Nova lei contra a pirataria nos Estados Unidos
Nova lei contra a pirataria nos Estados Unidos
A nova lei tornou crime federal, e passível de prisão por até dez anos, o ato de levar câmeras ao cinema e gravar o filme em exibição, considerada a principal fonte de pirataria de filmes no momento. Segundo Dan Clickman, diretor executivo da Motion Picture Association of América, mais de 90% das cópias ilegais são produzidas a partir de gravações feitas pelo público, o que é provado pela quantidade de cópias enfeitadas com braços e cabeças aparecendo diante da tela. A lei também permite às gravadoras processar quem disponibilizar um CD antes de seu lançamento oficial, um fato corriqueiro na indústria da música.
O pacote de medidas, no entanto, não trouxe apenas comemoração à Hollywood. A aprovação da lei dificulta o processo aberto por alguns estúdios contra a ClearPlay Inc., uma pequena empresa de Utah que pretende vender aparelhos de DVD capazes de filtrar automaticamente qualquer material considerado ofensivo existente nos filmes. Oito estúdios, Disney, MGM, Warner Bros., Sony, DreamWorks, Universal, Fox e Paramount, e a Directors Guild of America alegam que a tecnologia criada pela ClearPlay infringe as leis de direito autoral ao produzir uma versão ilegal de seu trabalho artístico, enquanto a empresa e os políticos que a defendem alegam que o aparelho permitirá aos pais proteger seus filhos contra cenas de sexo e violência.
Os filtros criados pela empresa de Utah permitem emudecer certas palavras ou pular cenas indesejadas. A edição de filmes para certos públicos ou cortes para diminuir a duração não é novidade, sendo feita, geralmente, pelos próprios estúdios.
Outras empresas também trabalham com filtros, como a MovieMask, que oferece um software para editar filmes exibidos no computador e a Family Shield Technologies, que oferece um equipamento para ser instalado entre o DVD e a TV, ambas também originárias de Utah. A diferença é que a ClearPlay é a primeira a lançar um aparelho de DVD a preço acessível e facilmente encontrado nos supermercados.
Graças à defesa de alguns políticos locais e outros interessados no controle do quociente de sexo, vocabulário e violência dos filmes, o aparelho foi considerado legal. Os estúdios e diretores envolvidos no processo, no entanto, não informaram ainda se pretendem desistir da ação.