Morreu no domingo em sua casa em Moscou o prêmio Nobel de literatura Alexander Solzhenitsyn. Contrário ao regime soviético, Solzhenitsyn ganhou fama em 1962 com a publicação de Um Dia na Vida de Ivan Denisovich, que descreve a rotina em um campo de trabalho forçado. Solzhenitshyn passou oito anos em um campo na Sibéria por suas críticas a Josef Stalin.

Em 1970 o escritor voltou ao assunto com Arquipélago Gulag, que lhe deu o Nobel e também a expulsão do país. Considerado traidor da pátria, Solzhenitsyn perdeu sua nacionalidade soviética e exilado. Ele só voltaria em 1994 após o fim do regime comunista, quando passou a criticar a forma como a Rússia fez a transição para o capitalismo, denunciando a corrupção e a influência ocidental sobre a sociedade.

O ex-presidente Mikhail Gorbachev lamentou a morte do escritor, definindo-o como um dos primeiros a erguer a voz contra o regime de Stalin e a falar sobre as pessoas que haviam sofrido nos campos de trabalho forçado como ele.