O estúdio Team Ninja é conhecido por sistemas de batalha que conquistaram milhões de jogadores ao redor do mundo. Naturalmente, esse acabou se tornando também o principal aspecto positivo de Stranger of ParadiseFinal Fantasy Origin, cuja demo é surpreendentemente recheada com conteúdo.

Os cenários não são tão variados ou mesmo os inimigos, mas há classes de batalha suficientes para que se justifiquem horas de gameplay. Ao todo, essa versão de teste oferece três classes básicas (Espadachim, Mago, Lanceiro) e uma evolução para cada classe (Guerreiro, Mago das Trevas e Dragoon).

Jack vestindo uma roupa melhor em Stranger of Paradise.

Os trajes melhoram com o tempo.

Cada uma das seis classes traz a própria árvore de habilidades. Inclusive, aqui entra um ponto muito importante: além das otimizações de sempre, como pontos de força ou agilidade, é possível habilitar combos exclusivos com diferentes efeitos. A princípio, o jogo aceitará seis sequências de botões que resultam em combos (R1, R2 ou R1, R1, R1, R2, por exemplo). No entanto, em vez de ser sempre o mesmo ataque genérico, jogadores poderão personalizar o que cada combo desses faz, como se fossem golpes especiais.

Não para por aí! Cada classe tem as próprias variações para cada um dos combos. Logo, uma sequência de golpes decidida para o Guerreiro, por exemplo, não será replicada automaticamente para o Lanceiro. E cada tipo de combo terá mais de uma opção personalizável disponível. Ou seja, você vai passar muito tempo editando o personagem antes de sair deitando inimigos por aí. Mesmo na demo, a quantidade de opções já é encantadora.

Menu de personalização em Stranger of Paradise.

O menu podia ser mais amigável.

Durante as três ou quatro horas que joguei correndo em círculos para melhorar os atributos do personagem em cada classe, cheguei à conclusão de que o ideal seria, na verdade, focar em uma classe a cada jogatina, sempre gastando todos os pontos em uma vertente apenas e na evolução natural dela (Mago e Mago das Trevas, por exemplo). Convenhamos: uma versão de teste que justifica três jogatinas diferentes ou mesmo algumas boas horas é mais do que digna da atenção dos jogadores. Pode até ser completamente diferente de outros Final Fantasy, mas alguns elementos familiares ajudam a acalmar os jogadores saudosistas.

Não bastassem todos os ataques personalizáveis, é claro que o jogo conta com os tradicionais equipamentos. Capacete, armadura, luvas, botas, armas. Existem diferentes opções que podem ser mais ou menos adequadas para cada classe (existe até mesmo um medidor de afinidade que diz quão apropriada uma peça "x" é para a classe "y"). Honestamente, eu preferi deixar tudo na configuração automática, porque o menu é meio desconfortável, mas é possível mexer manualmente, caso você deseje. 

Blizzaga em Final Fantasy Origin.

Blizzaga já é meu ataque favorito de Final Fantasy Origin.

A classe Mago, especificamente, é exatamente o que nos faz lembrar de que estamos jogando um autêntico Final Fantasy. Thundaga, Firaga, Waterga; todos os ataques mágicos icônicos da franquia estão lá e são acessíveis por meio de uma pequena roleta que aparece quando você mantém o R2 pressionado. Esse sistema para seleção de feitiços, cuja potência aumenta dependendo de quanto tempo você consegue manter o R2 segurado, é uma adição brilhante. Algo que, inclusive, pode fazer com que muitos jogadores nem se preocupem tanto com as demais classes.

A única magia disponível para absolutamente todas as classes é o Soul Shield. No caso, uma barreira com cor de sangue que Jack cria com a mão para absorver ataques e, às vezes, atordoar inimigos (de forma que é possível finalizar as criaturas com um golpe só). O tom do jogo é mais violento do que o de um Final Fantasy normal, então, magias que criam barreiras com cor de sangue ou mesmo cristalizam o sangue de oponentes atordoados para uma finalização rápida acabam parecendo mais adequadas do que parecem. Aliás, acertar o tempo de bloquear um projétil com o Soul Shield e devolver o ataque apertando quadrado é uma sensação maravilhosa.

Caos em Final Fantasy Origin.

"Eu vou matar o caos"... Jack continua sendo bem ruim na demo.

É importante que uma mecânica mágica defensiva universal exista, porque o jogador troca de classe o tempo inteiro durante as batalhas. Apertando triângulo apenas uma vez, é possivel alternar entre as duas classes que o jogador equipou em Jack. Logo, se você equipou Mago e Lanceiro como as classes para usar em combate, poderá alternar entre as duas livremente a qualquer momento apertando apenas um botão. Esse detalhe traz todo um dinamismo para as batalhas que é mais do que bem-vindo, porque limita a repetição, um dos maiores males da indústria atualmente.

Na luta contra Caos, que acontece ao final da demo, dominar o sistema de troca entre classes pode facilitar muito o combate. Viu Caos colocando fogo na espada? Joga água nele. Viu ele colocar gelo na espada? Ataca com Fira ou Firaga. Se sente seguro para atacar? Troque novamente para a classe que prefere (no meu caso, Lanceiro). Assim, os golpes do vilão causam muito menos dano e você não precisa ficar tão tenso na hora de desviar. Aliás, que combate maravilhoso esse do final da demo. É desafiador na medida certa e absolutamente recompensador.

Visual podre de Final Fantasy Origin.

Visualmente, Final Fantasy Origin ainda precisa melhorar muito.

Só é uma pena que o visual da demo não esteja à altura da jogabilidade. Os cenários são extremamente monocromáticos e áreas abertas pendem demais para o verde, como se viessem de jogos antigos com pouquíssima nitidez. Visualmente, há muito o que melhorar para fazer jus à atual geração de consoles, apesar dos efeitos visuais das magias serem incríveis. O mesmo vale para a inteligência artificial dos companheiros de Jack, que tendem a não ser tão úteis quanto poderiam.

De qualquer forma, Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é infinitamente melhor do que eu imagimava. Ainda não sabemos detalhes sobre a história, que costuma ser o ponto mais importante para qualquer Final Fantasy, mas a jogabilidade é simplesmente excelente.

A demo de Final Fantasy Origin permanecerá disponível até as 23h59 do sábado (26). Se você ainda não jogou, aproveite enquanto pode e depois nos diga o que achou.