Quando foi divulgado pela primeira vez pelos Irmãos Castro em 2012, A Lenda do Herói fez bastante sucesso por narrar, com bom humor, a progressão de um game clássico de plataforma. Após uma recepção extremamente positiva e uma arrecadação recorde de R$ 258 mil, veio o desafio: como transformar essa dinâmica de música e progressão da narrativa para um game que depende da ação do jogador?

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Para saber como os irmãos Castro e o estúdio Dumativa conseguiram o feito, conversamos com Marcos Castro sobre o processo de desenvolvimento do jogo, que chegou ao Steam na última sexta-feira (25). Castro comenta como a composição das músicas do game se diferencia de uma música para os vídeos. Confira:

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Em um dos making ofs do game, vocês contam como conciliaram a letra da música com os caminhos que o jogador pode tomar, dividindo a canção em blocos. Do ponto de vista do músico, como isso mudou o processo de composição de vocês?

A gente criou uma sistemática. Nós compomos as músicas junto com a Dumativa, vendo os concepts criados no início do projeto; depois nós listamos o que queremos abordar (piadas, clichês de cada fase, história, etc), a Dumativa constrói o Level Design em cima disso e depois nós gravamos os arranjos e as letras.

É interessante que na gravação a gente passa a ver a estrutura da música de forma diferente; como a ação dos jogadores é imprevisível, é preciso que cada música dê margem para a aleatoriedade, mas sem perder a musicalidade. Retalhar uma música e reconstruir novamente em compassos aleatórios e que se encaixam foi um grande desafio, um trabalho bem delicado feito pelos músicos e programadores, que funcionou.

Além da gravação das músicas, como vocês trabalharam com a Dumativa nos demais aspectos do game?

Nosso contato com a Dumativa foi diário, e nós participamos intensamente das tomadas de decisão. A Dumativa tocou a produção de todas as etapas, como a programação, composição, arranjo musical, animação, arte e até algumas partes das letras. Nós ficamos com a gravação das músicas, letras, construção de roteiro e universo do jogo e, é claro, da divulgação. O trabalho foi muito orgânico, agimos como um time só.

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Como foi o processo de gravação das músicas que vocês tocam nas fases?

Foram 7 horas de gravação em estúdio por semana.

Como vocês viram esse processo de criar um jogo? Vocês veem semelhanças nesses dois jeitos de criar?

Foi diferente, porque o jogo não é um ambiente controlado. A gente tem que deixar o jogador livre, mas ao mesmo tempo temos que induzir certas situações para encaixar as músicas. É muito planejamento, muita conversa e um trabalho muito pesado dos escritores. Tivemos a ajuda do Fabio Yabu, a equipe dos Castro Brothers e a Dumativa no processo.

Existe algum plano de lançar uma versão em outras línguas, visando outros mercados?

Sim. A localização para o inglês começou a ser feita. A nossa principal referência são as animações da Disney, que são localizadas sem mudar a animação e a música. Eles fizeram isso com excelência e nós estamos tentando reproduzir isso. O grande desafio é manter o roteiro coeso e dinâmico, sem perder as rimas. É trabalhoso e desafiador, mas temos certeza de que conseguiremos.

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A Lenda do Herói está disponível para PC, nas lojas Nuuvem e Steam.