O campeonato da Cyberathlete Profissional League começou muito antes dos primeiros tiros de pistola serem disparados. Na sexta-feira, véspera do grande evento, dezenas de pessoas já suavam muito na montagem dos equipamentos, redes e configuração dos micros para deixar o ambiente digno do grande torneio que viria.

Os esforços foram recompensados. A comunidade de jogadores ficou espantada com a dimensão do evento, que ocupou por dois dias um dos melhores hotéis de São Paulo - o Renaissance -, despertando inclusive a atenção de emissoras de TV como a Globo e o SBT. O ambiente saudável, competitivo e alegre da CPL foi um excelente primeiro passo no cenário de profissionalização de jogos virtuais na américa latina.


Os argentinos do Fip

A CPL organizou, os jogadores compareceram. No sábado, os melhores times de Counter-Strike brasileiros estiveram reunidos em busca do primeiro lugar do campeonato. Além das equipes da casa, tivemos grandes presenças internacionais: Os alemães do [sk] (Schroet Kommando) e os argentinos do [FiP] vieram de longe, de olho na premiação, ultrapassando fronteiras e prestigiando o evento. Campineiros, cariocas, brasilienses e paulistas, é claro, também estavam presentes. Até o indivíduo de boné azul (lembram dele&qt;&) que estava no qualifying do Rio compareceu, mas dessa vez como o apresentador oficial do torneio.

O pessoal do [FiP] disse ao Omelete que esse esporte passa por uma fase de profissionalização, e que já era tempo da América Latina ser reconhecida e receber um campeonato desse porte. Los hermanos vieram patrocinados por uma fabricante de placas 3D e uma revista de games argentina. Sobre os alemães, falaremos mais abaixo.


Leonardo de Biase anuncia as chaves

Dos 64 times inscritos inicialmente do site da CPL (www.cpllatinamerica.com), 51 confirmaram a inscrição e começaram a duelar aproximadamente às 16 horas do sábado. Quanto mais tarde foi ficando, os jogos foram esquentando. Equipes mais tradicionais e unidas como a da Monkey Campinas [MK-C] (que representou o Brasil na última CPL Dallas) e os EmB foram cabeças de chave, só entrando no campeonato nas oitavas de final.

No domingo, passada a etapa qualificatória, 16 times iniciaram os combates pela supremacia no torneio. Até então, nem os quietinhos e educados alemães, nem os festeiros argentinos, tinham mostrado seu jogo. A equipe da Argentina não surpreendeu, perdeu logo para o forte NSA Aquineton e depois para o PN-Y (que ficou com a sétima colocação no campeonato). Em compensação, o Schroet Kommando brilhou nos telões da CPL, jogando como nunca havia se visto por aqui, em uma aula de profissionalismo para o até então fechado circuito de Counter-Strike no Brasil!


O Schroet Kommando

A equipe alemã simplesmente venceu 55 rounds e só perdeu 2 (um para o CAT Thunder e outro para o EmB 1), um verdadeiro massacre em cima dos times da casa! Bastante humildes, depois de vencerem o campeonato com facilidade ressaltaram alguns erros dos clãs brasileiros e comentaram um pouquinho sobre suas técnicas. O segredo não estava em equipamentos sofisticados. Volli, um dos jogadores mais precisos, deu uma "palhinha" de seu jogo na BYOC. E quem esperava milhares de configurações e mousepads especiais veio a surpresa: ao abrir sua mochila, tirou um mouse daqueles bem simples (três botões) e um fundo de caixa de pizza (ainda com a marca dos pedaços do dia anterior) que com alguns silvertapes transformava-se em um ótimo mousepad. "É pra não ter que me preocupar com drivers. Esse mouse qualquer pc aceita" disse ele.

Segundo os feras do SK, é muito mais importante a mira do que a agressividade. "Procurem atingir tiros na cabeça", ressaltaram. Como se fosse fácil. :-)

Os alemães disseram também que se tivessem entrado no jogo dos brasileiros poderiam ter perdido pois, como usam a sensibilidade do mouse muito baixa, são "ruins" nos combates corpo-a-corpo.

Os EmB mais uma vez chegaram com muitos méritos na final, provando (se é que ainda havia alguma dúvida) que estão entre os três melhores do país. A torcida apoiou os brasilienses, mas infelizmente, os alemães estavam extremamente inspirados. Eles não erravam tiros. "Impossible" foi o que um dos argentinos disse, logo após o segundo round dos 11x0 da final.


A BYOC e seus tipos

O quinto lugar ficou com o MKC-1, o quarto com o TLC Delta, a terceira posição com o NSA Aquineton, o vice-campeonato com o EmB 1 e o cheque de 10 mil reais foi convertido em marcos alemães pelo Schroet Kommando.

Além do campeonato, a BYOC (Bring your own computer, ou "traga seu próprio computador") foi realmente uma festa. Uma gigantesca rede foi montada onde todos os estilos de jogos imagináveis puderam ser vistos. Counter-Strike e Quake 3 dominaram os monitores, mas Team Fortress, Action Quake 2, Worms (um simpático jogo de minhoquinhas suicidas), Tony Hawk Skate pro 2, Snow Ball (uma guerra de bolas de neve) e Starcraft também foram jogados além de, é claro, uma frenética troca de arquivos que durou quase 3 dias seguidos! Alguns malucos viraram as 2 noites lá no frio salão do hotel.


Syn-fist 1 recebe seu prêmio

Durante a BYOC também foi realizado o torneio de Quake 3 (1x1) que teve como vencedor syn-fist1. O jogador agora fará as malas para disputar o torneio da CPL na Holanda. Parabéns ao rorshack que levantou a bandeira Quake, tomando iniciativa e organizando o torneio de Quake 3.

Alguns jogos de CS acabaram atrasando devido à problemas com algumas máquinas. Mas no final, o resultado foi completamente positivo, organizado e com ótimos patrocinadores. Parabéns a toda a equipe envolvida.

Aguardem o Omelete dia 7 de setembro no CPL Rio de Janeiro! Treinem muito, pois os alemães já confirmaram presença! :-)

Mais informações aqui no (o), em breve!