HP e o cálice de fogo - Alemanha

HP e o prisioneiro de Azkaban - Dinamarca

HP e a pedra filosofal - Dinamarca

HP e a pedra filosofal - Islândia

HP e a pedra filosofal - Alemanha

Antes do primeiro filme, no ano passado, muita gente tinha dúvida se se as imagens de Chris Columbus combinariam com o que elas imaginaram quando leram o livro, e se Daniel Radcliffe se parecia mesmo com Harry Potter.

Atualmente, já se sabe que Columbus conseguiu adaptar com mestria o universo criado por J.K.Rowling para as telas, mas, mesmo assim, muita coisa ainda ficou bem diferente. Acontece que, não só cada leitor criou seu próprio Harry, como ao longo de suas centenas de edições diferentes - atingindo até a ilha de Java -, os personagens, a história e os lugares assumiram imagens distintas.

A descrição oficial de Harry é de um garoto pequeno e magro, com joelhos ossudos, cabelos negros que não ficam no lugar e olhos muito verdes. A única coisa de que Harry gosta em si mesmo é uma cicatriz fininha na testa. Na testa, mas não diz onde, daí a dita cicatriz ter passeado para lá e para cá cada vez que uma capa era produzida. Os óculos de Harry também aparecem milagrosamente sem remendo de fita adesiva na maior parte das vezes. Os artistas também variaram na escolha da cena que melhor representa cada volume.

A americana Mary GrandPré, autora das capas nos EUA, que também foram usadas no Brasil, República Tcheca e na edição em Hebreu, mostra um Harry de cabelo arrepiado e cicatriz bem no meio da testa. Para fazer as capas, GrandPré leu cada volume e assinalou as cenas que lhe chamaram mais a atenção para produzir a ilustração mais tarde. Também é sua a capa da revista Time.

Na edição inglesa, com capas de Thomas Taylor, Giles Greenfield e Cliff Wright, Harry parece mais sério, e a cicatriz está mais para o lado direito. Na capa Islandesa, Harry parece que está com enjôo, e fica difícil imaginar que as crianças gostem dele. O Harry iraniano parece estar se divertindo, mas a ilustração inclui a morte em pessoa com foice e tudo.

É interessante também que na capa brasileira e na Finlandesa de O Cálice de Fogo, Harry divide espaço com Fleur, Krum e Cedrico. Só que, por aqui, Cedrico tem cabelos castanhos, e na Finlândia ele é loiro. Já a capa inglesa e a alemã se concentram no momento em que Harry passa pelo dragão, na primeira prova do Torneio Tribruxo, enquanto os dinamarqueses e holandeses preferiram a segunda prova, com Harry mergulhado no lago cercado de sereias.

Por algum motivo, as capas de O Prisioneiro de Azkaban são quase uma unanimidade, mostrando Harry e Hermione voando com Bicuço, mas nem os personagens, nem o animal parecem estar pensando a mesma coisa em cada capa. Na versão brasileira, Harry e Hermione estão sorrindo enquanto Bicuço parece um bicho bacana. Na Inglaterra, o hipogrifo parece feroz e Hermione definitivamente está com medo. Sirius Black também está lá numa versão bem mais apavorante, como um cão rosnando. Na Itália, o hipogrifo parece uma águia, e quem não ler o livro jamais vai saber que se trata de um animal metade águia, metade cavalo. Já na versão Argentina, tanto Harry quanto Hermione parecem bem apavorados. Aliás, em todas as capas Argentinas Harry parece assustado, e a capa da Câmara Secreta, que é a mesma na Espanha e no México, entrega o final do livro na bandeja. Até a capa japonesa mostra o vôo do hipogrifo, enquanto nos outros livros, o Japão difere em muito das edições de outros países. Em A Pedra Filosofal, Edwiges é a verdadeira estrela, as pessoas aparecem como sombras e ninguém olhando para ela faz a menor idéia de como Harry se parece. É a única edição também a mostrar Pontas, o Patrono de Harry e de seu pai.

Nas capas dinamarquesas, Harry parece mais velho e, como no Irã, a imagem é mais fotográfica.

Já a capa alemã de A Pedra Filosofal mostra o jogo de xadrez e, surpresa!!, Rony finalmente deu as caras numa capa. Na Finlândia Rony também aparece logo no primeiro livro, enquanto o segundo volume trás um Gilderoy Lockhart ridículo. Na França, Rony, Harry e Hermione aparecem também no primeiro volume.

Hogwarts em algumas capas é um castelo europeu com bandeirolas. Na edição iraniana parece uma fortaleza medieval. No Canadá, os leitores podem comprar uma edição francesa e uma inglesa e acabam com duas imagens diferentes de Harry.

E é claro que não se pode esquecer que os discretíssimos britânicos ganharam uma edição adulta com capa em preto e branco e fotos de um trem fumegante, um carro, um hipogrifo e uma cobra. Os alemães também tiveram edições adultas. Bobinhos. O nome da autora está grande o suficiente para todo mundo saber o que eles estão lendo.

Como sempre quando se fala de Harry Potter, os radicais já apontam para símbolos do anticristo nas capas: a cobra, o gato preto, a vassoura. Em uma das explicações, um analista diz que o unicórnio, que aparece galopando em A Pedra Filosofal, era o símbolo de Alexandre o Grande, mostrando que as conquistas do grande Imperador só ocorreram porque ele estava protegido pelo demônio. Haja paciência.

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