Com a chegada do esperadíssimo Horizon: Forbidden West, está na hora de recapitular e relembrar tudo que aconteceu com a heroína Aloy antes das novas aventuras dessa sequência.

Confira a história explicada do primeiro jogo, Horizon: Zero Dawn, e da sua expansão The Frozen Wilds, tudo organizado de uma forma coerente e fácil de entender. 

Um mundo diferente

O ano é 3021. O território antes conhecido por Estados Unidos agora é parte de um mundo primitivo pós-apocalíptico. A sociedade humana é organizada em tribos como os Carja, os Oseram, os Banuk e os Nora.

Por muito tempo, esses povos coexistiram tranquilamente com máquinas robóticas, que se parecem com animais e dinossauros, mas algo fez com que os robôs ficassem progressivamente mais agressivos no ano anterior.

O início dessa mudança de comportamento ficou conhecido por “Desarranjo das Máquinas.” Mas o que causou esse desastre global e deixou o mundo nessa condição arcaica high-tech, ninguém sabe.

A garota sem mãe

A história começa com a pequena Aloy, um bebê encontrado na montanha sagrada da tribo Nora pela matriarca Teersa, que acaba vendo grande importância na criança. Porém, Lansra, a matriarca mais azeda das três, acredita que o bebê é amaldiçoado e que traz perigo para a tribo. 

Vale dizer que os Nora são uma sociedade política e religiosamente matriarcal e tem superstições e tabus muito próprios — o que explica ser “ok” para eles que, uma criança que aparentemente nasceu sem mãe, seja alvo de discriminação.

Por isso, Aloy é exilada e entregue aos cuidados de Rost, um guerreiro nora que se autoexilou após a morte da sua família. 

Foco e treinamento

Na condição de exilados, os dois não podem viver na tribo, manter contato e nem mesmo falar com outros Nora, apesar de morarem perto de lá. Isso faz com que Aloy, tentando se sentir parte da comunidade, cresça recebendo desprezo dos vizinhos.

Em 3027, Aloy tem seis anos de idade e cai em uma ruína subterrânea e encontra um dispositivo digital da sociedade antiga chamado Foco.

Esse HoloLens do futuro oferece, entre outras coisas, visão de realidade aumentada com novas habilidades de percepção — o próprio modo detetive do Batman.

Rost acaba deixando a menina ficar com a bugiganga, mas faz isso contrariado — já que os Nora consideram as ruínas de metal do Velho Mundo, e toda a sua tecnologia, como perigosas e proibidas. Eles acreditam que a civilização anterior ruiu porque era ímpia e incrédula.

Aloy discute com Rost sobre como é difícil ser rejeitada e não saber quem são seus pais. Rost diz que não tem as respostas, mas as matriarcas talvez tenham, já que elas que a encontraram.

Mas para conseguir essa explicação, Aloy precisa ser reintegrada à tribo e vencer um torneio para jovens nora chamado de “A Provação”. Ela treina durante anos com Rost, desenvolvendo suas habilidades físicas e de combate, ao mesmo tempo em que aprende a usar melhor o Foco. 

Os Carja e A Provação

O ano é 3040. Quando o treinamento de Aloy é concluído, ela vai até a vila dos Nora para se inscrever para a disputa. A festividade do rito de passagem traz de longe enviados de Meridiana, a capital da tribo Carja, que vieram observar o evento. Faz dois anos que os Nora estão em paz com os Carja, mas ainda existe animosidade entre eles.

Um breve contexto: os Carja foram governados ao longo de anos por Jiran, um rei louco e cruel que enviava ataques a outras tribos, fazendo sacrifícios humanos e derramando muito sangue na esperança que o seu Deus-Sol acalmasse as máquinas ferozes.

O reino de brutalidade dele acabou quando, dois anos atrás (3038), Jiran foi morto por Avad, seu próprio filho que queria por fim nas atrocidades do pai — os quadrinhos na verdade revelam que foi outra pessoa que matou Jiran, mas vamos ficar com a versão dos eventos que todo mundo no jogo conhece. Avad assumiu o trono, começou a reinar de forma justa e acabou com os sacrifícios e a escravidão instituídos pelo seu pai.

Nessa comitiva, Aloy conhece Olin, um carja que surpreendentemente também tem um Foco, algo que desperta a curiosidade dela. Ela também conhece Erend, um nativo da tribo Oseram que se tornou parte da guarda real dos Carja.

A Provação começa e, apesar de ser sabotada por alguns nora que a odeiam, Aloy consegue vencer. Mas não não é possível comemorar, porque imediatamente acontece um ataque-surpresa de um grupo cultista, conhecido por Eclipse, que também está equipado com focos.

