Uma pesquisa divulgada pela Anti-Defamation League revelou que, em uma pesquisa com mais de mil entrevistados, 74% já sofreram alguma forma de assédio ao jogar games online. 65% afirma que os casos foram severos, envolvendo ameaças físicas ou stalking; 29% diz que sofreu com "doxxing", a divulgação de seus dados pessoais feita por desconhecidos.

"Jogos comerciais em larga escala possuem esses aspectos em suas plataformas, que são espaços sem qualquer moderação", disse Daniel Kelley, diretor associado do órgão. "Nós sabemos, graças a lugares como 4chan ou 8chan, que espaços não-moderados tornam-se tóxicos".

Houve ainda um ranqueamento dos games que possuem o ambiente mais hostil: Dota 2, OverwatchCS:GO, PUBG e League of Legends lideraram a lista. Do lado oposto, os jogos que mais trouxeram experiências positivas online foram World of Warcraft, Minecraft e NBA 2K.

Quanto às minorias, as mulheres são as maiores vítimas: 40% afirma que o assédio aconteceu por conta de seu gênero. No caso dos asiáticos e latinos, o número desceu para 25%; com negros, 33%; com gamers LGBTQ, também 33%.

Por fim, 23% dos entrevistados disse já ter presenciado discursos supremacistas, defendendo a "superioridade dos brancos e inferioridade dos não-brancos".

A Anti-Defamation League joga a bola para a ESRB, organização que emite a classificação etária dos jogos nos Estados Unidos, para que ela reveja suas políticas de avaliação. "Como são as interações online? Se você olha para Fortnite, por exemplo, ele é classificado para jovens, mas 70% das pessoas está passando por assédio, de acordo com nosso estudo", disse Kelley.