Vivemos em um momento histórico único onde testemunhamos um rápido avanço tecnológico que permite tanto experiências incríveis nos games, quanto interações sociais que nunca tivemos antes na história através das redes. Então é natural nós como sociedade ficarmos deslumbrados e muitas vezes não entendermos o outro lado da moeda dessas tecnologias.
De forma similar, temos coisas que são consideradas inerentemente ruins por muitos como os jogos de azar que são proibidos no Brasil, mas que ainda assim são populares e por isso existe um movimento no país para a regulamentação dessas atividades. Parte da defesa à legalização dos jogos de azar é a de que, assim como outras atividades que podem viciar, o vício depende do quanto estamos abusando dessas atividades.
Nas discussões apresentadas no 4º dia da Rio2C, foi demonstrado como softwares que estimulam o mecanismo de recompensa cerebral (gamificação), podem ser usados como remédio mas também como veneno.
Um dos testes da NeuroForma (programa de reabilitação para pessoas com deficiência) apresentado, mostra que o uso dos Neurogames (jogos desenvolvidos especialmente para uso de desenvolvimento cerebral) traz resultados positivos por meio do chamado treino cognitivo digital.
"Eu achei que eu tinha perdido a capacidade de lembrar, e com o treino, eu vi que essa capacidade só estava adormecida." diz Emília, uma das participantes do projeto da NeuroForma.
Por outro lado, sabemos que empresas cada vez mais se especializam em criar apps viciantes, mecânicas de games que buscam deixar as pessoas engajadas a maior quantidade de tempo possível, e muitas vezes criam sistemas pagos que se assemelham a cassinos e jogos de azar como as loot boxes e sistema de gatchas.
É um balanço difícil de alcançar, e um problema com o qual ainda estamos, como sociedade, aprendendo a lidar.