Ex engenheiro da Philips, Lou Ottens, inventor da fita cassete morreu aos 94 anos deixando um legado que vai além da democratização da música.

Lou Ottens nasceu em 1926 e antes dos 20 anos já construía rádios com antenas direcionais para sua que sua família pudesse ouvir rádio apesar das interferências de sinais dos nazistas que visam bloquear comunicações durante a Segunda Guerra.

Ainda na busca por democratizar a música, torná-la mais acessível, e especialmente portátil, em 1963 Ottens apresentou ao mundo a primeira fita cassete compacta, diferente das fitas magnéticas de rolos que dependiam de nada práticos aparelhos com dois carretéis, parecidos com o gravador do Lucas Silva Silva, só que maiores.

Reprodução / Acervo Museu Professor Hugo Machado da Silveira

Além de ser consideravelmente menor e portátil, por ainda se tratar de uma fita magnética o processo de escrita e reescrita era prático tornando possível que cada um montasse a sua própria coletânea favorita para ouvir ou presentar, bem antes de existirem os formatos digitais que só começaram a tornar populares no final dos anos 90 com as tecnologias de compactação de áudios mp3 e futuramente mp4, e os serviços de compartilhamento via internet como Napster, Kazaa, listas de FTPs e comunicadores padrão IRC, sendo o mIRC o mais popular.

As fitas cassete são parte crucial do processo de miniaturização de dados, tendo se tornado registro histórico e ainda hoje fazer parte da cultura pop como um objeto nostálgico e prático. Mais adiante em sua carreira Ottens também auxiliou Philips e Sony a desenvolverem os Compact Discs (CDs), que novamente representaram um salto nesse processo de miniaturização de dados, praticamente obliterando do mercado os Laser Discs, que funcionavam com tecnologia similar a dos CDs, mas maiores com tamanho similar ao dos Long Plays (LPs) de vinil.

Apesar de ser lembrado principalmente apenas por ter inventado as fitas cassete, o legado de Lou Ottens foi responsável por alguns dos saltos tecnológicos na portabilidade de dados que permitiu que chegássemos ao ponto de termos músicas e jogos inteiros armazenados em dispositivos de armazenamento do tamanho de uma unha.