The King of Fighters AllStar, enfim, chegou ao ocidente! O título mobile produzido pela SNK em parceria com a Netmarble já havia sido lançado ao Japão no final de julho de 2018 e em maio desse ano, estreou na Coreia do Sul. Todavia, só em outubro de 2019, o jogo chegou às Américas e Europa.

Ao invés de trazer um gameplay de 3 x 3 - o clássico estilo de luta entre times da série -, o game traz uma jogabilidade beat ‘em up, ou seja, você controlará os personagens clássicos da franquia em cenários de rolagem lateral enquanto eles detonam inimigos genéricos e prosseguem até o final da fase, onde enfrentam um chefão.

Essa diferenciação na jogabilidade traz um novo fôlego para a franquia The King of Fighters, mas ao mesmo tempo mantém a familiaridade para os veteranos, já que os bonecos executam golpes e técnicas especiais já conhecidas pelos jogadores.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

A curva de aprendizado é fácil, já que a tela exibe os botões com os comandos e tudo o que o jogador precisa fazer é tocá-los no display touch para que os bonecos executem os golpes. Desta forma, não é necessário combinar sequências no direcional com botões de ataques como acontece nos títulos clássicos (de luta) da série.

Nostalgia ilimitada

Uma das melhores características de KoF AllStar é o seu rol de personagens. Ao todo, o jogo oferece mais de 200 bonecos que vão desde The King of Fighters ‘94 até o último game lançado, The King of Fighters XIV. Dentre eles, também estão alguns dos lutadores mais icônicos com roupas exclusivas do AllStar.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

De maneira geral, os gráficos estão muito bonitos, então ver muitos bonecos remodelados e executando sequências clássicas em cenários 2.5D, acaba sendo um colírio para os olhos. Além disso, no modo história de KoF AllStar, o jogador percorre capítulos que englobam os principais torneios dos jogos de luta.

Isso significa que o jogador vai reviver cenários, arcos de história e batalhas contra equipes específicas, enquanto percorre os torneios anuais da série. Esse aspecto acaba sendo uma benção e uma maldição, pois a vida útil do game acaba se expandindo, obviamente; mas ao mesmo tempo, pode acabar cansando os jogadores, ainda mais porque o sistema para adquirir personagens não é dos melhores.

Gachapon

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

Sobre os personagens de KoF AllStar, a boa notícia é que logo de cara, você pode adquirir bonecos que vão desde o KoF ‘94 até o KoF ‘99 - com algumas skins exclusivas do AllStar visíveis também. A má notícia é que para conseguir os lutadores, será preciso apostar no sistema gachapon (ou simplesmente gacha) do game.

O termo se refere a uma espécie de máquina de venda automática que oferece bonecos em redomas de plástico (que podem sair de forma aleatória), em troca de fichas. No Japão esse tipo de game é bastante comum. Tanto que foi implementado em games mobile, como é o caso de KoF AllStar.

Assim, os jogadores precisam trocar cristais vermelhos (ou tickets especiais) por lutadores. O problema é que o boneco que vai vir depende da sorte da pessoa, e isso pode acabar frustrando ou ainda cansando algumas pessoas, conforme elas progridem nos capítulos do modo história.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

Contudo, vale dizer que sem cristais vermelhos, o jogador não fica, jamais. Isso porque o game instiga o jogador a conseguir essas gemas o tempo todo, seja completando as missões dos capítulos, seja participando de desafios extras (os quais existem aos montes no jogo!), seja cumprindo objetivos específicos nas fases, ou ainda apenas efetuando login no jogo diariamente.

O ponto é: conseguir cristais vermelhos é extremamente fácil, e, felizmente, a mesma lógica é aplicada para os recursos complementares - as orbes para dar acordar ou fortalecer técnicas na árvore de habilidades, os fragmentos de almas usados para invocar novos personagens, as cápsulas de experiências usadas para elevar manualmente o nível dos lutadores, etc.

Por fim, existem também os Battle Cards, que são basicamente equipamentos extras que o jogador pode equipar nos lutadores. Existem 3 tipos de cartas: effect (que aumenta os status), option (que também aumenta status e libera skills opcionais) e special (que libera técnicas secretas, quando equipado com o personagem correto). Eventualmente, o jogador também vai ganhar cards do tipo material, que são usados para aumentar o nível das cartas já adquiridas.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

Muito a se fazer, pouca bateria pra lidar

O jogador vai conseguir acesso aos itens facilmente, isso é fato. Mas, por onde exatamente pode-se começar? São tantas opções na tela inicial do game que o usuário certamente vai se sentir perdido em uma primeira olhada. Ainda assim, o jogo é bastante intuitivo nesse aspecto e vai introduzindo pouco a pouco os recursos, então não é preciso se preocupar.

O que é realmente preocupante é como KoF AllStar consome bateria. Não chega a ser um consumo absurdo, mas exige certa atenção do jogador, ainda mais se ele estiver jogando em um dispositivo de entrada.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

Para este review, inicialmente foi utilizado um smartphone intermediário (LG K12+), cuja bateria foi relativamente consumida a princípio - isso até o dispositivo não aguentar mais rodar as animações e começar a travar. Depois, foi usado o Replubic of Gamers Phone 2 (ROG Phone 2), da ASUS.

Como este último já é um aparelho premium otimizado para jogos e conta com bateria de 6.000 mAh; KoF AllStar acabou consumindo bem menos bateria do que o dispositivo anterior - além de não ter apresentado nenhum travamento nas animações ao longo da jogatina.

E a história?

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

A trama de KoF AllStar começa com o jogador encarnando um personagem sem nome e sem memória. Curiosamente, ele tem a habilidade de encarnar a aparência e os golpes dos lutadores da franquia. Então, após encontrar uma garota enérgica chamada Noah, ela sugere que o protagonista participe dos torneios para saber se alguém o reconhece.

É por isso que o jogador deve passar pelos campeonatos, começando pelo KoF ‘94. Esta é, afinal, a única esperança que o protagonista tem de recobrar sua memória e seu nome. Com esta premissa bem básica, os capítulos vão passando com animações ao estilo visual novel, com “cutscenes estáticas” especiais aqui e ali.

O game também conta com eventos sazonais e crossovers com outras franquias da SNK, e ainda há mais personagens a caminho do elenco de KoF AllStar, então é capaz que o título continue recebendo atualizações de bonecos e arcos por um bom tempo, prolongando a vida útil do jogo ainda mais.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

O rei dos lutadores está de volta?

The King of Fighters AllStar pode ser jogado tanto no Android quanto no iOS e, certamente, oferece nostalgia e diversão através de um grande elenco cheio de figuras icônicas e jogabilidade refrescada e acessível. Passar as fases dos capítulos, inclusive, é uma tarefa bastante fácil na maior parte do tempo e os chefões são quem apresentam um desafio maior.

Há também missões especiais com nível extra de dificuldade para quem procura mais desafio e minigames em que o jogador joga contra o tempo. Tudo é sempre bastante recompensador, mas o sistema de gacha para os personagens pode desanimar um pouco, além do ritmo um tanto arrastado da narrativa.

Crítica: The King of Fighters AllStar
Jessica Pinheiro/The Enemy

Vale para quem é veterano na franquia e para quem já está acostumado com esse tipo de mecânica de roleta da sorte. O título vai exigir um pouco da sua bateria (dependendo do aparelho) e também bastante do seu tempo, o que pode ser bom para quem procura jogos mobile grandes - ainda mais se o jogador decidir gerenciar todo o elenco de lutadores.

Nota do crítico