Rocket League
teve um lançamento complicado. Quando chegou ao PlayStation 4, seus servidores ficaram sobrecarregados e, por consequência, saíram do ar até a tarde do dia seguinte. Isso aconteceu, em boa parte, porque o game é gratuito este mês para os assinantes da PlayStation Plus, e também pelo hype acumulado em transmissões da versão beta fechada em canais conhecidos do Twitch desde fevereiro. No dia do lançamento, inclusive, o game conseguiu desbancar League of Legends e DotA 2 como o jogo mais assistido na plataforma.

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A desconfiança quanto à qualidade da sequência de Supersonic Acrobatic Rocket-Powered Battle-Cars (ufa!) ficou ainda maior quando usuários do Reddit notaram algo estranho quando estavam no menu do jogo. O ventilador do PlayStation 4 começava a girar mais rápido que o normal para compensar o superaquecimento do console. Algumas pessoas reportaram, inclusive, que o aparelho havia desligado diversas vezes. Poucos dias depois, um dos usuários descobriu uma solução temporária: deixar a câmera (que é manuseável no menu) focada no carro, pois o superaquecimento inexplicavelmente estava acontecendo por conta da quantidade de elementos gráficos nos menus.

Em resposta ao Omelete, a Psyonix confirmou a causa do superaquecimento e disse que o problema ocorria primariamente em versões mais antigas do PlayStation. “Estamos focando em fazer melhorias visuais que aprimorarão a performance em ambos PS4 novos e velhos em uma série de updates também. Ainda não há data para esses updates, mas quando tivermos, avisamos a todos.”

Esquisito, não? Mas, em uma época na qual vários jogos são lançados quebrados, Rocket League consegue imediatamente diminuir todos os seus defeitos (que, vale ressaltar, serão consertados num futuro próximo) ao iniciar uma partida.

O título aposta em diversão pura e descomplicada. Os controles, responsivos e precisos, são de aprendizado fácil e as regras, claras: bata na bola com o seu carro e faça o gol; quem termina a partida com a maior quantidade vence. Os sistemas são simples, mas permitem uma quantidade ilimitada de situações engraçadas e inusitadas com os carrinhos (principalmente no multiplayer).

Para prender de vez o jogador, a Psyonix acerta em cheio em itens colecionáveis. Ao terminar uma partida, você ganha um item, independente do resultado, com efeitos meramente cosméticos, sem mudança de atributos. Os desbloqueáveis são divididos por partes do carro: carroceria, pinturas, rodas, bandeiras, além dos capacetes e do rastro do veículo, com mudanças bem-humoradas: você pode fazer seu carrinho soltar fumaça, dinheiro, bolhas e até arco-íris.

Por isso, é fácil dizer por que Rocket League consegue colocar um sorriso no rosto do jogador em cada partida. Além de ter destruição, jogadas inacreditável e bons controles, o game aposta em recompensas imediatas como motivação. Não apenas com os itens, mas também com troféus e conquistas, que são fáceis de alcançar e aparecem aos montes.

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Mas o game brilha de verdade na liberdade dada ao jogador. Ele é uma plataforma de física precisa a serviço do improvável: os controles precisos criam jogadas engraçadas, dramáticas, resultantes diretamente da ação do jogador e não de uma ação scriptada.

Entretanto, alguns problemas incomodam um pouco a experiência. Os servidores continuam instáveis e, quando um jogador é desconectado durante a partida, ele é substituído por um bot configurado no nível mais difícil, o que muitas vezes atrapalha a experiência de quem fica porque o personagem controlado pelo computador desequilibra o jogo.

Mesmo com o lançamento conturbado e problemas pontuais, Rocket League é uma daquelas experiências apenas possíveis com um controle em mãos. Divertido, justo, bonito, polido, preciso nas medidas certas: ele tem tudo isso e ainda chama a atenção pela extravagância. Como não confiar numa sequência de um jogo chamado Supersonic Acrobatic Rocket-Powered Battle-Cars?

Rocket League está disponível para PlayStation 4 e PC. A versão testada foi a de PlayStation 4.

Nota do crítico