No último fim de semana, a Ubisoft foi fonte de inúmeras críticas por parte de jogadores, ativistas e público geral ao fazer uma associação entre símbolos de resistência contra governos ou sistemas opressivos com a facção Umbra, os vilões de seu novo game mobile, Tom Clancy's Elite Squad.

No vídeo de introdução do jogo, a Umbra é definida como "uma organização sem rosto que quer construir uma nova ordem mundial. Eles alegam promover uma utopia igualitária para ganhar apoio popular enquanto, por trás das cenas, organiza ataques terroristas letais para gerar ainda mais caos e enfraquecer governos... às custas de muitas vidas inocentes."

Durante a narração, imagens de revoltas populares e um símbolo que lembra o popular punho erguido - muito utilizado como símbolo de resistência e solidariedade contra opressão, incluindo em movimentos como Black Lives Matter/Vidas Negras Importam -, associando-o aos vilões e a atos de violência e terrorismo por tabela.

Após as críticas, a Ubisoft se pronunciou sobre o assunto, declarando que irá remover a imagem do punho.

"Imagens que apareceram na sequência da abertura em vídeo de Tom Clancy's Elite Squad mostrando um 'punho erguido' foi insensível tanto em inclusão como em como foi retratado", diz a mensagem. "Ouvimos e apreciamos que jogadores e a comunidade em geral tenham apontado e pedimos desculpas."

Um dos roteiristas contratados para o jogo, Brenden Gibbons, criticou abertamente a Ubisoft e a representação do símbolo no jogo:

"Com raiva sobre o uso do punho do black power aqui", escreveu. "Eu trabalhei em bios de personagens e fui informado que a Umbra era para ser uma organização de vilões ao estilo James Bond, não algo que parece com o que as pessoas [que acreditam na] conspiração Q acham que está acontecendo. Ótica ruim irresponsável."

Como apontado pelo jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, Elite Squad e seu estúdio são chefiados por Charlie Guillemot, filho do CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, e relatou mais insatisfação por parte de funcionários da companhia.

"O diretor deste jogo e gerente do estúdio por trás dele é Charlie Guillemot. Se este nome é familiar, é porque seu pai é Yves Guillemot, o CEO da Ubisoft. Charlie Guillemot se formou na universidade em 2014 e se tornou gerente de estúdio em... 2014"

"Durante o fim de semana, vários funcionários da Ubisoft postaram mensagens furiosas sobre o vídeo no fórum interno da companhia, Mana. Uma mensagem com dezenas de 'likes' começa com a frase: 'Estou sinceramente exausto com tudo relacionado à Ubisoft."

Nas últimas semanas, a Ubisoft tem sido fonte de diversas denúncias e críticas relacionadas a sua atual estrutura e ambiente de trabalho, com diversos casos de abuso de poder, assédio moral e assédio sexual entre figuras de alto escalão da empresa.