Desde o lançamento do Switch a Nintendo tem abastecido o console com um fluxo razoavelmente constante de boas produções first-party, seja na forma de títulos AAA de franquias consagradas ou experimentos com novas marcas, como foi com ARMS e 1-2 Switch.

Mais interessante e empolgante ainda é ver os experimentos em projetos menores e ideias mais soltas, como foi com The Stretchers no final do ano passado e agora também com Good Job!, mais uma aposta com jogabilidade cooperativa para até duas pessoas.

O título do pequeno estúdio holandês Paladin parece se inspirar no charme de nomes consagrados como Surgeon Simulator, Gang BeastsHuman Fall Flat para oferecer bagunça e diversão com tarefas simples que se tornam hilárias ao introduzir física realista e controles desengonçados.

Good Job! coloca você literalmente no papel do filho do chefe: seu pai é o presidente de uma empresa que produz diversos produtos e cabe a você realizar vária tarefas na companhia. Apesar de todo o trabalho braçal, ser filho do presidente tem lá suas vantagens e permite que você faça todo tipo de besteira sem sofrer qualquer punição.

E é exatamente aí que o game coloca seus desafios e humor. Os controles são precisos o bastante para te dar algum controle sobre a situação, seja pegando caixas para levar a departamentos específicos, puxando fios de tomada e abrindo portas, mas ao operar outros equipamentos nem tudo sai tão ajustado.

Usar uma mangueira para regar flores pode ser perigosíssimo para destruir vasos e equipamentos eletrônicos, uma enceradeira vira arma mortal contra frascos e paredes de vidro em laboratórios e um simples aspirador de pó vira uma verdadeira bomba capaz de derrubar móveis e espalhar quadros e cadeiras.

O visual minimalista de Good Job!, que parece claramente inspirado em avisos de segurança em placas de trânsito e empresas, dá um ar ingênuo e hilário à brincadeira. Além disso, pelas fases há chapéus e acessórios malucos que deixam personalizar o visual dos bonequinhos para uma dose extra de humor.

Quero destacar também toda a parte sonora, que segue esse estilo simples e corporativo justamente como ferramenta para ser engraçada e conta com o talento do compositor brasileiro Antonio Teoli, que já passou por diversos estúdios e jogos nacionais.

Como você já deve imaginar, a bagunça fica ainda mais divertida ao chamar mais uma pessoa para jogar em modo cooperativo local, o que até facilita algumas tarefas, mas também aumenta as chances de caos e confusão em escalas absurdas.

Em pouco mais de 7 horas dá para terminar todas as fases, garantindo mais algumas horinhas caso você queira encontrar todas as roupas ou até fazer as fases com notas melhores, ou seja, em tempo mais rápido e quebrando menos objetos.

Pessoalmente, senti falta de opções um pouco mais precisas de controles, especialmente nas fases mais avançadas em que diversos objetos se empilham e ficam próximos, deixando mais díficil interagir exatamente com o que você - mas até aí talvez seja uma escolha consciente de design justamente para incentivar ainda mais a bagunça.

Assim como The Stretchers, Good Job! é um jogo de ideia simples e engenhosa realizado com muito capricho e personalidade, que brilha ainda mais pelo destaque dado pela Nintendo, garantindo uma boa variedade de títulos no Switch. Seja sozinho ou na companhia de mais uma pessoa, é um jogo leve e engraçado para curtir de forma descontraída.

  • Lançamento

    26.03.2020

  • Publicadora

    Nintendo

  • Desenvolvedora

    Paladin Studios

  • Gênero

    Ação, Puzzle

  • Testado em

    Nintendo Switch

  • Plataformas

    Nintendo Switch

Nota do crítico