Aloy é quase morta por um brutamontes que lidera a emboscada, mas Rost aparece e a salva — infelizmente se sacrificando no processo.

A nova Emissária Nora

Aloy acorda sob os cuidados da matriarca Teersa e analisa o foco de um dos cultistas. Os arquivos mostram que o Eclipse encontrou Aloy através do foco de Olin e que eles foram até lá especificamente para matá-la. O motivo parece estar relacionado ao fato de que ela é muito parecida com uma outra mulher mais velha, potencialmente mãe desconhecida de Aloy. 

Teersa a leva para conhecer o lugar onde ela supostamente nasceu: um altar na frente de uma porta de metal super tecnológica. Aloy tenta entrar pela porta, mas o acesso lhe é negado. 

Teersa, interpretando a voz da porta automática como um sinal divino, incumbe Aloy de buscar respostas sobre essa mulher misteriosa e a nomeia Emissária dos Nora. Com esse título, ela pode ir para qualquer lugar além das fronteiras da terra sagrada da tribo e até mesmo entrar em ruínas proibidas.

Antes do início da viagem, a vila dos Nora é atacada por um corruptor, uma máquina que pode corromper outros robôs com uma espécie de vírus e fazer eles ainda mais agressivos e perigosos. Depois de destruir a máquina, Aloy consegue uma peça que dá a ela a habilidade de converter outras máquinas e até montar elas.

Meridiana, a capital Carja

A ideia é ir até Meridiana para interrogar Olin, porém Aloy precisa ajudar o guerreiro nora Varl e sua mãe, a chefe de guerra Sona, que tinham ido atrás dos assassinos cultistas, mas que foram emboscados. Na missão, ela descobre que o Eclipse também consegue controlar outras máquinas e encontra dezenas delas espalhando corrupção pelas vilas vizinhas. 

Chegando em Meridiana, Aloy encontra Erend de novo e pede a ajuda dele para localizar seu colega traidor. Na casa vazia de Olin, ela encontra evidências de que os cultistas chantagearam o cara, ameaçando matar sua família se ele não ajudasse. 

Antes de ir atrás do seu alvo, Aloy ajuda Erend a descobrir o que aconteceu com sua irmã e impede um atentado contra Meridiana e seu rei, Avad, ganhando a confiança e amizade de ambos.

Ela ainda aproveita para fazer outros aliados na cidade, incluindo a armeira Petra e a caçadora Talanah, com quem ela destrói o "Mandíbula", o mais mortal dos t-rex robóticos (tirânicos) da região.

Quem é o Eclipse?

Quando Aloy vai até Olin, ela o encontra com os cultistas em uma escavação. Depois de eliminar os inimigos, ela interroga o interroga e demanda explicações.

Olin diz que o Eclipse é formado por membros dos Carja das Sombras. Esse grupo dissidente dos Carja do Sol — aqueles governados por Avad — não presta culto ao Sol, mas a uma entidade chamada Hades

Também é revelado que o homem que matou Rost se chama Helis e lidera os cultistas. Eles estão fazendo escavações para desenterrar e ativar máquinas muito maiores e mais mortais do que as conhecidas.

Olin também conta que viu uma imagem da tal mulher que se parece com Aloy numa ruína chamada "Fim do Criador"

Sylens, um homem misterioso, faz contato com Aloy pelo foco e propõe uma parceria baseada em interesses mútuos. Sylens é um sujeito extremamente frio e pragmático e que tem muito conhecimento sobre a tecnologia dos antigos, mas que há 19 anos estuda o que aconteceu com o mundo antigo. 

Assim, ele passa a agir como um tipo de oráculo que ajuda Aloy com informações durante as missões. Essa relação é tensa e marcada por comentários passivo-agressivos, já que Aloy ainda não entende qual é o objetivo dele e acha Sylens um pouco folgado por ver tudo à distância e nunca se colocar em risco com ela.

O fim do mundo do Velho Mundo

Aloy viaja para o Fim do Criador e consegue abrir portas automáticas da instalação que estavam trancadas, devido à sua similaridade genética com a tal mulher, que ela descobre se chamar Elisabeth Sobeck

A partir dali, Aloy começa a seguir pistas e descobrir gravações que mencionam um tal "Projeto Zero Dawn" e o que aconteceu com a Terra dos Antigos. Vamos às revelações:

Um milênio atrás, Ted Faro criou a Faro Soluções Automatizadas, fabricando robôs que serviam aos humanos. Ele contratou a gênia em robótica Elisabeth Sobeck, cuja especialidade passou a ser robôs ecológicos que ajudavam na crise ambiental do planeta. 

