Sem sombra de dúvidas, hóquei é um dos esportes mais agressivos que existe. Não à toa a maior evolução aparente no NHL 14 é no sistema de colisão e nas brigas corriqueiras das partidas da liga de hóquei no gelo dos Estados Unidos.

nhl-14

None

nhl-14

None

nhl-14

None

Em NHL 14, assim como em Madden 25, há uma ponta de nostalgia, uma tentativa e relembrar do game que mudou a forma de se jogar hóquei nos videogames em 94, mas a nova edição do jogo grita que a nova geração de consoles é necessária.

"It’s all about intimidation"

A frase acima é repetida pela dupla Gary Thorne e Bill Clement, responsável mais uma vez pela locução das partidas - e ela é tão real que exige que o texto comece por destacá-la. Os estúdios da EA Canadá desenvolveram  um novo sistema de física de colisão que é a maior diferença do NHL 14. Agora, peso, velocidade, força e precisão no contato fazem muita diferença na hora de dar um "check", que é aquela trombada que joga o adversário contra a parede.  Por isso mesmo é legal ver os replays das jogadas de gols e também dos conflitos por todos os ângulos. A EA sabe disso e explora muito bem, com destaques para jogadores que deram os melhores "checks" do jogo.

NHL 14 não é apenas sobre hóquei, mas também um pouco de Fight Nights. O "Enforcer" tem uma nova engine baseada na franquia de lutas da EA e é um espetáculo a parte. Depois de jogadas mais ríspidas, os jogadores se encaram e dependendo da sua reação surge a possibilidade de ir para as vias de fato. Os jogadores/lutadores soltam as luvas e, diferente do que acontecia em NHL 13, a luta se dá em terceira pessoa, com todos os outros jogadores e a arbitragem ao redor, acompanhando e reagindo com a briga.

O sistema de controles para a luta é simples, com poucos botões que permitem bloquear golpes, ir para o clinch e bater no adversário fazendo-o perder o capacete e depois ser nocauteado. Então ambos deixam o gelo rumo ao penalty-box aparentando as marcas da disputa em seus rostos.

Mantendo o controle

Praticamente todos os botões do controle são utilizados. Algo que é necessário para que a experiência seja a mais realista o possível. No entanto, isto torna o jogo um pouco mais complicado nem um primeiro contato. Não será na partida inicial que um novo jogador conseguirá um desempenho decente, por exemplo. Com insistência, depois de umas três ou quatro tentativas, porém, tudo começa a ficar mais instintivo e as partidas complicadas ficam mais fáceis, exigindo rapidamente um aumento na dificuldade da IA.

NHL 14 tem a comemoração dos 20 anos da edição de 94, com o modo "Anniversary". Não é preciso dizer que a homenagem é melhor explorada que em Madden 25, que trouxe apenas uma introdução mais nostálgica. A promessa do NHL 14 é poder reviver um pouco do jogo de 94 em partidas que usam o controle clássico, menos complicado que os atuais, com poucos botões. Mas também não há como negar que fica um pouco de frustração, pois os gráficos são do jogo atual, assim como o áudio e a física. Ou seja, a homenagem resume-se em facilitar os botões e colocar a estrela colorida no jogador que está em posse do puck. Isso não é reviver o passado, mas sim descomplicar o presente.

A homenagem feita em edições da geração passada, com a opção de jogar o game original de 94, poderia ser encarada como uma repetição, mas agradaria muita gente saudosa com os gráficos em 16 bits e os efeitos sonoros da época. A opção do controle poderia ser apenas uma opção de controle.

Esse cara é você!

Outra novidade em NHL 14 é a mudança do modo "Be a Pro", agora chamado de "Live the Life". A experiência é basicamente a mesma, adicionando algumas situações que o jogador terá que passar entre os jogos, como coletiva de imprensa, conversa com seus empresários e momentos de descanso.

Entre elas há perguntas que surgem e influenciam no relacionamento do novo astro com o restante do time. Responder que prefere um luminoso ao invés de um simples outdoor dizendo que você é a “nova grande coisa” da franquia irá te tornar impopular dentro do time, mas pode render pontos em outros quesitos. Não chega a ser um RPG esportivo, mas parece uma ideia interessante se melhor explorada nas próximas edições.

NHL 14 traz os gráficos bonitos da versão de 2013, evolui o sistema de patinação e melhora a física de um jogo esportivo que abusa dela. Ou seja, a lição de casa foi bem feita pela franquia que pode se acomodar pela falta de concorrência. Por isso mesmo a chegada da nova geração de consoles se faz muito necessária. É perceptível que aquilo que poderia ser feito, já foi feito. Para o PS4 e Xbox One, a franquia de hóquei só vai dar as caras na próxima edição, ao contrário do que vai acontecer com Fifa e Madden. Segundo a EA, é uma forma de preparar uma experiência melhor para os novos consoles. Fica a expectativa.

Sabia que?...por Rafael Belattini, da ESPN

O cara da capa

A eleição do jogador que vai aparecer na capa de cada edição do jogo é feita pela internet por votação do próprio público. Para NHL 14, os finalistas foram os goleiros Martin Brodeur, do NJ Devils, e Sergei Bobrovsky, dos Blue Jackets. Isso acabou com um jejum que já vinha desde NHL 97 de um goleiro estampar a capa do jogo. Neste ano a honra da capa é de Brodeur, e em 97 foi  John Vanbiersbrouck, que vestia a camisa do Florida Panthers na época.

Nota do crítico