Cinco dias não é tempo o suficiente para julgar os méritos de um Animal Crossing - jogo cuja proposta central é oferecer novas surpresas a cada dia no calendário do mundo real. Mas é o suficiente para perceber que New Horizons, novo título da série para o Nintendo Switch, está no caminho certo.

Como em versões anteriores da franquia, New Horizons começa com o protagonista deixando para trás seu antigo lar para viver em uma nova comunidade cheia de animais antropomorfizados. A grande diferença é que, aqui, em vez de escolher um vilarejo remoto ou uma pequena cidade como destino, o jogador toma o rumo de uma ilha deserta.

Esta novidade não apenas dita um ritmo de jogo inédito, como também justifica a existência das duas maiores novidades de New Horizons em termos de mecânicas.

Primeiro, o ritmo; a aventura começa em uma pequena ilha onde tudo é mato. Ervas daninhas dominam o cenário, e os moradores iniciais são obrigados a morar sob frágeis e apertadas tendas. Com exceção do pequeno aeroporto, todas as instalações com as quais jogadores de longa data já estão acostumados (e muitas outras) devem ser construídas com a ajuda do próprio protagonista. Ele escolhe o lugar onde elas vão ficar, coleta os materiais necessários para que o projeto tome frutos, e depois recebe os elogios do resto da comunidade em uma pequena cerimônia formal de inauguração.

Em jogos Animal Crossing anteriores, pagar o financiamento da sua casa era o que tornava tangível o progresso na aventura. Em New Horizons, o progresso de tudo serve a este propósito: o que no início é uma ilha deserta logo se torna um vilarejo mais movimentado, com utilidades como uma loja de conveniência e um museu. Poder ver o desenvolvimento do vilarejo é algo muito satisfatório que faz de New Horizons um jogo com uma progressão mais palpável.

Animal Crossing: New Horizons
Divulgação/Nintendo

Pois bem: as duas maiores novidades do game. A primeira delas, naturalmente, é a habilidade de personalizar absolutamente todos os aspectos da ilha. Já falamos em ajudar a construir instalações espalhadas pelo cenário, mas o jogo vai muito além: agora, é possível mobiliar livremente a ilha, criando a atmosfera desejada para o cenário que você ajudou a construir, e até mesmo terraformar o território, alterando aspectos como o curso dos rios e o relevo.

E a outra grande novidade é o sistema de manufatura, que possibilita a existência de tudo o que foi dito nos parágrafos acima. New Horizons quer que você coloque a mão na massa, chacoalhando árvores atrás de gravetos, escavando pedras em troca de minérios, e por aí vai. Recursos brutos devem ser utilizados para criar móveis, ferramentas e até mesmo alguns itens especiais.

A constante busca por recursos ajuda a combater o tédio que alguns jogadores possam ter sentido em dias sem grandes eventos em títulos Animal Crossing anteriores - algo que também vale para o novo sistema de Nook Miles, que oferece valiosos pontos em troca do cumprimento de conquistas e objetivos diários.

Mas talvez o melhor aspecto de New Horizons seja como, apesar de todas as mudanças, a sensação da experiência permanece a mesma. Trata-se do escapismo perfeito: um mundo paralelo em que tudo é fofo, em que todas as interações são agradáveis e em que todos os problemas podem ser resolvidos com um pouco de suor.

Animal Crossing: New Horizons
Divulgação/Nintendo

Por ora, a baixa durabilidade das ferramentas de nível inicial (sim: agora elas podem quebrar) é a única coisa que no jogo que me deixou um pouco irritado; mas já descobri receitas que me permitirão criar versões melhores delas. É parte do ciclo de manufatura do jogo - para continuar capturando insetos e peixes, você precisa primeiro coletar os recursos necessários para fazer as ferramentas.

Falaremos mais disso em algumas semanas no review completo, mas vale mencionar, por fim, como pequenas melhorias técnicas e de conveniência também ajudam para a sensação de que New Horizons é o melhor da série. Coisas como as habilidades de doar várias coisas de uma só vez ao museu, ou então de vender itens (por 20% a menos) em uma caixa de depósito na frente da loja Nook quando ela estiver de portas fechadas. E também fatos como o de que o museu do jogo é um absoluto deleite, mais estiloso que muitos que já visitei no mundo real...

Enfim: se você é fã de Animal Crossing, já pode mergulhar sem medo.

  • Lançamento

    20.03.2020

  • Publicadora

    Nintendo

  • Desenvolvedora

    Nintendo

  • Gênero

    Aventura

  • Testado em

    Nintendo Switch

  • Plataformas

    Nintendo Switch