Um verdadeiro mix de sentimentos tomou conta dos corações brasileiros, durante o VALORANT Masters Berlin desta terça-feira (14). Por um lado, os fãs sorriram com a vitória extremamente dominante da Vivo Keyd sobre a ZETA. Por outro, assistiram a doída eliminação precoce da Havan Liberty, na derrota para Crazy Raccoon. Para saber mais sobre estes momentos distintos na competição, o The Enemy conversou com Heat, da VK e Krain, da HL.

Heat

Vivo Keyd/Reprodução

Pelo público, a vitória de hoje da Keyd já era esperada. A equipe brasileira era a favorita do duelo e provou o tal favoritismo dentro de jogo. Porém, de acordo com heat, não foi bem com essa mentalidade que sua equipe entrou na partida.

"Aqui não teve muito isso de esperar vitória. Nossa mentalidade é que qualquer time pode ganhar de qualquer time e que todos são bons e temos que dar o nosso melhor. Eu realmente não esperava que daríamos este atropelo, mas isso aconteceu porque jogamos muito bem hoje."

O primordial para o resultado tão positivo acontecer, foi, em boa parte, a capacidade da equipe de saber trabalhar os próprios pontos fracos, que já eram apontados por JhoW na entrevista anterior.

"Nós revimos os jogos contra a Envy e tiveram muitos detalhes que erramos. Senti que contra eles estávamos um pouco afobados. Para essa série de hoje viemos com a cabeça diferente, mais na tranquilidade, conseguimos implementar no campeonato o que vínhamos fazendo nos treinos, acertamos os erros e deu tudo certo."

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Fotos: Colin Young-Wolff/Riot Games

Além disso, também é impossível não comentarmos especificamente das atuações do próprio heat, que vem dando um show de VALORANT. De acordo com ele, seu diferencial é a confiança e o lado mental forte. Mesmo muito novo, ele brinca que tem uma mentalidade de alguém mais experiente, com "cerca de 25 anos".

Foi na base da confiança, inclusive, que ele fez uma das jogadas mais bonitos do Masters até agora…

"Não é difícil dar o tiro de Marshall sem scope, porque ele vai reto, mas na hora a decisão de fazer isso foi mais no feeling mesmo. Os tiros foram pegando e acabou que deu certo. No momento que eu fiz, pra mim era uma play normal. Depois, revendo, vi que foi bem absurdo pelos três headshots sem scope."

O momento é de comemorar, mas não dá pra passar do ponto. Isso porque a Keyd ainda tem a KRU pela frente, nesta quarta-feira (15), às 16h, em mais um duelo de vida ou morte. Se vencer, o Brasil passa pela primeira vez para os playoffs de uma competição internacional de VALORANT. Se perder, a VK está fora e repete a campanha da Vikings no último Masters.

Em meio a esta situação delicada, a confiança brasileira está lá no alto: "Nós treinamos bastante contra a KRU ainda no Brasil, por eles serem do cenário LATAM. Sabemos que é uma equipe muito forte e sempre nos deram treinos bem duros. Vamos manter o pé no chão, sem desrespeitar o adversário, mas vamos pra cima dar o nosso melhor. Estamos sempre confiantes na vitória, estamos aqui literalmente para vencer e representar bem o Brasil. Podem esperar uma Keyd muito boa para essa série".

Krain

Bianca Ferreira/Havan

Longe do clima de festa, estão Krain e a Havan, eliminados do terceiro Masters de VALORANT. Uma Havan que inclusive se mostrou bem diferente do Brasil, em pouquíssimo tempo. Algo que os fãs nas redes sociais sentiram e até os próprios jogadores.

"Nós sentimos sim essa diferença [entre a Havan do Brasil e a da Alemanha]. Perdemos muita sinergia no time, não conseguimos encaixar nossas plays e até nos treinos  já estávamos tendo dificuldade em lidar com equipes que entram muito rápido e pelo visto não conseguimos arrumar esse erro mesmo. Inclusive, é o estilo que a Crazy Raccoon usou contra a gente e por isso a dificuldade durante o jogo."

Fora o estilo adversário que dificultou, Krain também enxergou erros cruciais da Havan na partida de hoje: "Nós demos muitos over-rotate. Em vários momentos sabíamos que eles estavam por ali, rotacionávamos e eles paravam o jogo. Se a gente tivesse mantido mais as nossas rotações e não errasse nisso, o resultado poderia ser diferente."

Apesar do resultado e do clima não serem os melhores, ainda assim Krain fez questão de mostrar que não está abatido e que segue confiante em seu próprio jogo e no da sua equipe para um futuro breve.

"Sinceramente estou muito feliz de ter chegado até aqui. Tento há muitos anos jogar um torneio internacional e hoje estou aqui, cheguei longe. Claro, também estou um pouco decepcionado com os resultados, mas ainda estou feliz e não vou desistir agora. Ainda tem muita coisa pela frente, Last Chance, Champions... muita coisa pra acontecer."

Durante a entrevista com Heat, o pro player da VK revelou um clima extremamente amigável entre Keyd e Havan, que se encontravam constantemente no hotel e conversavam bastante. Krain corroborou tudo que foi dito e se despediu já declarando sua torcida para o restante do Masters: 

"Somos todos Vivo Keyd agora."