Da Frigideira: Street Fighter IV

A Capcom realizou na semana passada um evento pré-E3 para a imprensa, onde mostrou Street Fighter IV, novo capítulo da popularíssima série de games de luta. Passamos uma hora inteirinha jogando a novidade em sua versão arcade, que ainda não está 100% concluída mas se aproxima de sua finalização.

Devo admitir que depois de jogar Street Fighter 3: Third Strike meu amor por Street Fighter 2 diminuiu um pouco. O sistema de esquivas e evasão usado em Third Strike o colocou não apenas acima de qualquer outro game da série Street Fighter, mas também o estabeleceu como o melhor game de luta 2D já criado. Então, quando ouvi que Street Fighter IV não teria tal sistema fiquei preocupado. Mas o novo sistema focado em ataques corrige isso ao repensar as esquivas para um público mais abrangente.

Em Third Strike bastava avançar com um toque rápido um momento antes do golpe do oponente para evitá-lo. O resultado era a evasão completa do golpe e uma oportunidade de contra-ataque. Dominar o sistema exigia muita prática, mas depois de aprendida, a técnica ficava enraizada no estilo de combate. para o sistema de "ataque focado" a Capcom mexeu nisso, tornando mais fácil a reação e garantindo um contra-ataque automático. Ok, estou ficando um pouco técnico demais, mas acredito que é algo que os fãs da série vão gostar de saber. Com isso fora do caminho, vamos ao jogo em si.

A série Street Fighter nunca conseguiu apresentar um bom game em 3D. A tentativa com a linha EX foi lamentável e completamente esquecível. Quando Street Fighter IV foi anunciado como um game em 3D houve um apelo furioso entre os jogadores. Ninguém queria passos laterais em Street Fighter ou o estilo de jogo de Virtua Fighter (o melhor do gênero em 3D). Então a Capcom correu para corrigir-se, informando que o jogo seria em 2.5D (gráficos 3D em um plano 2D), o que causou alívio geral. E o resultado que pude verificar é esse mesmo. Street Fighter IV parece um game em 3D, mas jogado de forma muito semelhante aos melhores capítulos da saga.

Todos os personagens respondem com a rapidez e precisão esperada de um game em 2D e os controles estão confortavelmente instalados entre os games 2 e 3 da série. Como meu personagem favorito de Third Strike - Dudley - não está disponível neste, optei pelo bom e velho Ken. Felizmente, o jogo captura perfeitamente a essência e movimentos do personagem, algo que muita gente julgava impossível em 3D. Ken está rápido, solto e qualquer um acostumado a jogar Street Fighter vai se sentir perfeitamente em casa nesta versão, o que é fantástico.

Quanto aos novos personagens, de longe a mais legal é Crimson Viper. A habilidade dela de mover-se velozmente pela tela - mais seu super-salto e interessantes cancelamentos de golpes - a tornam uma lutadora cheia de possibilidade novas. Outro que deve chamar a atenção é Rufus, um ao qual eu não dava a mínima mas agora estou empolgado para aprender a controlar direito. Uma estranha mistura de Yun e Dhalsim, o espalhafatoso Rufus é estremamente veloz, apesar da gordura absurda (veja-o abaixo, na galeria - o gordão de amarelo).

A versão que joguei foi a dos fliperamas, já montada em seu gabinete estrutural. Ela ainda não está totalmente concluída e os representantes da Capcom nos informaram que ainda podem haver algumas adições ao game, como novos personagens. Tentei arrancar alguma informação sobre as diferenças do que vi e o que chegará aos consoles, mas tudo que obtive dessa pergunta foi um sorriso. A Capcom ainda vai nos surpreender bastante até o lançamento do game, pelo visto.