Quando o assunto é ação hack'n slah, o estúdio referência mundial é a Platinum.

A produtora japonesa é responsável por games como Bayonetta, Metal Gear Rising e Nier: Automata - além de algumas experiências pitorescas, como Star Fox Zero e Wonderful 101 - e mostra mais uma vez maturidade e competência em Astral Chain.

O novo jogo exclusivo de Switch destila o que a empresa fez de melhor nos últimos anos, embalando tudo isso em uma história policial de ficção científica com ares de anime.

No controle de um jovem recruta (que pode ser homem ou mulher), você é um dos poucos responsáveis por comandar o Legion, uma espécie de monstro interdimensional domesticado pelos policiais do futuro.

Preso a uma corrente, o Legion ataca de forma independente, proporcionando um estilo de combate extremamente inovador e brilhante, cria de Takahisa Taura, também designer de Nier: Automata. Enquanto ele luta e executa alguns golpes ao seu comando, o personagem principal continua lutando de forma independente.

O combate ganha profundidade na medida em que a própria corrente pode ser utilizada para aprisionar inimigos ou até fazer armadilhas para derrubá-los no chão. Além disso, há uma boa variedade de Legions que, conforme são conquistados, podem ser alternados à vontade nas lutas.

Cada um traz características próprias que possibilitam diferentes estilos de combate. O primeiro é o Sword, que acaba sendo o mais convencional em relação aos hack'n slash da Platinum, com movimentos em formato de lâmina. Outras opções incluem Legions que usam arco e flecha e até uma fera semelhante a um lobo que, sim, lembra bastante Amaterasu, de Okami, fruto pródigo da Platinum quando ela ainda era a Clover, estúdio da Capcom.

Entre um combate e outro Astral Chain apresenta trechos de investigação e exploração que ajudam a dar um bem vindo respiro à ação frenética e também apresentam melhor o rico universo do jogo. Minha única reclamação fica por conta de alguns poucos trechos de plataforma ao longo das quase 20 horas de campanha. Algumas partes de exploração exigem usar os poderes dos Legion para pular por cima de abismos, ativar botões e se equilibrar em plataformas móveis, por exemplo, mas nem sempre os controles são os mais adequados - fica sempre a impressão de que o sistema de combate foi adaptado para fazer algo diferente.

Em termos técnicos, é um game que não esconde suas referências ao mundo dos animes. O design de personagens e criaturas é de Masakazu Katsura, conhecido por trabalhos como Video Girl Ai, Tiger & Bunny e Zetman. Na história, diversos clichês de Evangelion e afins compõem uma trama que, apesar de previsível, é divertida e envolvente.

Vale notar que o game roda a constantes 30 frames por segundo. Por um lado, é um degrau abaixo em relação a outros títulos de ação da Platinum em outros consoles, mas parece também uma concessão feita para garantir que o game rode de forma decente no modo portátil do Switch. Felizmente, a experiência é realmente excelente, seja com muitos inimigos e efeitos especiais na tela, seja enfrentando criaturas enormes. Como de costume, vemos um jogo de Switch sacrificando um pouco de primor visual para garantir uma experiência fluida e agradável em todas as modalidades do videogame.

Por fim, Astral Chain oferece vários incentivos para jogar até o final e depois jogar de novo. O game inclui uma dificuldade bem suave, para quem não tem muita habilidade (ou paciência) nos combates, mas não se priva de apresentar também dificuldades bem mais desafiadoras - especialmente se você buscar conseguir ranking máximo em todos os episódios. Os Legions têm árvores individuais de habilidades, os equipamentos do policial podem ser evoluídos e há um sistema geral de nível que confere melhorias nos atributos e opções adicionais de customização do visual, como novos uniformes e acessórios.

Astral Chain mantém o excelente ritmo constante de lançamentos exclusivos para Nintendo Switch e dá oportunidade para a Platinum mostrar o seu talento em uma franquia totalmente original, que constrói em cima de outros títulos da empresa, demonstra o capricho de sempre e testa algumas ideias diferentes em termos de exploração.

O jogo está disponível para compra aqui no Brasil pela Loja Nintendo, site oficial da empresa para venda de jogos digitais do Switch.

  • Lançamento

    30.08.2019

  • Publicadora

    Nintendo

  • Desenvolvedora

    Platinum

  • Testado em

    Nintendo Switch

  • Plataformas

    Nintendo Switch

Nota do crítico