A Nintendo pegou de jeito os Cozinheiros. O Wii já rendeu, além de muitas gargalhadas, disputados campeonatos com a Cozinha empolgada. Mas o console vai além do Wii Sports e, para provar isso, reunimos três jogos protagonizados pelo bigodudo que é garoto propaganda da empresa japonesa, o Mario... aquele mesmo!

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super mario strikers

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mario party 8

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Super Paper Mario

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Super Paper Mario
Por Marcelo Forlani

Aprendi que não se deve dizer "na minha época", afinal ainda estou vivo, logo, esta é a minha época, assim como a minha infância dos anos 80 também foi. Naqueles dias, o joystick só tinha um botão. Depois fui crescendo, preferi ficar jogando bola e mal acompanhei a evolução dos games... até agora, com a chegada revolucionário Nintendo Wii.

Comprei o console há pouco mais de um mês, quando voltava da Comic-Con. Preciso dizer antes que tinha torcida contra - minha esposa achava que seria "jogar dinheiro fora", porque eu não teria tempo de jogar. Mas quando ela virou para o lado, fui lá e comprei mesmo assim :-P

Além do Wii Sports, que já veio no console, comprei The Legend of Zelda: Twilight Princess e Super Paper Mario. E acho que não poderia ter escolhido melhor. Ligar o videogame e começar a pular na cabeça dos goombas e correr atrás de cogumelos gigantes trouxe um pouco da infância de volta.

Pensado inicialmente para o GameCube, este terceiro terceiro capítulo da franquia (que começou no Nintendo 64) funciona perfeitamente no Wii e seu joystick em formato de controle remoto. Apesar de utilizado quase que o tempo todo como um joystick normal, em alguns momentos você vai ter de virar o wiimote para a tela na tentativa de descobrir itens ou participar de minigames.

O jogo é mistura a forma clássica de plataforma do Mario com RPG, já que você tem que ir descobrindo onde estão os itens que precisa para completar cada fase. O objetivo é salvar o mundo, que está em risco desde que o Conde Bleck (personagem novo na série) força um casamento entre a Princesa Peach e Bowser, causando um caos generalizado. Para reestabelecer a normalidade, cabe ao Mario, seu irmão Luigi e os próprios Bowser e Peach participar da aventura, achando oito corações puros espalhados pelo mundo interdimensional chamado Flipside.

Apesar de bastante intuitivos, os quebra-cabeças da história vão demandar muitas horas na frente da televisão. As fases são repletas de itens escondidos que só são revelados ao toque do botão A quando se joga com o Mario. Passagens secretas, pixls (mascotes ajudantes) e outros segredos podem ser achados com a ajuda da sorte ou dos outros personagens com quem se pode interagir. Os diálogos, aliás, são um dos grandes destaques do game - com referências à mitologia dos jogos da série ao mundo pop, que devem fazer muita gente ficar rindo sozinha enquanto joga.

Agora, se você me dá licença, vou lá recuperar mais um pouco da infância que não tive porque estava jogando bola :-P

P.S. A "mesma esposa" que não queria que eu comprasse o videogame ficou 3 horas jogando Super Paper Mario ininterruptamente na primeira noite ;-)

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Super Mario Strikers
Por Fabio Bracht

