É difícil não gostar de Nick Hornby.

Este autor, consagrado nos últimos anos como um popstar da literatura britânica, consegue criar personagens tão excêntricas e realistas que é impossível ler alguma de suas obras sem encontrar um pouco de si em cada protagonista.

Quem nunca fez listas dos seus discos favoritos, questionou seu papel na sociedade, passou horas divagando sobre o real significado do amor ou simplesmente desistiu de algo sem ao menos ter tentado? As personagens de Febre de bola (1992), Alta fidelidade (1995) e Um grande garoto (1998) já. E essa é apenas uma entre as muitas explicações para o seu sucesso.

Mês passado, o autor voltou às prateleiras brasileiras com Como ser legal, livro contado a partir de um ponto de vista feminino, formato até então inexplorado por ele.

Katie Carr, a protagonista, acredita ser uma pessoa legal; pelo menos se comparada a David, seu marido e autor da coluna O homem mais irritado de Holloway, publicada periodicamente no jornal do bairro.

Katie é clínica geral e gosta de pensar com preocupação na dívida externa do Terceiro Mundo. Pelo menos por alguns segundos durante o telejornal, como as pessoas bem intencionadas fazem. Já o pai de seus dois filhos contenta-se em criticar os velhinhos que nunca têm o dinheiro da passagem à mão no ônibus, ou coisas do tipo.

Num fatídico dia, Katie encontra-se em pé ao lado de seu carro em um estacionamento. Ela acabara de dormir com outro homem e liga para David a fim de perguntar se as crianças estão bem. O pedido de divórcio sai sem querer.

O que a Dra.Carr não sabe é que esse será o seu primeiro passo numa estranha jornada espiritual. Uma viagem que envolve um guru chamado BoasNovas – que recebeu seus poderes após consumir ecstasy –, um marido que se torna uma espécie de santo, jantares com um cara que come batatas cruas e o desconhecimento de seus próprio filhos.

Como podemos ser legais? O que diabos significa isso? Hornby busca respostas no livro de uma forma divertida, descontraída e às vezes um tanto cruel. Entre o riso e a melancolia, mais uma vez atinge seu objetivo com clareza, transformando contradição em bem-estar, da mesma maneira que BoasNovas faria.

Febre de bola, Alta fidelidade e Um grande garoto já ganharam adaptações para as telas de cinema, sendo que o último entrou em cartaz recentemente na Inglaterra e deve chegar ao Brasil em julho. Como ser legal já teve seus direitos vendidos e também já está sendo adaptado.


SERVIÇO





Alta Fidelidade
- R$21,90
Febre de bola - R$25,00
Um grande garoto - R$29,50
Como ser legal - R$24,70

Todos publicados no Brasil pela Editora Rocco