunidade de jogar 4 horas do game, metade do tempo dedicada à campanha de Leon e a outra parte a Claire e foi muito empolgante experimentar como o novo Resident Evil 2 mescla de forma primorosa elementos retrô com outros inéditos, proporcionando uma experiência completamente imersiva. O jogo tem legendas em português do Brasil e chega no dia 25 de janeiro para PlayStation 4, Xbox One e PC.

Com Leon pude testar um trecho mais linear da aventura, que foca exatamente em um dos encontros do policial novato com a misteriosa Ada Wong. A espiã aparece a princípio com um visual novo em relação ao game original, apresentando um sobretudo e óculos escuros.

Não demora para a dupla presenciar uma cena delicada e chocante, que não vou descrever para evitar spoilers, mas que mostra bem como o update nos gráficos e sons (incluindo a dublagem) ajuda a dar mais profundidade e sentimento à história do jogo.

Em seguida, uma dose gigante de nostalgia: o crocodilo mutante está de volta, em uma sequência breve, mas épica e cheia de adrenalina.

Logo depois, uma situação que exemplifica bem a combinação de novo e retrô deste remake. O jogador é colocado no comando da própria Ada, que passa aqui a usar o clássico vestido vermelho. A garota apresenta um aparato tecnológico capaz de hackear equipamentos eletrônicos, o que traz alguns quebra-cabeças inéditos e uma bem vinda mudança de ritmo em relação aos tiroteios contra zumbis e puzzles clássicos com chaves e outros itens.

Uma de volta ao comando de Leon, o game muda de tom e apresenta um trecho com exploração um pouco mais aberta, apresentando alguns puzzles para resolver e algumas novas criaturas poderosas pelo caminho - ótima oportunidade para explorar o arsenal do jovem policial, munido de equipamentos clássicos de RE2.

A sessão inteira é pontuada por cutscenes que ajudam a dar mais profundidade à trama e aos personagens, mesmo figuras que antes eram secundárias ou tinham pouco espaço no game original.

Já no gameplay de Claire pude experimentar um verdadeiro 'RE2 raíz'. O trecho começava logo após um combate contra William Birkin, já se transformando em monstro, e levava a garota de volta à delegacia de Raccoon City para uma boa dose de exploração.

Em linhas gerais, o objetivo é encontrar um cartão para abrir um portão na garagem e seguir explorando a cidade. Para isso é necessário consertar um painel eletrônico para abrir uma porta. O que por sua vez exige consertar o mecanismo da torre do relógio... e assim por diante, ao clássico estilo dos primeiros Resident Evil.

Porém, dois detalhes importantes se colocam no caminho de Claire. O primeiro vem na forma dos Lickers, as icônicas criaturas grotescas que estrearam em RE2 e atacam com agilidade.

O porte físico dos monstros chama atenção no remake, já que os Lickers parecem consideravelmente maiores do que no game original de PS1. Além disso, a nova perspectiva por cima do ombro deixa os bichos ainda mais ameaçadores, já que eles podem se esconder pelos tetos e paredes, dificultando o trabalho de mirar neles.

O outro detalhe que acho importante destacar é o T-103 Tyrant, monstrão popularmente conhecido pelos fãs de Resident Evil como Mr. X. Espécie de protótipo de Nemesis, de RE3, ele persegue Claire dentro da delegacia e, apesar de lento, é forte, resistente e incansável.

Mr. X sobe escadas, abre portas e ataca sem dó nem piedade - seja Claire ou outros zumbis e Lickers que fiquem pelo caminho. A presença dele confere um toque de adrenalina à investigação. Felizmente, agora os mapas mostram as posições de itens uma vez que você os tenha avistado.

No meu caso, por exemplo, em certo momento eu precisava de uma engrenagem que eu tinha visto quando estava fugindo de Mr. X, mas não tinha conseguido pegar. Em um momento de mais tranquilidade foi só checar o mapa para ver onde a bendita engrenagem tinha ficado e voltar lá para buscar.

Outras pequenas atualizações na jogabilidade deixam a experiência mais fluida e menos frustrante também. Por exemplo, quando uma chave ou outro item importante não tem mais utilidade o jogo indica isso com uma pequena marcação em vermelho no inventário, sinalizando que você pode descartar o objeto e liberar espaço.

Nos combates, o game incorpora os itens de defesa do remake de RE1, como facas e granadas, ajudando a se livrar de ataques de zumbis comuns.

Vale mencionar que muitos itens clássicos de RE2 pontuam a jornada. Desde a pólvora para combinar e fazer munição para o lançador de granadas, até as ervas (verde, vermelha e azul), chaves e máquinas de escrever - que agora não exigem mais ink ribbons.