Porém, quando a empresa decidiu diversificar e entrar no ramo de máquinas militares, Sobeck se demitiu para abrir sua própria empresa de robótica ambiental. Faro, que já era o primeiro trilionário do mundo, embriagado de seu sucesso e dinheiro, se tornou inconsequente. 

Ele deu às suas máquinas militares a capacidade de se multiplicar entre si, aprender e se adaptar, e até mesmo consumir material biológico do planeta para se manter ativas em caso de falta de bateria. Para piorar, Faro excluiu todo tipo de controle a esse exército de metal por meios remotos. 

Por causa de um glitch no sistema, os robôs militares Faro se tornaram uma entidade independente. Faro pediu a ajuda de Elisabeth que, depois de analisar a situação, percebeu que em breve as máquinas começariam a se multiplicar e a consumir toda a biomassa existente — ou seja toda a matéria orgânica, vegetal e animal da Terra. 

Esse apocalipse ficou conhecido por “Praga Faro”. Elisabeth chegou à conclusão de que não havia como reverter a situação e que, em menos de um ano e meio, toda vida do planeta seria extinta.

Porém, ela ofereceu uma solução para que a existência da humanidade não fosse permanentemente eliminada.

Projeto Zero Dawn

Em parceria com o governo, Elisabeth criou o Projeto Zero Dawn (ou Alvorada Zero) que pretendia refertilizar e repopular a Terra — mas isso só séculos no futuro, após o fim da Praga Faro. 

Para isso, ela reuniu alguns dos melhores cientistas do mundo que trabalhariam em uma grande rede global de bunkers subterrâneos, montando a estratégia do reboot do mundo.

A parte mais crucial do plano estava em Gaia, a mais poderosa e avançada inteligência artificial já feita, e que se diferenciava por ter desenvolvido benevolência e empatia pelos humanos. 

Gaia, inspirada na Mãe-Terra, tinha nove funções subordinadas com papéis definidos e também inspirados na mitologia grega. Vamos para as mais importantes: 

  • Hefesto era responsável pelos Caldeirões, que eram grandes instalações de fabricação de robôs ecológicos, projetados para realizar terraformação; 

  • Ilitia tinha a função de criar humanos, usando clonagem e incubação em úteros artificiais, para fazê-los nascer quando a Terra estivesse habitável de novo; 

  • Apollo seria o fornecedor de educação e fonte de todo o conhecimento da humanidade reunido nesses milhares de anos; 

  • E, se caso algo desse errado durante a recriação do ambiente e ele não fosse habitável, a função Hades seria responsável por reiniciar todo o processo, revertendo o planeta para o estado estéril para que Gaia tentasse novamente.

Ainda com muitas perguntas, Aloy acha o escritório da Dra. Sobeck e consegue a chave para finalmente abrir a porta da Montanha onde ela foi encontrada, mas logo em seguida ela é capturada por Helis. 

Depois de quase morrer numa arena com máquinas corrompidas, Sylens finalmente aparece pessoalmente e ajuda Aloy a fugir de lá. 

O dia da rebelião

Aloy corre para a terra dos Nora, aonde Helis enviou um ataque devastador e chega a tempo de impedir a aniquilação da tribo. Ela finalmente consegue entrar na montanha sagrada e faz mais descobertas: 

20 anos atrás (3020), um sinal misterioso foi enviado à Gaia, causando erros em seu funcionamento e transformando suas funções subordinadas em IAs autoconscientes.

Hades se rebelou e tentou tomar o controle. Gaia então iniciou um protocolo de autodestruição para impedir maiores danos. 

No mesmo dia, Gaia usou Ilitia para gerar um clone de Elisabeth, numa tentativa de salvar o planeta dos planos Hades — revelando assim, que esse clone seria Aloy. 

Foi também nesse evento que se iniciou o Desarranjo das Máquinas, com os robôs se tornando hostis aos humanos e máquinas cada vez mais letais sendo fabricadas. Na mensagem, Gaia deu ainda instruções de onde encontrar um dispositivo de subscrição capaz de destruir Hades.

Os Nora, vendo que Aloy entrou e saiu pela porta sagrada, passam a venerar ela, a chamando de "Ungida", mas isso a deixa a garota bem irritada, já que a vida inteira eles a trataram como lixo justamente por ter vindo daquela porta. Em vez disso, Aloy pede que eles se preparem para enfrentar o Eclipse, que está para atacar Meridiana.

The Frozen Wilds

Em certo ponto da aventura, Aloy investiga na região da tribo dos Banuk um rumor sobre novas máquinas mortais e espíritos falantes. Ela ouve do chefe Aratak sobre um tal “Daemon” que está corrompendo os robôs da região.

