Após adaptar diferentes franquias e propriedades intelectuais adoradas pelo público - de Marvel e DC até Harry Potter e Jurassic Park -, chegou a vez da produtora Traveller’s Tales agora trazer sua própria versão LEGO de Os Incríveis, adaptando os dois filmes de super-herói da Pixar.

A este ponto, é fácil saber o que esperar dos jogos de LEGO da Traveller’s Tales, e o game de Os Incríveis certamente não foge muito de templates vistos em outros games de super-heróis da série, como LEGO Marvel Super-Heroes.

O atrativo principal do game é justamente a possibilidade de jogar com os diversos personagens dos filmes, seja com membros da família e outros super-heróis como Gelado, e até mesmo figuras de segundo escalão - e até um tanto aleatórias - como a babá de Zezé no primeiro filme e super-heróis criados especialmente para o game.

(Isso sem falar nos personagens de outros filmes da Pixar, que podem ser liberados ao completar certos objetivos, para quem quiser ver Woody e Relâmpago McQueen -ou combinações deste tipo - finalmente compartilhando uma tela)

A narrativa central do jogo segue a história dos filmes - começando por Os Incríveis II, antes de liberar missões para o primeiro filme - de forma relativamente fiel, embora com algumas adições e toques mais “LEGO” (entenda-se: menos mortes e temas mais pesados) a tudo.

De vez em quando a Traveller’s Tales força um pouco a barra com gags visuais, mas na maior parte do tempo as piadas e estilos do jogo e das produções cinematográficas acabam casando muito bem.

Além da campanha, o game oferece um mundo aberto repleto de atividades a se fazer. As missões principais são as chamadas “Ondas de Crimes”, regiões tomadas por super-vilões (alguns dos filmes, outros criados para o jogo), em que o jogador deve completar objetivos para liberar a área de sua influência, ganhando itens especiais e a habilidade de desbloquear mais personagens.

Outras atividades incluem a montagem de construções especiais, corridas e desafios espalhados pela cidade.

Quanto ao gameplay… bom, é um jogo de LEGO, então as mecânicas básicas são essencialmente as mesmas há anos: espanque inimigos até quebrar, quebre objetos para montar estruturas novas.

Ainda assim, é um sistema funcional, e embora não tenha testado todos os 119 personagens desbloqueáveis, é possível ver que os desenvolvedores ao menos tentaram diferenciar o jeito com que os heróis (e vilões) jogáveis podem ser controlados, e ocasionalmente com a combinação de poderes de duplas, particularmente envolvendo Violeta e seus campos de força.

Não só isso, o fato de que diferentes locais e estruturas só podem ser acessadas por personagens com habilidades específicas

Também é possível criar seu próprio herói com ajuda de Edna Moda, customizando seus visuais com base em peças desbloqueadas de diferentes personagens.

E sim, é possível colocar uma capa no seu super-herói.

Não, ela não gosta nem um pouco.

No Brasil, o trabalho de dublagem dos personagens principais é ótimo com as vozes dos mesmos atores da versão cinematográfica.

Por outro lado, enquanto o trabalho de tradução e localização é bom em geral, às vezes é possível notar erros de sentido e até jogos de palavras que se perdem do inglês para o português. O que não é nada de muito agravante, levando tudo em conta, mas é perceptível para quem tem uma noção maior de inglês.

De qualquer forma, LEGO Os Incríveis é um jogo perfeitamente “OK”. É um jogo de LEGO com uma pintura de um filme da Pixar - com direito a decorações de outros filmes da Pixar - que não traz muito de novo, mas não se compromete com o conteúdo que oferece.

Como um todo, provavelmente não recomendaria o game a outras pessoas solteiras de 20 e tantos anos sem filhos, como é meu caso - a não ser que goste muito de Disney/Pixar ao ponto de apreciar qualquer coisa relacionada a eles -, mas acredito que há jeitos piores de gastar seu tempo, especialmente para quem tiver crianças que se divirtam com as aventuras da família Pêra.

LEGO Os Incríveis está disponível para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch. A versão testada para a análise foi para Nintendo Switch.

Nota do crítico