Hoje, 27 de fevereiro de 2021, é o aniversário do meu melhor amigo de infância - e que talvez também seja o seu.

Sendo alguém mais jovem do que a própria franquia, Pokémon manteve-se como uma presença constante não só em todas as fases da minha vida, mas também foi um marco na vida da minha mãe e da minha irmã mais nova com o passar dos anos e décadas.

E, muito provavelmente, você deve ter uma história parecida.

Pokémon - seja por seus jogos, desenhos, filmes, cartas, brinquedos ou o que seja - traz um brilho especial, que faça com que ela consiga unir pessoas de diversas idades em um único amor que se mantém vivo mesmo após tantos anos.

Isso não é por acaso: desde seus primórdios, quando Satoshi Tajiri, Ken Sugimori e o pessoal da Game Freak venderam a ideia inicial para a Nintendo lá no início dos anos 1990, o elemento central do projeto era a união entre jogadores.

Muita coisa mudou dessa ideia inicial para o que viria a ser o jogo final, mas a ideia de usar o Game Boy e o cabo Game Link para conectar as pessoas e permitir a troca de monstrinhos uns com os outros sempre esteve lá - e isso ajudou a criar uma comunidade duradoura e que se renova a cada novo jogo, filme ou animação.

Não à toa, Pokémon se tornou um sucesso global ao ponto de que a figura do Pikachu é muitas vezes é até mais querida do que o próprio Mario, já que a franquia foi capaz de estourar a bolha dos videogames, e isso permitiu que ela continuasse presente no nosso dia a dia de uma forma ou de outra.

Não que os jogos não mereçam destaque e reverência nisso tudo, especialmente levando em conta o quanto eles frequentemente se reinventaram nesses 25 anos - e até mesmo antes, já que a ideia original da Game Freak (chamada de Capture Monsters) nem trazia a ideia de capturar os monstrinhos.

Pokémon Red e Green foram super inovadores quando saíram em 1996, mas desde então vários jogos de diferentes estilos foram lançados, sempre mudando conceitos e atingindo públicos cada vez mais variados.

Um exemplo muito claro disso é o Pokemón GO, que furou novamente a bolha ao misturar o mundo virtual ao mundo real. Em agosto de 2016, quando o jogo finalmente foi lançado no Brasil, era comum ver vários grupos de pessoas juntas ao redor de estátuas, monumentos e grafites - que agora tinham vida dupla como PokéStops e ginásios.

O Parque Ibirapuera, em São Paulo, virou um grande ponto de encontro para jogadores, organizando passeios com amigos e se aventurando por seus vários caminhos repletos de PokéStops. Novamente, de uma forma um pouco diferente, Pokémon voltou a reunir pessoas.

Mas, de certa forma, Pokémon GO foi quase uma culminação das várias ideias que a Game Freak teve para manter os jogos vivos na cabeça das pessoas - seja com monstrinhos novos, regiões inéditas e habilidades especiais a cada nova iteração da franquia.

Um ponto muito marcante da franquia foi no ano de 2002, com a chegada do Pokémon Ruby e Sapphire, que não só nos apresentou à terceira geração com 135 novos Pokémon, como trouxe o sistema de batalhas em dupla, que exigia muito mais concentração e estratégia por parte do treinador. O jogo vendeu 16 milhões de cópias, assim se tornando o jogo mais vendido do Game Boy Advance.

Já em 2006 a franquia fez sua estréia no Nintendo DS, com Pokémon Diamond e Pearl (que tiveram seus remakes anunciados para esse ano), trazendo mais 107 novos Pokémon. O verdadeiro destaque, porém, foi o começo das trocas de Pokémon à distância por meio do Nintendo Wi-Fi Connection, que trouxe praticidade a muitos jogadores e expandiu ainda mais a ideia de conexão que Satoshi Tajiri pensou com o Game Link do Game Boy.

Se mantendo firme nos portáteis, a sexta geração chegou ao Nintendo 3DS em 2013 com Pokémon X e Y, que trouxe uma funcionalidade muito interessante: O Pokémon Bank, que permitia que, por meio de um serviço pago, você pudesse armazenar seus monstrinhos na nuvem. Além disso, o jogo trouxe também a estréia das Mega Evoluções nos jogos, possibilitando muito mais emoção durante as batalhas.

Hoje em dia, já no Nintendo Switch, com títulos como Pokémon Let’s Go Pikachu/Let’s Go Eevee e Pokémon Sword e Shield, nos vemos em um cenário muito diferente daquele que vimos em Red e Green/Blue, com ambientes mais abertos e batalhas com criaturas mais tridimensionais.

Pelo visto, isso deve continuar com o anúncio de Pokémon Legends Arceus, que parece ter inspiração forte em Zelda: Breath of the Wild e promete um mundo maior e ainda mais aberto para se aventurar

Ainda assim, apesar de todas as novidades incríveis, novos monstrinhos, novos estilos de batalha e tudo que o jogo nos trouxe com o passar dos anos, a melhor coisa dele sempre se manteve intacta: a conexão que ele cria entre as pessoas.

Durante o lançamento de todos os jogos citados, o que prevaleceu foi a união e amizade criada entre os jogadores por conta dos jogos. Com o avanço da tecnologia em cada game, pessoas cada vez mais distantes se viram cada vez mais próximos uns dos outros, seja via o sistema de trocas, até raids, conquistas de ginásios, e várias outras várias funções nos games que mantém os treinadores cada vez mais juntos.

Por isso, nesse aniversário de 25 anos, agradeço por tudo e espero ainda dos próximos 25!

Para saber mais, confira o episódio do podcast EnemyCode dedicado às origens e impacto da franquia