Lá vem o pequeno Toad, passando da linha do meio de campo, determinado, em direção ao gol. Quando pensa em chutar, um Monty Mole emerge da terra sob os seus pés e joga o cabeça de cogumelo para longe, tomando a bola para si e partindo para o contra-ataque. Como o seu forte não é a velocidade, ele resolve passar a bola para o seu companheiro Luigi, bem melhor posicionado. O que ele não viu o foi a vaca que vinha sendo carregada pelo vento e derrubou o encanador de chapéu verde, rebatendo a bola direto para um Hammer Bro do time adversário que vinha para a marcação. Com a confusão bovina, Hammer Bro percebe que está completamente desmarcado, ainda que meio longe do gol. Com determinação no olhar, prepara o seu Skill Shot. Pula a um metro e meio de altura, joga dezenas de martelos na direção do goleiro Kritter com a intenção de derrubá-lo e então usa o último martelo para acertar a bola, que voa a uma velocidade incrível em direção ao gol, deixando um rastro de luz branca pelo caminho. Com o goleiro caído e o gol a um milésimo de ser feito, só resta ao valente zagueiro Monty Mole se jogar na frente na bola (mais por azar do que por habilidade, é verdade), salvando a equipe mas ficando atordoado no chão. Enquanto isso, a bola cai no pé de Dry Bones, que nem consegue dar um passo antes de ser acertado pela língua de Yoshi, que respira fundo e usa o seu MegaStrike. Ele joga a bola a quase 100 metros de altura, dá um salto para acompanhar e, lá no alto, fica meio que possuído por um demônio do futebol. Ele bate na bola com tanta força que ela se divide em seis, todas indo em direção ao pobre Kritter, que, mesmo recuperado da martelada, só consegue pegar duas das seis bolas. Quatro a zero para o time do Yoshi, e tudo isso aconteceu em questão de 30 segundos. 

Você pode achar que é exagero, mas cenas como essa acontecem a cada partida de Super Mario Strikers. É um jogo frenético, em que faltas não significam nada e o goleiro tem liberdade para mandar um atacante pra escanteio com uma porrada no queixo se ele chegar muito perto. Não é tão difícil de jogar quanto um Winning Eleven, mas também não é pra qualquer pessoa que não está acostumada com videogames. Você controla o jogador com a alavanca do Nunchuck, usa os itens com o C, passa com o A, chuta com o B e faz finta com o direcional. Para fazer falta, é só dar uma porrada no ar com o Wii Remote. Mentira, só uma chacoalhadinha já basta, mas eu e você sabemos que uma porrada com vontade te faz sentir bem melhor. Os itens tradicionais de Mario Kart marcam presença e cada capitão tem uma habilidade especial. E, claro, quando um capitão consegue ficar desmarcado suficiente pra fazer um MegaStrike, o placar pode aumentar em até seis gols (mas o jogador adversário participa de um minigame com o Wii Remote para saber quantas ele consegue evitar de estufar a rede). 

O fato é que é impossível não morrer de dar risada ao jogar Mario Strikers com um amigo. Mas quem só tem um controle pode se esbaldar no modo online (com campeonatos semanais) ou nos difíceis campeonatos e desafios para um jogador. É futebol pra encanador nenhum botar defeito.

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Mario Party 8
Por Érico Borgo

O oitavo game da série chega ao Wii - e traz consigo a diversão que o caracteriza desde o "nintendinho". Mas não espere grandes mudanças no jogo. É, basicamente, o mesmo velho Mario Party de sempre, com a estrutura tipo "tabuleiro" na qual até quatro jogadores competem por estrelas e moedas.

Os mini-games também estão de volta - e são o grande atrativo do jogo (mais uma vez). É que quase todos eles, que variam do "cada um por si", "3 contra 1" e "2 contra 2", empregam os recursos do Wiimote. Às vezes até de maneira peculiar. O de "chacoalhar a lata de refrigerante" é o preferido das mentes poluídas, por exemplo. Outros divertidos são os de remar o barquinho, baseball, equilíbrio na corda-bamba, pular corda...

Os cenários são variados. São seis tabuleiros, cada um com sua característica e ambientação próprias. Alguns são lineares, outros parecem labirintos (o assombrado nunca tem o mesmo traçado)... mas o mais divertido é o da cidade, no qual é necessário investir moedas em hotéis para ganhar as cobiçadas estrelas. É o único que traz estratégia de verdade ao jogo.

O grande problema de Mario Party é o quão dependente de sorte ele é. Tire um número ruim no dado e você pode fracassar em grande estilo. Mesmo no cenário dos investimentos, um lance de sorte de um jogador pode resultar no revés de outro. Em segundos, estrelas mudam de mãos... então pra quê esquentar a cabeça planejando demais? Melhor curtir os mini-games - que só ficam melhores conforme você os destrava.

Agora é esperar o promissor Super Mario Galaxy, que sai em novembro...