Naruto não é nenhum estranho para o mundo dos videogames: o ninja possui dezenas de jogos publicados para variados consoles, colocando os complexos jutsus nas mãos de jogadores do mundo todo.

Em Naruto to Boruto: Shinobi Striker, a proposta é um pouco diferente do que um simples combate. Logo de início, é necessário criar um avatar próprio, que será seu representante em um universo online de shinobis.

No primeiro momento, haverá poucas opções para customizar seu personagem, mas o game possui 4 mil itens para serem desbloqueados, garantindo que seu ninja será único.

Passada essa etapa, um crescido Konohamaru te apresenta a todas as regiões da Vila Oculta da Folha, e ensina como usar a VR Arena - o local onde acontece o "Modo História" do jogo. A arena conta com uma variedade de missões, cada uma remetendo a um momento da saga de Naruto, mas sem se esforçar para manter uma linha de enredo firme.

Para completar essas tarefas, o jogador deve escolher entre as quatro classes disponíveis para seu avatar (Ataque, Distância, Defesa e Cura), ou assumir o controle de algum dos personagens da série.

As missões variam entre derrotar inimigos comuns, chefões, ou proteger uma determinada região. Elas acontecem em mapas extensos, onde é possível se movimentar em todas as direções, além de escalar paredes e realizar algumas acrobacias aéreas.

Com um combate relativamente fácil e, por vezes, repetitivo, o modo offline funciona majoritariamente para desbloquear novos itens de customização e personagens. Além de serem controláveis, ninjas como Naruto, Sasuke, Pain e Rock Lee também são "professores", e seu avatar poderá aprender novas habilidades com eles.

Todos os jutsus aprendidos são colocados à prova no modo online de Shinobi Striker, o principal foco do jogo. Apesar do ambiente similar ao das missões, as partidas se mostram muito mais difíceis - é necessário pensar sua estratégia com cautela para superar os adversários.

Separados em dois times de quatro integrantes, os jogadores devem atingir objetivos como dominar uma determinada área do mapa ou proteger um chefão de seus inimigos.

As batalhas possuem alguns erros simples como bugs de câmera e um matchmaking questionável, que coloca jogadores de nível 5 contra outros no nível 90. Esses pequenos problemas são facilmente superados por um combate veloz e fluido, que diverte por horas à fio.

Ainda assim, o game tem duas falhas que incomodam: a primeira delas é o fraco trabalho de dublagem. Além de não possuir falas em português, a grande maioria dos NPCs emite frases incompletas em inglês, e somente os maiores protagonistas realmente falam tudo o que está escrito na tela.

O segundo erro fica por conta do número limitado de personagens. Vinte "professores" estão disponíveis por enquanto, algo muito distante da realidade da franquia, que possui uma gama gigantesca de shinobis adquirida em vários anos de existência - mesmo nos jogos para PlayStation 2 era possível encontrar uma variedade maior.

Consequentemente, isso limita bastante o número de jutsus a serem aprendidos, além de quebrar um pouco a imersão do game.

Naruto to Boruto: Shinobi Striker tem seus erros, mas cumpre sua missão de colocar uma pessoa comum na pele de um ninja, em batalhas épicas que misturam um quê de esmagamento de botões com um planejamento mais refinado.

Nota do crítico