Depois de enfrentar novas e mais perigosas máquinas e se envolver em um drama familiar, de Aratak com sua irmã, a xamã Ourea, Aloy conhece uma inteligência artificial chamada CYAN, que foi criada para estabilizar um supervulcão da região e que está sendo tratada por “espírito” pelos Banuk.

CYAN está dominada pelo tal Daemon, que na verdade é Hefesto, uma das funções subordinadas que se rebelou e que tem controle sobre os Caldeirões onde as máquinas são montadas. Uma das fábricas de máquinas mortais é destruída em um esforço de Aloy e Ourea, mas a xamã morre no processo. 

CYAN se transfere para outro lugar, onde mais tarde compartilha informações sobre o Velho Mundo com Aloy e explica que apesar da instalação ter sido destruída, Hefesto não foi eliminado e vai continuar criando máquinas para matar humanos. De luto por sua irmã, Aratak agradece Aloy por ajudar os Banuk.

O destino trágico de Elisabeth e dos Alphas

Voltando à sua missão principal, Aloy vai até a ruína indicada por Gaia na mensagem. Lá, ela descobre o que aconteceu com Elisabeth e os demais Alphas — que é como eram chamados os cientistas do Zero Dawn.

Pouco depois da conclusão do projeto, aconteceu uma falha de segurança em uma escotilha da instalação onde ficava Gaia. Ciente do risco e sem avisar a ninguém, Elisabeth saiu para selar o local, impedindo que os robôs entrassem, mas também ficando tracada para fora permanentemente.

O destino dos outros Alphas não foi muito diferente. Dias após a morte de Elisabeth, o genocida doloso Ted Faro trancou todos eles em uma sala e deletou Apollo, a fonte de conhecimento para reconstruir a sociedade. 

Obcecado e cheio de remorso, Faro asfixiou todo o grupo até a morte, alegando que o conhecimento é uma doença e que, se a humanidade tivesse acesso à ciência acumulada por milênios, o mesmo desastre aconteceria de novo. Para ele, a humanidade deveria florescer completamente inocente para prosperar em paz. 

Sylens revela seu passado

Aloy acha o dispositivo de subscrição e encontra Sylens pessoalmente mais uma vez para mais descobertas. Sylens revela que foi ele quem primeiro encontrou Hades 19 anos atrás e o ajudou em troca de conhecimento

Enquanto Sylens ensinava sobre as culturas das tribos e a situação atual do mundo para a inteligência artificial, Hades compartilhava física, cálculo e toda sorte de ciência e tecnologia com ele. Sylens também conta que ele fundou o Eclipse e que quando deixou de ser útil, Hades mandou matá-lo e ele escapou. 

Sylens se despede, dizendo que o resto está nas mãos de Aloy e deixa com ela sua lança elétrica, onde ela acopla o dispositivo para purgar a existência de Hades. 

A batalha de Meridiana

O plano de Hades é reativar os robôs Faro e retomar a extinção da Terra. Para isso, ele precisa atravessar as muralhas da cidade de Meridiana e acessar um monumento na terra dos Carja chamado de “Ápice”, que é na verdade uma antena de transmissão, por onde ele pretende enviar códigos de reativação para todas as máquinas adormecidas. 

Aloy tenta proteger a cidade de um grande ataque dos robôs com ajuda dos Nora e dos próprios Carja. Acontece também um confronto direto com Helis, que acaba morrendo pelas mãos da garota.

Depois de Meridiana resistir a várias ondas de máquinas, Hades eventualmente consegue estourar os portões da cidade e atravessá-la.

Aloy, com ajuda dos seus aliados próximos, enfrenta os robôs de Hades em uma última batalha, abrindo caminho para o golpe final com o dispositivo de subscrição. Hades, aparentemente, é destruído e a transmissão do novo armagedom, interrompida. 

Com o fim da guerra, Aloy viaja até o local onde Elisabeth morreu para fechar de vez esse ciclo de dúvidas sobre seu passado.

Mas lá no Ápice, alguma parte de Hades sobreviveu e é capturada por Sylens, que pretende conseguir ainda mais conhecimento e descobrir quem enviou o sinal que causou a rebelião das funções auxiliares 20 anos atrás e começou toda essa bagunça.

O que vem por aí em Horizon: Forbidden West?

No entanto, a tranquilidade de Aloy não dura muito. Poucos meses depois, ela viaja para a região desconhecida do Oeste Proibido, em busca de uma solução para uma praga misteriosa que está destruindo sua terra.

Novas tribos hostis e máquinas perigosas a aguardam em Horizon: Forbidden West. Mas essa é uma história pra outro dia.